Atual ala-armador do Minnesota Timberwolves, Jimmy Butler é uma das grandes estrelas da NBA nas últimas temporadas, desde seu sucesso no Chicago Bulls até se tornar o principal jogador dos Wolves. O que poucos sabem, é que apesar de sempre bem humorado Butler possui uma das histórias de vida mais relevantes da liga. Passando por dificuldades na sua infância pobre em Houston, Butler chegou a ser expulso de casa pela sua mãe quando tinha apenas 13 anos. Porém foi através do basquete que o jovem conseguir dar a volta por cima para se tornar uma estrela.

A infância difícil até a universidade

Butler ainda na infância (Foto: Divulgação/NBA) | Butler na universidade (Foto: Andy Lyons/Getty Images)

Jimmy Butler nasceu e cresceu no subúrbio de Houston, mas sua relevante história começa ainda quando era um bebê. Logo depois de seu nascimento, Butler e mais cinco irmãos foram abandonados pelo pai que deixou a família. Crescido numa infância pobre e criado apenas pela mãe, Butler já passava por algumas dificuldades, mas tudo iria piorar mais tarde, com 13 anos, quando o garoto foi expulso de casa pela mãe. Após entrevista em 2011, Butler conta que as últimas palavras de sua mãe para ele foram: “Não gosto do seu olhar, me lembra seu pai. Você tem que ir embora”, revelou.

E depois disso Jimmy passou a viver nas ruas, dormindo nos sofás das casas dos seus colegas de escola, matando tempo nas quadras de basquete do bairro e comendo qualquer coisa que fosse de graça. Sua meta era apenas sobreviver.

Butler sempre teve o basquete como seu aliado, e foi assim que conheceu Leslie Jordan. Sempre jogando basquete nas quadras de Houston, Butler se deparou com Leslie que começou a jogar com ele e rapidamente viraram grandes amigos. Sabendo da situação do garoto, Leslie o convidou para passar uns dias na sua casa com seus pais e mais cinco irmãos.

Michelle Lambert, mãe adotiva de Butler (Foto: Divulgação/NBA)

Porém ainda no início os pais de Leslie não conseguiam deixar Butler ficar tantos dias seguidos com eles, pois também tinham uma renda baixa para sustentar tantas pessoas. Mas poucos meses depois, a família deu um jeito e Michelle Lambert (mãe de Leslie) acolheu Butler em sua casa por definitivo, dando uma nova família para o jovem.

Jimmy Butler terminou o ensino médio na escola Tomball. Ele jogava pelo time júnior da escola e, em 2006/07, foi escolhido como jogador mais valioso da equipe. Mesmo sendo o destaque do time, Butler não foi recrutado para nenhuma universidade, então resolveu ir para a Tyler Junior College.

Com ótimas partidas marcando 30 a 40 pontos e uma grande temporada, Butler recebeu bolsas de faculdades como Marquette, Kentucky, Clemson, Mississippi o Iowa State. Apesar de sempre estar ligado ao esporte, o jovem não pensava em ser jogador de basquete, mas apenas queria uma bolsa que lhe desse o melhor ensino para ter um bom emprego no futuro. Assim Jimmy escolheu a universidade de Marquette.

Jimmy Butler ainda quando atuava pela universidade Marquette (Foto: Divulgação/NBA)

Já na universidade, Butler assumiu a titularidade na equipe ainda no primeiro ano e com médias muito boas. Ao total jogou duas temporadas em Marquette, sendo nomeado duas vezes para o time do ano e também decisivo para classificar a universidade para a NCAA, principal liga americana de universidades. Ao final da segunda temporada, Butler já despertava interesse de olheiros de grandes franquias da NBA como Chicago Bulls, Boston Celtics e Los Angeles Clippers.

“Sempre duvidaram de mim. Minha mãe e meus colegas diziam que eu era baixinho e não poderia jogar, mas agora eu tenho a chance de entrar para a NBA. Com isso eles me ensinaram que tudo é possível e, isso é o que mais me motiva, que duvidem de mim”, disse Butler antes do draft de 2011.

Chegada ao Chicago Bulls e o sucesso na NBA

Jimmy Butler após ser draftado pelos Bulls em 2011 (Foto: Divulgação/NBA)

Como escolha 30 no draft de 2011, a última do round 1, Butler foi selecionado pelo Chicago para vestir a camisa número 21 dos touros. Jimmy realizava um sonho que nunca pensou ser capaz. O jovem foi draftado para ser um bom coadjuvante para Derrick Rose, que era o atual MVP da NBA. Mas com as graves lesões de Rose que perdeu praticamente três temporadas, Butler foi evoluindo muito rápido e pouco a pouco se tornando a referência da equipe.

“O basquete sempre foi minha tábua de salvação na vida. A única. Na época da faculdade e do colégio, eu jogava porque o basquete me dava bolsa de estudo, comida, academia e moradia. Não sonhava com muito mais do que aquilo. Era, naqueles momentos conturbados, o meu máximo, o maior prêmio que poderia pedir. Eu só queria ter uma bolsa de estudo para ter uma profissão mais adiante”, admitiu Butler.

Na temporada de 2014/15, foi quando Butler se afirmou de vez como o principal jogador dos Bulls. Com um enorme crescimento ano após ano, Butler foi recompensado e, ao final da temporada, ganhou o prêmio MIP (Most Improved Player), dado para o jogador que mais evoluiu de uma temporada para a outra na liga.

Butler durante partida pelo Chicago Bulls (Foto: Divulgação/NBA)

Em uma entrevista há algum tempo, Butler foi perguntado em como sua história de vida reflete na quadra. “Meu passado difícil me fez ficar mais forte. Principalmente no lado mental. Não é qualquer coisa que me abala. Na quadra você me vê como realmente sou fora dela: batalhador, disciplinado e disposto a fazer qualquer coisa para ver meu time vencer”, declarou o jogador.

Em 2015/16 Butler continuou evoluindo ainda mais e até chegou a ser cotado para o prêmio de MVP. Jimmy Butler não ganhou o prêmio, mas sua temporada individual foi tão boa que lhe rendeu a primeira convocação para a seleção dos EUA. Butler foi convocado justamente para representar o país nas Olimpíadas do Rio 2016 e, embora não tenha sido titular, Butler aproveitou seus minutos em quadra e colaborou muito bem para mais um ouro olímpico do Dream Team norte americano.

Mudança para Minnesota

Butler é apresentado nos Wolves (Foto: David Sherman/NBA-Getty Images)

Após o final da temporada 2016/17, no período de draft da NBA, as negociações surpreenderam a todos quando o Chicago Bulls trocou Jimmy Butler com o Minnesota Timberwolves. Os Bulls deram Butler para os Wolves e em troca receberam Zach LaVine, Kris Dunn e Lauri Markkanen (que ainda seria draftado).

Depois de todo o seu sucesso pelos Bulls, Butler assumiu um novo destino e um novo papel na NBA. De estrela solitária de Chicago, agora nos Wolves Butler teria grandes companheiros para ajudá-lo a conquistar o título da NBA. Sem contar um conhecido treinador que Butler passou muitos anos em Chicago, Tom Thibodeau.

(Foto: Jonathan Daniel/Getty Images)

Na nova equipe Jimmy Butler vive uma temporada brilhante como líder dos Wolves. A campanha de Butler em Minnesota é tão boa que a equipe é a quarta colocada da Conferência Oeste e o jogador também está entre os 10 nomes mais cotados na disputa do MVP 2017/18. Atualmente Butler tem ótimos números com médias de 22.2 pontos, 5.4 rebotes e 5 assistências por partida. Atuando em 56 das 59 partidas dos Wolves na temporada, Butler possui a maior média de minutos em quadra da NBA, somando 37 minutos em quadra por jogo.

Há algum tempo, Butler revelou em entrevista o que sempre lhe motivou para vencer na vida: “Em toda a minha vida, eu sempre tive todos os motivos para falhar. Eu sempre tive tudo para dar errado. Mas foram todos estes motivos que me fizeram dar certo”, contou o astro.

Mesmo sendo um jogador bastante reservado, sem muitos holofotes, Butler tem orgulho de sua história e não hesita em contá-la para quem quiser ouvir. A inspiradora história de vida de Butler fez com que ele crescesse muito como jogador e também como pessoa. Tudo que ele passou como os problemas e as dificuldades que enfrentou, mas ainda sim mostrando toda sua força e superação, refletem a grandeza que ele tem.

Prêmios e conquistas individuais:

Prêmio MIP 2014/15 (Foto: Divulgação/NBA)

4x NBA All-Star (2015, 2016, 2017 e 2018)

3x NBA All-Defensive Second Team (2013/14, 2014/15 e 2015/16)

All-NBA Third Team (2016/2017)

NBA Most Improved Player (2014/15)

Seleção dos Estados Unidos:

Medalha de Ouro Rio 2016