A maior parte da comunidade brasileira amante do basquete foi pega de surpresa com a notícia, na última segunda-feira (27), de que o brasileiro Caio Pacheco estaria no draft da NBA de 2020.

O armador é natural de Rio Claro e nos últimos dois anos vem atuando no Bahia Blanca da Argentina. Foi no país vizinho que começou a ter destaque, sendo cestinha do torneio e um dos principais nomes do time. A possibilidade de ter mais um brasileiro na principal liga do mundo agitou positivamente os fãs da modalidade esportiva.

Caio pode se juntar a lendas com Nenê Hilário, Anderson Varejão e tantos outros bons jogadores brasileiros que atuaram nos Estados Unidos. No draft do ano passado o brasileiro Didi, ex-companheiro de Caio, foi escolhido pelos Pelicans. O brasileiro atendeu a reportagem da VAVEL Brasil e conversou sobre a sua carreira e a expectativa para disputar a principal liga do mundo.

VAVEL - Como o basquete entrou na Sua vida? Quando decidiu ser jogador profissional?

CP- O basquete entrou na minha desde o começo da minha vida. Meu pai e minha mãe foram jogadores. Desde o começo eu estou com a bola na mão e tenho contato com o esporte. Foi algo que sempre esteve perto de mim. Eu sempre tive esse sonho de ser profissional, sempre trabalhei e até que tive a oportunidade, lá na Argentina, de estrear profissionalmente e eu agarrei a oportunidade. Foi um sonho realizado, ainda tenho alguns, que tenho anotado e na cabeça.

VAVEL - O Draft da NBA irá acontecer no mês de junho, mas as inscrições se encerram neste mês. Você aliás se inscreveu horas antes das inscrições acabarem. Quem te incentivou a fazer a inscrição?

CP - A inscrição foi uma coisa pensada, todos no meu entorno, decidiram que o melhor passo a ser dado era realizar a inscrição. Conversamos por um tempo, para ver se era uma decisão correta e foi o que a gente decidiu, não foi algo de última hora. Agora é ver as semanas, o dia a dia, para saber quais vão ser os próximos passos.

VAVEL - Um dos maiores trunfos dos estrangeiros na NBA é a realização de um treino em solo americano, o que vai ficar difícil por conta da Covid-19. Acha que isso pode te prejudicar no Draft?

CP - Essa fase que estamos vivendo é complicada. Não ter os treinos ou treinar com uma equipe muita a perspectiva das coisas. Foi a decisão que a gente tomou e vimos que era o correto a se fazer. Esperamos pelo melhor.

VAVEL - Poderia falar para a gente quais as suas principais qualidades no basquete?

CP- Eu particularmente não gosto de falar de algumas qualidades, mas elas existem. Acho que sou um cara agressivo ao aro, um cara que pode envolver muito o time, tenho uma boa qualidade de passe e defensjvamente sou um jogador que melhorei muito, fisicamente também. Não vou deixar de melhorar um minuto e que não vai deixar de fazer isso. Foi assim que conquistei meus sonhos e isso que vai fazer com que meus sonhos sejam realizados.

VAVEL - Entrou em contato com algum brasileiro que passou pela NBA para pedir algumas dicas?

CP - Eu entrei em contato com o Didi, a gente tem uma boa relação. Nossa amizade é muito legal. Jogamos juntos e jogamos contra. Tivemos a oportunidade de atuar juntos na seleção sub-21 e fomos campeões. Quando saiu ele me mandou mensagem e realmente é um cara especial para mim. Os outros não tive esse contato ainda, mas quem sabe no futuro isso não possa acontecer.

VAVEL - A Argentina é uma das maiores potencias no Basquete e a liga nacional é muito forte. Como você avalia seu desempenho até aqui?

CP- A Argentina tem um basquete muito bom, como no Brasil, que nos últimos anos teve uma evolução muito grande. As finais de todas as Ligas das Américas vinham entre times brasileiros e argentinos. Era San Lorenzo, Flamengo, Franca e Instituto são os melhores times da américa. Eu estava fazendo uma boa temporada e graças a Deus estava no time certo. Tenho muita liberdade para jogar. Encontrei um estilo de jogo que eu gosto, em que eles me deixam livre para criar. Estava conseguindo bons números e ajudando o time a fazer o que foi proposto.

VAVEL - Quais franquias da NBA você acha que combina com as tuas características? Quais são os atletas da sua posição que vocêmais admira?

CP - Todas as equipes são gigantes e se chegar oportunidade eu quero estar o mais pronto possível, independente de onde seja. É o melhor basquete do mundo, então eu trato de nem pensar neste sentido. Tem atletas que eu admiro, o primeiro é o meu pai, que foi um cara que sempre me espelhei muito. Vindo mais para o presente eu fui muito fã do Manu Gilobili, gosto de ver o Campazzo jogar. Vejo muitos jogadores americanos, mas com muitas características diferentes da minha. Eles são mais físicos , como o Damian Lilard , como um Westbrook, ou como o Irving. Ver os caras jogar é algo muito lindo.

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