O Real Madrid venceu o Bayern de Munique, nesta quarta-feira (23), e por 1 a 0, no primeiro duelo semifinal entre as equipes na Uefa Champions League, e saiu na frente na busca por uma vaga na decisão. No início, o que parecia uma situação desesperadora, quando os alemães empurravam os merengues para sua linha de fundo com passes e boa posse de bola, se mostrou um plano perfeitamente executado para capturar o adversário. O gol da partida foi marcado por Benzema, aos 19 minutos de jogo.

Um tabu foi quebrado. Guardiola perdeu pela primeira vez em oito jogos no Santiago Bernabéu e precisará incendiar sua equipe para igualar o nível apresentado pelo Real Madrid e reverter a vantagem conquistada nesta quarta-feira. A partida de volta acontece na próxima terça (29), às 15h45, em Munique. Para os críticos mais severos, a fase atual do Bayern de Munique é a pior na atual temporada. Mesmo com o título da Bundesliga conquistado por antecipação, os comandados de Pep Guardiola ainda têm muito a provar à mídia. 

Após passar quatro jogos fora da equipe por uma lesão muscular, Cristiano Ronaldo treinou normalmente e foi escalado entre os onze titulares que começaram o jogo diante do Bayern. "Cristiano treinou bem nos últimos dias. Amanhã (quarta-feira, dia 23) faremos outro teste com ele, para estarmos seguros, depois tomaremos a decisão. Todos estamos confiantes de que ele vai jogar sem problemas, mas se houver risco de recaída, ele não jogará. A eliminatória não vai se decidir amanhã", declarou o técnico do Real, Carlo Ancelotti.

A lembrança da derrota nos pênaltis na semifinal de 2012, no Santiago Bernabéu, que fez a torcida alemã apelidar o Bayern de "a fera negra de Madri" não incomoda o treinador italiano. "Nós não fazemos jogos mentais. Podem ser a fera negra de Madri mas não para mim, que nunca perdi qualquer partida contra eles", afirmou o treinador.

Bayern pressiona, mas em contra ataque, Real abre o placar

Os primeiros 15 minutos foram sacrificantes para o torcedor do Real Madrid. Os merengues foram dominados por um Bayern de Munique dono da bola, do jeito que o técnico Guardiola gosta. A posse dos alemães chegou a 75%, em um espetáculo bem sincronizado dos visitantes, que tocavam de um lado ao outro do campo, procurando espaço para chutar no gol de Iker Casillas. Os braços constantemente abertos de Xabi Alonso e Pepe, cobrando seus companheiros de meio e ataque para que voltassem e ajudassem na marcação mostravam que o Real Madrid tinha uma estratégia. Ancelotti preparou uma armadilha. Deixar o Bayern à vontade e mandando no jogo parecia parte deste plano maior. 

O Real Madrid nem tinha chegado ao ataque quando o Bayern teve sua chance mais perigosa, aos 18 minutos. Mandzukic recebeu cruzamento e ajeitou de cabeça para Schweinsteiger chegar chutando. A finalização foi bloqueada. Hora de os merengues usarem o que têm de melhor, e ainda usarem o poder de seus adversários contra eles mesmos. Quando a bola chegou da defesa em Cristiano Ronaldo, ele já sabia o que fazer. Um passe perfeito para Fabio Coentrão matou a zaga do Bayern. O lateral conseguiu cruzar rasteiro para Benzema chegar em velocidade e não precisar fazer muito esforço para chutar para o gol e abrir o placar. 

Depois de participar do começo do gol, o melhor do mundo entrou definitivamente na partida, finalizou de cabeça, se movimentou melhor. Mas pareceu novato aos 26 minutos, quando teve a chance de ampliar o placar para 2 a 0. O craque português teve seu momento inacreditável quando, em jogada muito parecida com a do primeiro gol, recebeu de Benzema e não soube dosar a força na frente de Neuer, em chute que foi para fora. Ainda assim foi aplaudido pela torcida. Ele tem crédito.

No Bayern, Ribéry não conseguiu produzir contra a defesa muito bem fechada do Real Madrid. Quem buscou mais o jogo foi Robben. O holândes ganhou a maioria dos duelos com Coentrão pela ponta, mas acabou se perdendo em sua própria confiança. Em pelo menos duas jogadas foi fominha e perdeu bolas que deveria ter passado.

Bayern volta apático, tenta pressionar no fim, mas Real sai com a vitória

A conversa de Guardiola no vestiário parece não ter adiantado. A posse de bola do Bayern caiu no segundo tempo, quando o Real Madrid se aproveitou de um rival abatido. Por mais que os alemães tenham criado mais oportunidades que no primeiro tempo, ainda foram menos chances perigosas que as dos donos da casa, que não diminuíram a velocidade, e se sobressaíram diante de um rival cada vez mais cansado. 

Mesmo pressionando e com boas tentativas de gol de Ribéry e Kroos, o Bayern não criou nenhuma oportunidade digna de arrancar um grito da torcida. Quem fez isso foi o Real, duas vezes com Cristiano Ronaldo. Na primeira, aproveitou bobeira de Alaba ao cortar uma bola fácil e quase marcar num chute cruzado. Parou em boa defesa de Neuer. O goleiro alemão evitou um desastre maior ao evitar outro gol em finalização parecida do português, mas do outro lado da área.

Quando os merengues definitivamente dominavam o jogo, Guardiola se viu na urgência de mudar. O técnico sacou Ribéry, que nada produziu no Bernabéu para colocar em campo a disposição de Götze. Do outro lado, Ronaldo foi aplaudido de pé pelo estádio ao ser substituído por Bale. Foi um reconhecimento do público pelo sacrifício que o português vem fazendo, lutando contra lesões no final da temporada, para estar em campo e ajudar seu time a conquistar a décima Liga dos Campeões.

Os últimos 15 minutos da partida foram os melhores do Bayern. Neste período, o time mostrou ter forças para se juntar a sua torcida em Munique e reverter o resultado na segunda partida da semifinal. O time alemão conseguiu calar o estádio duas vezes. Primeiro com Muller, em chute perigoso que terminaria dentro do gol, não tivesse sido desviado. Depois com Götze. O atacante recebeu sozinho após erro de saída de bola de Modric e quase empatou a partida. No fim, Thomas Müller ainda reclamou de um pênalti, mas foi ignorado pelo árbitro Howard Webb. Vantagem madrilenha no primeiro confronto das semifinais.

MN