Reinhard Raubal, presidente da Federação alemã de futebol, levantou uma polêmica ao comentar sobre a Copa do Mundo de 2022. Em pronunciamento, o líder germânico anunciou que os 54 países membros da Uefa podem até mesmo se desfiliar da Fifa caso a entidade não publique a íntegra do realatória sobre a candidatura do Catar para sediar o evento.

O sigilo do documento, elaborado pelo americano Michael Garcia, incomoda as demais federações, que segundo Rauball estão sendo excluídas de um processo importante e onde não deveria haver omissão de informações. "O resultado disso tudo foi uma quebra na comunicação, e isso abalou as relações da Fifa de um jeito que eu nunca havia visto antes", disse o alemão. 

"Como solução, duas coisas têm que acontecer. A decisão da comissão de ética deve ser publicada, assim como o auto de acusação de fraude do Sr. Garcia, assim vai ficar claro quais são as denúncias e como elas serão julgadas", comentou. Rauball disse ainda que se o documento não foi publicado na sua totalidade - o que Hans-Joachim Ecker, juiz da comissão de ética, já afirmou que não fez e não irá fazer -, a Uefa deve rever sua posição quanto a Fifa, uma vez que este seria "o único jeito de lidar com a total perda de credibilidade".

Se nada acontecer e a crise não for resolvida de uma maneira clara, temos que repensar se ainda estaremos em boas mãos se filiados à Fifa. Uma opção que consideramos seriamente é de que a Uefa deve deixar a Fifa, acrescentou.

Por sua vez, o ultimato surge pouco tempo depois de que o presidente da Uefa, o francês Michel Platini, se recusou a ser o oponente de Blatter nas eleições que ocorrem na entidade em 2015. Bonita Mersiades, liderança da candidatura da Austrália para sediar a Copa do Mundo de 2022, também se colocou contra as atitudes tomadas por Garcia enquanto no controle da investigação, impedindo que ela tivesse acesso às informações obtidas. "A Fifa é uma organização que, em termos de governança, é uma farsa. Não existe outra palavra para isso", atacou.