Superação. Palavra que os jogadores e dirigentes do River Plate não tiraram da cabeça para conseguir disputar a Copa Libertadores da América. Tudo começou em 2011, mais precisamente no dia 26 de junho, quando "Los Millionarios" empataram em 1 a 1 com o Belgrano, pela última rodada do Campeonato Argentino, resultado este que causou o rebaixamento de uma das mais tradicionais equipes da América Latina, a primeira queda em 110 anos, diante seus torcedores no Monumental de Nuñez, que sofriam naquela tarde gelada de domingo.

No ano seguinte, o River conseguiu o título da Série B e consequentemente, o acesso para a elite do futebol argentino. Em 2014, o ex-jogador Marcelo Gallardo, acerta o seu retorno para a equipe, como técnico, e após conseguir ficar na liderança do Campeonato Argentino na penultima rodada, a equipe millionaria conseguiu a classificação para a grande final da competição. O título argentino veio após uma goleada por 5 a 0 em cima do Quilmes, o time confirmava ali o 35º título nacional e a classificação para a Libertadores. Mas o ano não terminou aí, Marcelo Gallardo e sua equipe também conquistaram a Copa Sul-Americana, colocando fim a um jejum de 17 anos sem títulos internacionais.

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River Plate: O pior classificado da fase de grupos da Libertadores

No dia 19 de fevereiro, o River começou a dar os seus primeiros passos na Copa Libertadores da América, enfrentando o San Jose, pela primeira rodada da fase de grupos da competição. Mas a estréia da equipe argentina foi marcada com derrota, uma vez que a equipe boliviana fez 2 a 0, gols estes marcados faltando menos de dez minutos para o fim da partida. Já na segunda rodada da competição, o River Plate faria a sua estréia em casa, contra o Tigres, do México, no qual sairam de campo empatados em 1 a 1, gols de Guerrón, pela equipe mexicana, e Sánchez, pelos argentinos. Na terceira rodada, Marcelo Gallardo e seus comandados, foram até o Peru, onde enfrentaram o Juan Aurich, onde também saíram no empate em 1 a 1.

As duas equipes voltaram a se encontrar, mas desta vez, no Monumental de Nuñez, mas empataram novamente, pelo mesmo placar no Peru, com gols de Mercado e Delgado. No Estádio Universitario, no México, o River enfrentou o Tigres pela quinta rodada da fase de grupos, e em um jogo disputado, após a equipe da casa abrir 2 a 0, com dois gols de Arevalo, os argentinos buscaram o empate com Mora e Gutiérrez. Na última e decisiva rodada, os argentinos receberam o San Jose, e ao contrário da partida disputada na Bolívia, onde os visitantes saíram com a derrota, em Buenos Aires foi completamente diferente, com a equipe da casa fazendo 3 a 0 e sagrando a classificação para as oitavas de final da Libertadores, com sete pontos ganhos, porém o pior classificado dentre os demais times da competição.

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Boca Juniors x River Plate: O clássico que não terminou

A Libertadoores definitavamente não estava fácil para o River Plate, que pagou um alto preço por ser o pior classificado da fase de grupos, e acabou encontrando o seu arquirrival, Boca Juniors, já nas oitavas de final da Libertadores. Na ocasião, o Boca estava motivado para a competição, conseguindo a liderança geral do torneio, ganhando todas as seis partidas da fase de grupos, enquanto a equipe millionaria, havia vencido apenas uma partida. O primeiro duelo foi no Monumental de Nuñez, e as duas equipes protagonizaram uma partida disputada, para um publico de 62 mil pessoas. Mas o gol saiu apenas no final da partida, quando Sánchez converteu o pênalti, fazendo 1 a 0 para o River, levando a vantagem de um empate para a segunda partida no La Bombonera.

Uma semana depois, as duas equipes voltaram a se enfrentar, na casa do Boca Juniors. O River Plate conseguiu terminar a primeira etapa da partida no 0 a 0, obrigando o Boca a correr atrás do resultado no segundo tempo, porém, os 45 minutos restantes da partida que prometia emoção, não aconteceu. Na volta do intervalo, torcedores da equipe mandante lançaram substâncias tóxicas em direção aos jogadores do River, que se sentiram mal e não tiveram condições de partida, restou ao árbitro encerrar o duelo após toda a confusão. A responsabilidade ficou nas mãos da Conmebol, para decidir se haveria o restante da partida, ou se o Boca Juniors seria excluído da competição, e depois de muitas conversas, a entidade decidiu excluir a equipe do técnico Rodolfo Arruabarrena da competição.

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60 mil torcedores presenciaram a derrota do River para o Cruzeiro no primeiro jogo das quartas

Passado todo o problema enfrentado no La Bombonera, era hora dos jogadores do River Plate seguirem sonhando com a conquista da Copa Libertadores, mas para isso acontecer, era preciso construir um bom resultado contra o Cruzeiro, dentro do Monumental, para levar a vantagem para o Mineirão. Mas a postura da Raposa em campo, impediu que a equipe do técnico Gallardo construísse um bom resultado diante os 57 mil torcedores.

O atacante do River, Téo Gutiérrez desperdiçou três oportunidades claras de gols, fazendo a diferença para o Cruzeiro na partida, que encontrou o gol aos 36 minutos do segundo tempo com Marquinhos. A partir desse momento, a pressa não ajudou a equipe argentina, que seguia pressionando a Raposa, mas a postura tranquila da equipe mineira dentro de campo, garantiu a vantagem para a segunda partida, no Mineirão.

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A equipe argentina claramente sente a falta do meia Leonardo Pisculichi, um dos principais jogadores da temporada passada. Falta técnica para o time do técnico Gallardo, é preciso inteligência para superar a melhor defesa da atual edição da Libertadores, e é preciso coragem e ousadia para buscar o resultado, ante 60 mil cruzeirenses no Mineirão. O River ainda não convenceu neste ano, e para fazer jus a tradição de sua camisa, a classificação para as semifinais da Libertadores, em solo mineiro, é primordial para a conquista do título.