Acostumado a ficar no meio de tabela da La Liga, o Celta de Vigo finalmente conquistou algo importante nesta sua última temporada. Após muito tempo, os Celestes voltaram a ser semi-finalistas da Copa do Rei, e uma oscilante campanha na liga rendeu uma vaga merecida para a equipe à próxima edição da Uefa Europa League.

Principal peça da equipe no começo de temporada, o espanhol Nolito foi o grande responsável pelos altos e baixos da equipe. Sendo protagonista em dois momentos que acabaram refletindo no desempenho da equipe dentro de campo: pré-lesão e pós-lesão do atleta.

Início arrasador rendeu esperança aos torcedores Celestes

O começo de temporada da equipe Celeste foi absolutamente fantástica. Com o retorno de Iago Aspas ao setor de ataque da equipe, o atacante se entendeu bem com Nolito nos primeiros confrontos válidos pela La Liga.

A invencibilidade dos comandados de Eduardo Berizzo só foi interrompida na nona rodada da competição para o Real Madrid em casa. Antes disso, o clube já havia vencido cinco partidas, tanto dentro como fora de casa. E acumulado três empates. A partida mais marcante deste período sem dúvidas foi a goleada diante do Barcelona no Balaídos. 

Ambas as equipes chegaram invictas para o duelo em Vigo. Mas a dupla Nolito e Aspas anotaram duas pinturas cada um, e viram Neymar diminuir o grande prejuízo celeste. 

Empolgados, os Celestes estiveram praticamente o primeiro turno inteiro no G-4. Entre as 19 rodadas iniciais, somente em quatro delas a equipe esteve na quinta colocação, após oscilarem entre a vice-liderança e a terceira colocação na maioria das oportunidades. Foi mais ou menos da troca de turno que surgiu o grande divisor de águas da equipe na temporada.

Lesão de Nolito deixa a equipe fora da zona de classificação a competições européias

No final do ano passado o principal nome da grande temporada Celeste, Nolito, foi diagnosticado com uma lesão muscular. Desde então, diversos rumores e problemas fora de campo desencadearam e refletiram na queda de rendimento da equipe dentro dos gramados.

Especulado, e até dado como certo como reforço do Barcelona, começaram a surgir os rumores de que Nolito teria simulado a lesão para forçar sua transferência para a equipe catalã, onde atuou entre 2008 e 2011. 

O Celta atuou durante nove partidas sem o seu principal diferencial: foram seis derrotas, um empate e apenas duas vitórias. Demonstrando em número a falta que um jogador, uma referência pode fazer dentro de um elenco. Neste período a equipe foi da quinta à oitava colocação do campeonato.

Entretanto, mesmo sem Nolito, a equipe chegou as quartas de finais da Copa do Rei, e eliminou em pleno Vicente Calderón o atual vice-camepeão europeu, o Atlético de Madrid. No Balaídos um empate sem gols, em Madrid, vitória celeste por 3 a 2, com dois tentos anotados por Pablo Hernández.

Seria o retorno daquela equipe que havia encantado a Espanha no primeiro semestre? Infelizmente não. Após a classificação heroica foram três derrotas e dois empates consecutivos. Dentres eles a eliminação na própria copa para o futuro vice-campeão Sevilla, após ser goleado no Ramón Sánchez Pizjuán por 4 a 0 e empatar em casa por 2 a 2. 

Com o retorno de Nolito marcado para o duelo diante do Eibar na 25ª rodada, o Celta teria mais um adversário antes de seu retorno. Porém, era mais que um adversário. Seria o líder absoluto, com uma equipe imparável. Dentro do Camp Nou, mais uma goleada humilhante, desta vez para o Barcelona por 6 a 1, com show do Trio MSN.

Final oscilante e sofrido, mas feliz...

As expectativas eram altas para ver qual seria o desempenho de Nolito, e do próprio Celta após dois meses sem o camisa 10 em campo. O início foi oscilante, como todo o resto de fim de temporada da equipe.

O Celta venceu suas duas primeiras partidas após o retorno de Nolito, diante do Eibar e do Getafe. Porém, o camisa 10 não estava 100%, e a responsabilidade seguiu com um atleta bastante contestado em suas últimas temporadas: Iago Aspas. Após uma passagens apagadas por Liverpool e Sevilla o atleta voltou ao Celta nesta última temporada, e foi o artilheiro da equipe com 14 gols, e o principal responsável pela classificação da equipe à UEL.

Nas dez últimas rodadas, foi justamente mais uma humilhação que fez os Celestes acordarem na competição. No Santiago Bernabéu, a equipe foi mais uma vez goleada, desta vez por 7 a 1 para o Real Madrid, com quatro gols de Cristiano Ronaldo.

Após isso, veio talvez a arrancada mais importante da equipe na temporada, talvez ainda mais crucial do que a do início. Foram quatro vitórias e três empates, que fizeram a equipe sair da oitava colocação e chegar novamente na zona de classificação para a próxima UEL, de onde a equipe não saiu mais até o fim da ótima temporada Celeste, que poderia ter sido ainda melhor caso Nolito e Iago Aspas tivessem juntos por mais tempo.