Um divisor de águas na campanha dos semifinalistas da Libertadores da América 2016. Enquanto os equatorianos do Independiente del Valle possuem um time jovem e com características da velocidade corresponde ao futebol de seu país, o Boca Juniors aposta na experiência, em nomes rodados e de referência no futebol sul-americano.

Em resumo, serão dois confrontos entre duas vertentes. De um lado, um clube e um grupo de jogadores em busca de firmar seus nomes de vez na história. Do outro lado, a renomada esquadra xeneize, em busca do heptacampeonato da maior competição de clubes da América.

Juventude do Del Valle em busca da glória

Jovens do Del Valle querem fixar nome na história (Foto: Divulgação / Conmebol)

O Independiente del Valle faz uma campanha surpreendente na Copa Libertadores 2016. Após uma boa fase de grupos, em que trouxe dificuldades aos rivais como o Atlético-MG e deixou para trás o mais conhecido Colo-Colo, do Chile, a equipe equatoriana partiu às oitavas de final. O temido e atual campeão River Plate não foi páreo na soma dos dois jogos e o jovem elenco permaneceu na competição.

Nas quartas, o del Valle tirou o Pumas nas penalidades máximas, não tremendo também na marca decisiva. Agora, pela frente, o enfrentamento será com o Boca Juniors, o rival do eliminado River. A formação de novos atletas do del Valle vai da defesa ao ataque. O zagueiro Caicedo recentemente completou 24 anos. O jogador sempre serviu à equipe profissionalmente, desde que debutou ao esporte.

Ao lado de Caicedo, Arturo Mina tem 25 anos. Uma dupla de zaga considerada jovem para capitanear o sistema defensivo na busca pela Libertadores. Mina foi inclusive sondado pelo Flamengo ainda durante esta competição. Possui elevada estatura de 1,90m.

Destacado pelo setor de meio entre todos os postulantes desta Libertadores, Sornoza atua pela faixa central, possui refinamento para condução do jogo e não tem medo de arriscar lançamentos. Muitas bolas acionadas ao ataque passam por ele. Mesmo sem figurar na grande área, apresenta seis gols no torneio. Apesar da inteligência e das demais características positivas, soma apenas 21 de idade.

Além deles, o lateral-esquerdo Ayala, o meia Dixon Arroyo e o volante Orejuela estão abaixo dos 25 anos. O atacante Bryan Cabezas é um dos mais jovens da Copa, com 19 anos e personalidade na equipe.

Outro grande destaque, todavia, é José Angulo, autor de gols importantíssimos na Copa, como um na vitória por 2 a 0 sobre o River Plate e os dois do triunfo por 2 a 1 sobre o Pumas, respectivamente nos jogos de ida de oitavas e quartas de final.

São quatro tentos nesta Libertadores para o atacante que passou a despertar atenções ao mercado brasileiro. No país, também equatorianos são Miller Bolaños, do Grêmio, e Juan Cazares, do Atlético-MG. O segundo, à vontade, já marcou seis gols neste Brasileirão.

Para comandar o del Valle nesta sequência final após a pausa da Libertadores, o técnico uruguaio Pablo Repetto, também jovem para o cargo, aos 42 anos, terá que domar ansiedades e seguir a condução dos equatorianos como pretendente ao título. Se é o menos cotado por história e nomes, o Independiente del Valle quer continuar surpreendendo.

Experiência do Boca Juniors por mais um título

Boca Juniors celebrando vitória ante Nacional (Divulgação/AP)

Do lado dos xeneizes, meio time titular está acima dos 30 anos. Alguns já foram campeões com o clube, mas, sem dúvida, retornar ao lugar mais alto do pódio da América é o objetivo destes atletas.

Aos 31 anos, cinco dedicados a defender a meta xeneize, o goleiro Orion é campeão argentino com o Boca. A Libertadores é a obsessão na carreira do arqueiro com passagens por San Lorenzo e Estudiantes.

Com 37 anos e passagens pelo futebol espanhol, Daniel Diaz esteve no Boca entre 2005 e 2007 e retornou para ser de vez o xerife da equipe da Bombonera. Em maio, afirmou que o Boca Juniors era o principal postulante a conquistar a Libertadores: "Não tenho problema em responder essa questão e deixo claro que o favorito na Libertadores é a minha equipe", disse o defensor.

Insaurralde nasceu na cidade de Resistencia, na Argentina, e confere o local de nascimento aos 31 anos, como defensor pela esquerda da equipe xeneize. Esteve no Boca entre 2010 e 2012 e retornou para presente temporada. O volante Perez está às vésperas dos 31 e também registra pasagem pelo futebol espanhol, no Málaga, em 2014. Atuou anos antes no Emelec e pode levar vantagem por conhecer um pouco do estilo equatoriano de jogar.

O principal dos nomes acima da casa dos 30 anos, entretanto, é Carlitos Tevez. O jogador referência no ataque é a esperança do torcedor da equipe azul e ouro. Com a conquista da Libertadores e do torneio mundial contra o Milan pelo clube em 2003, ele recebe todas as honrarias e demostra liderança dentro de campo.

Se  do lado adversário, o del Valle busca a consagração na história, Carlitos já a tem e quer aumentar suas façanhas para alegria do torcedor xeneize. Após muito jogar na Europa e cavar espaço no concorrido ataque da seleção argentina de outras épocas, Tevez quer um fim de carreira vitorioso, já que apresenta 32 anos.

Com essas opções de experiência, o técnico Guillermo Schelotto, que atuou como jogador do Boca até os 34 anos. passará mais de sua bagagem dos tempos de atleta do clube. Em uma equipe que tem a camisa pesada e come pelas bordas nas fases iniciais, o respeito aos xeneizes se deve aos pilares de história e do poderio presente no elenco.