Na última quinta-feira (14), foi realizada a votação para a implantação da Superliga Argentina. Com propostas como o enxugamento do campeonato nacional, nova distribuição de rendas e melhor administração, o processo é visto como uma revolução no futebol do país. O resultado final da votação foi 70 a 1, com o único voto contra do dirigente Mario Gianmaria.

As mudanças propostas

A ideia central da Superliga é a nova distribuição de rendas para os times argentinos. O dinheiro da transmissão dos jogos, que atualmente é pago pelo Governo Federal através do programa Fútbol Para Todos, será dividido de uma nova maneira: 75% para primeira divisão, 12% para a B Nacional, 7,5% para as outras divisões e 2,5% para a AFA.

Os 75% da primeira divisão serão divididos desta maneira: 40% do valor será repartido igualmente para todas as equipes da divisão principal, 25% por audiência de televisão, 20% para a colocação da equipe ao final da tabela e os últimos 5% de acordo com a quantidade de sócios.

Por conseguinte, as equipes estarão divididas por uma espécie de pirâmide social (capitalismo fútbolero). Boca e River vão ocupar o topo, seguidos por Independiente, Racing, San Lorenzo e Vélez. A base da pirâmide será composta com as 24 equipes restantes. Este, talvez, seja o ponto mais polêmico visto que existirá numa só vertente times de diferentes níveis de grandeza, como por exemplo, o Rosário Central, campeão nacional diversas vezes e com grande número de torcedores apaixonados terão praticamente a mesma receita de uma equipe recém promovida à primeira divisão argentina.

Outra ideia da Superliga é que exista um conselho independente da AFA, que administre o campeonato nacional. Com o conselho, também será criada uma lei para melhor regulamento das dívidas das equipes, podendo, por exemplo, proibir um clube que esteja devendo de contratar jogadores por uma temporada, algo semelhante com o que ocorre na UEFA.

FIFA discorda de alguns pontos na criação da Superliga

A FIFA acompanhou com atenção a aprovação da Superliga, que cuidará do Campeonato Argentino. No entanto, federação internacional se mostrou contrária a alguns pontos do acordo e pode até vetar a nova estrutura durante a próxima semana, quando uma comissão regularizadora estará no país. 

Segundo o jornal "La Nación", os direitos cedidos pela AFA à Superliga sem tempo determinado e a confirmação de um tribunal único a cargo de um mandatário foram as principais divergências da FIFA com a nova organização do futebol argentino.

"De forma nenhuma a Fifa pode aprovar essa resolução defeituosa. É preciso revisar artigo por artigo para chegar a um estatuto final adaptado ao futebol internacional", disse, ao jornal argentino, uma fonte ligada à FIFA.