Após as fracas duas últimas campanhas na Copa do Mundo, disputadas na África do Sul e no Brasil, a Seleção Italiana busca um novo perfil. Comandada por Giampiero Ventura, a Azurra vem mesclando a experiência de nomes consagrados à juventude de outros promissores, dando corpo a um futebol mais ofensivo.

"Espero que a Itália possa ir para a Copa do Mundo [de 2018] e ganhá-la", disse o técnico a repórteres, nessa segunda-feira (19). A seleção tetracampeã mundial conquistou em 2006, na Alemanha, seu último título na competição, quando ainda era treinada por Marcello Lippi.

Ventura falou sobre ter um grupo sólido e destacou o que seria preciso para isso. "Esse é o nosso objetivo [conquistar o Mundial], e esperamos consegui-lo com um grupo de jogadores que não estão apenas de passagem, mas que vão se tornar um alicerce para o futuro", afirmou.

Desde sua primeira convocação para a equipe nacional, o italiano vem chamando a atenção por dar chances a jogadores de pouca idade. Com apenas 17 anos, o goleiro Gianluigi Donnarumma, do Milan, vem estando à sombra de Gianluigi Buffon e se tornou o mais novo atleta a ser convocado em 105 anos.

O goleiro Mattia Perín (Genoa), os zagueiros Alessio Romagnoli (Milan), Daniele Rugani (Juventus) e Davide Zappacosta (Torino), os meias Federico Bernardeschi (Fiorentina), Danilo Cataldi (Lazio), Matteo Politano (Sassuolo) e Marco Verrati (Paris Saint-Germain) e o atacante Andrea Belotti (Torino) têm até 24 anos e receberam oportunidades com o treinador.

Belotti é umas sensações da Serie A e deverá ter mais chances na Azurra (Foto: Valerio Pennicino/Getty Images)
Belotti é umas sensações da Serie A e deverá ter mais chances na Azurra (Foto: Valerio Pennicino/Getty Images)

Ainda assim, Buffon, Giorgio Chiellini, Leonardo Bonucci, Andrea Barzagli, Daniele De Rossi, Antonio Candreva e outros veteranos continuam tendo espaço. E Giampiero foi direto ao ser questionado sobre seu trabalho: "Melhor Itália de Ventura? Ela ainda está por vir".

Outro aspecto a ser destacado na filosofia do comandante é a ofensividade. Conhecida por times que prezavam pela retranca, a Itália hoje apresenta uma linha de três jogadores na zaga e laterais adiantados, auxiliando o meio de campo, de modo que o volume de jogo é intensificado.

O técnico também comentou sobre a disputa pela Serie A e mostrou confiança em um novo título dos bianconeri. "A Juventus venceu cinco scudetti [taças da Serie A] consecutivos e, ao fazer isso, mostrou que eles são superiores em muitos aspectos, não apenas tecnicamente. Eles têm pontos de referência absolutos", salientou.

Napoli pouco italiano

Ventura disse estar 'decepcionado' com a equipe de Nápoles pelo domínio de jogadores estrangeiros em seu time titular. "O treinador do Napoli [Maurizio Sarri] está trabalhando muito bem, mas estou desapontado, porque nove dos seus 11 jogadores são estrangeiros", apontou.