Libertadores da América. A taça de aço reluz em seu nome cravado a glória máxima do continente. Levantá-la não representa apenas um título, mas o peso da história carregada pelas mãos de quem a conquista. Nesta quarta-feira, a Conmebol realiza o sorteio para definir os grupos da edição 2018 do torneio. E na leitura literal dentro do mergulho na história, pergunta-se o óbvio: quem são os Libertadores da América e o quê eles libertaram? 

É o único torneio continental que não leva o nome de Liga dos Campeões

O idioma mostra o óbvio: a América do Sul passou décadas sob controle da Coroa Espanhola, que detinha o poder sob a exploração no continente americano. Motivados pelos ideais da Independência dos Estados Unidos e da Revolução Francesa, iniciou-se um processo de guerra pelo fim da exploração colonial. Se no Brasil houve o 'Grito de Independência', no restante da América foi preciso pegar em armas e derramar sangue para a conquista.

São mais de 20 'Libertadores da América', mas dois deles se destacam: Simon Bolívar, que atuou na Independência de Bolívia, Venezuela,  Peru, Equador e até do Panamá - na América Central, e José de San Martin, figura nacionalista para libertação de Argentina, Peru - e responsável pelo pontapé inicial no Chile, onde a condução foi feita por Bernardo O’Higgins, outro libertador.

No Uruguai, se destaca a figura de José Artigas; a Bolívia conta com Andrés de Santa Cruz; no Paraguai, com Gaspar Francia; no Peru, com Túpac Amaru; e na Venezuela, José Antônio Anzoátegui. O Brasil teve seu processo de independência correndo de forma diferente, mas a figura de Dom Pedro I pode ser considerada a de um 'libertador', por ter rompido ligações com a Coroa Portuguesa.

Estátua de Simon Bolívar e San Martín, no Equador (Foto: AFP)
Estátua de Simon Bolívar e San Martín, no Equador (Foto: AFP)

A história

Os 'Libertadores' pertenciam à classe dos criollos, nomenclatura dada aos descendentes de espanhóis nascidos na América. Descontentes com os desmandos dos líderes espanhóis designados pela Coroa para administração da colônia. Motivados pelos ideias da Independência dos Estados Unidos e da Revolução Francesa, eles lideraram o processo de independência dos países sul-americanos.

Tiveram ao seu favor também a crise pela qual a Espanha atravessava, em virtude das invasões lideras por Napoleão Bonaparte, que abalaram com as estruturas econômicas e políticas do país. Os criollos passaram a ocupar o topo da pirâmide social local, superando a hierarquia colonia. 

Influência nos clubes

Com mais de 50 anos de torneio, vários clubes foram inspirados ou homenagearam o nome dos 'Libertadores' locais. Também é possível ver a influência no nome das cidades, ou na cultura local dos países que disputam a condição.Dentre os exemplos, estão o Bolívar (Bolívia), Universitario San Martin (Peru), o Universitário de Sucre (Bolívia), o O’Higgins (Chile), o Desportivo Anzoátegui (Venezuela) e o Sport Boys Warnes (Bolívia). 

O tabu

Nenhum deles, até hoje, foi campeão. A partir de 2000, a competição passou a contar com times mexicanos, de modo que é possível adicionar também na lista o Monarcas Morelia, da cidade de Morelos, batizada em homenagem ao revolucionário José Maria Morelos, que participou da guerra pela independência.

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