Sou muito jovem. Não sou aquelas pessoas que pegou aquilo que muitos chamam de “auge”, com Luís Figo, Ronaldinho, Zidane, entre outros, brilhando e desfilando nos gramados mundo afora. Apesar do ótimo mecanismo de poder assistir vídeos na internet das mais variadas épocas do mundo do futebol, eu não tive o prazer de acompanha-los “ao vivo”, mas, mesmo assim, consigo sentir toda a importância de todos esses para o esporte.

Em meados de 2010, levado por uma idolatria ferrenha pelo francês Thierry Henry, meu jogador favorito por conta dos jogos de videogame, eu fiquei divido em assistir Arsenal e Barcelona. Acompanhava o máximo que conseguia, passei a criar um carinho pelas duas equipes, mas, com o passar do tempo, fui me decidindo e vi que meu gosto se localizava em Londres, apesar do ótimo momento vivido pela equipe catalã.

Vi alguns bons jogadores vivendo fases grandiosas, como Van Persie e Nasri, mas um sempre me chamava a atenção, já que parecia que havia uma aura em volta de sua chuteira, toda jogada trabalhada por ele se tornava, quase que automaticamente, bonita. Esse era Tomas Rosicky, um dos jogadores mais técnicos que já vi.

Impactado no motivo pelo o qual esse jogador não entrava em campo sempre, descobri que ele havia se lesionado seriamente em janeiro de 2008, perdendo praticamente toda a temporada 08-09. Seu retorno ocorreria 19 meses após, contra o Manchester City e, mesmo após ficar tanto tempo longe dos gramados, contribuiu para a vitória com um gol e uma assistência.

(Foto: Shaun Botterill/Getty Images)
(Foto: Shaun Botterill/Getty Images)

Infelizmente, depois disso, Rosicky, mesmo colocando em prática toda a sua habilidade, foi fadado a uma aventura de lesões, já que sofreria mais seis contusões graves com o passar do tempo. Tornou-se quase raro ver o tcheco jogar uma partida inteira, já que, além disso, a idade vinha chegando, mas, mesmo assim, não dava para esconder o prazer de ver o Little Mozart em campo.

Antes mesmo de jogar na Inglaterra, Rosicky havia sido um dos principais nomes do Borussia Dortmund, que, em 2002, conquistou a Bundesliga e foi vice-campeão da Copa da UEFA, perdendo para o Feyenoord. Pela sua seleção, a história não é diferente: são 105 jogos, terceiro com mais aparições, e 23 gols marcados, o quarto maior artilheiro do selecionado do país. Ao todo, são 71 gols marcados no decorrer de sua carreira e três prêmios de futebolista tcheco do ano (2001, 2002 e 2006), desbancando Pavel Nedved.

Esses números provam a importância de você, Rosicky, para o futebol, para o Arsenal e outros clubes que passou e, principalmente, para mim. Obrigado por ter sido um dos primeiros ícones do futebol bonito que passou pela minha vida. Obrigado por ter se dedicado tanto tempo a isso e ter feito com extrema categoria. Aqui, deixo aquele que, na minha opinião, é o seu gol mais bonito.

Palavras não são suficientes para explicar a tamanha gratidão que sinto por isso tudo. Rosicky foi, durante todo esse tempo, a personificação do jogo bem jogado e vistoso. Que você consiga aproveitar sua aposentadoria tanto quanto viveu o futebol durante sua carreira. Muito obrigado.