Pela primeira vez, o Chile será sede da Copa América de Futebol Feminino, onde buscará pela primeira vez a classificação para a Copa do Mundo da França, no ano que vem. 

Com um elenco jovem e diversas jogadoras atuando fora do país, Las Chicas de Rojo querem fazer bonito na competição e superar as principais rivais na luta por uma vaga no mundial. 

Liga Nacional pouco desenvolvida e problemas com a ANFP

Diferente de Brasil e Colômbia, principais equipes no cenário do futebol feminino sul americano e que tem campeonatos nacionais já bem consolidados, a realidade da Liga Chilena é bem diferente.

A disparidade técnica e financeira das demais equipes em relação ao Colo Colo, maior campeão do nacional feminino e que conquistou a Libertadores em 2012, sendo vice-campeão outras três vezes é bem relevante, por mais que Universidad do Chile, Universidad Católica, Palestino e Santiago Morning tenham feito boas campanhas nos últimos anos. 

Foto: Divulgação/Colo Colo Femenino
Foto: Divulgação/Colo Colo Femenino

Outro problema, se deu na gestão de Sergio Jadue na Asociación Nacional de Fútbol Profesional de Chile (ANFP), na qual não se via tantos investimentos na modalidade como na gestão de Harald Mayne-Nicholls, que trouxe o mundial sub-20 para o país em 2008, Atualmente, a instituição é comandada por Arturo Salah.

Conexão internacional: 10 jogadoras atuam fora do Chile

Da lista de 22 convocadas por José Letelier, que foi o treinador do Colo Colo na conquista da Libertadores Feminina de 2012, quase metade atuam fora do país. Três delas, foram recém contratadas parar atuar no futebol brasileiro, são elas as meio campistas Karen Araya e Claudia Soto, ambas do Audax. Além delas, a atacante Yessenia López que defenderá o 3B e disputará a Série A2 do Campeonato Brasileiro.

Em relação as que atuam fora do Chile, o principal destaque é a goleira e capitã Christiane Endler, que defende o Paris Saint Germain. Aos 26 anos, é uma das atletas mais experientes do elenco e uma das principais referências da posição no futebol feminino. 

Foto: Dave Winter/Getty Images
Foto: Dave Winter/Getty Images

Chances reais de disputar a primeira Copa

A seleção chilena feminina vem adquirindo experiência nos últimos anos, mesmo com o pouco sucesso nos Campeonatos Sul Americanos de base. O resultado mais expressivo da equipe na modalidade foi a vitória por 1 a 0 diante do Canadá, no Torneio de Brasília em 2013, com um gol de Yanara Aedo

Mesmo que Brasil e Colômbia, que recentemente fez dois jogos contra o Chile (uma vitória chilena e um empate sem gols), sejam as equipes mais cotadas para a qualificação de forma direta ao mundial, a repescagem diante do quarto colocado da Copa Ouro da CONCACAF pode ser a forma da equipe garantir a qualificação para o tão sonhado objetivo de classificação à Copa do Mundo. 

José Letelier deve apostar em no 4-3-3, utilizado no Colo Colo durante muito tempo e poderá ter como time base: Endler; Leyton, Guerrero, Saez, Pinilla; López, Araya, Lara; Huenteo, Aedo e Rojas. 

Foto: Divulgação/ANFP
Foto: Divulgação/ANFP

O Chile está no Grupo A ao lado de Colômbia, Paraguai, Uruguai e Peru. Sua estreia está marcada para o dia 4 de abril, às 19h, no Estadio La Portada, em La Serena, contra as paraguaias, que venceram o Chile na última Copa América por 3 a 2. Com certeza, elas irão querer se vingar da derrota que tirou a vaga das Chicas de Rojo à fase final da última edição do torneio o que aumentará mais ainda as expectativas dessa estreia.