Quatro vezes campeã mundial, a Alemanha está no seleto grupo das seleções que conquistaram a Copa do Mundo na condição de anfitriã do certame. A Nationalelf recebeu a maior festa do futebol em 1974 e 2006. Foi campeã na primeira vez e terceira colocada na segunda oportunidade. Em 1974, sediou a competição na condição de atual campeã da Eurocopa.

A edição de 1974, inclusive, envolve questões muito além dos gramados. Em época de Guerra Fria, o planeta era polarizado por dois blocos: o capitalista, encabeçado pelos Estados Unidos da América, e o socialista, encabeçado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. O mundo vivia constante tensão devido aos poderosos arsenais nucleares dos quais EUA e URSS dispunham. A qualquer momento, uma guerra de proporções inimagináveis e catastróficas poderia eclodir.

Nesse contexto, a Alemanha era um território estratégico. Após a derrota do exército nazista na Segunda Guerra Mundial, o território alemão foi repartido em Alemanha Ociental e Alemanha Oriental, tendo sido estas as respectivas partes com influência capitalista e socialista. O grande símbolo dessa separação foi o muro que dividiu a capital, Berlim, em duas cidades: Berlim Ocidental e Berlim Oriental. Grande símbolo - talvez o maior - da Guerra Fria, o famoso Muro de Berlim foi erguido em 1961 e destruído em 1989. Dois anos depois da queda dessa estrutura, a União Soviética se desmanchou.

A Alemanha que abrigou a Copa do Mundo de 1974 foi a Ocidental. Berlim Ocidental, Munique, Frankfurt, Hamburgo, Hannover, Gelsenkirchen, Dortmund, Düsseldorf e Stuttgart foram as cidades-sede. Evidentemente, esta Alemanha garantiu a classificação automática. A Oriental, por sua vez, carimbou o passaporte para o Mundial via Eliminatórias. Inclusive, esta foi a única participação dos orientais em Copas até a reunificação, no final da década de 1980.

Estados Unidos e União Soviética, curiosamente, não jogaram aquela Copa. Contudo, o encontro entre a Alemanha capitalista e a Alemanha socialista na última rodada da fase de grupos foi o suficiente para abalar as estruturas do planeta. Para a surpresa dos apaixonados por futebol, a Alemanha Oriental, mesmo tendo time inferior no papel e não sendo favorita no duelo, acabou vencendo pelo placar mínimo.

Os primeiros passos

Alemanha Ocidental foi a grande campeã do mundo em 1974 (Foto: Rolls Press/Popperfoto/Getty Images)

País-sede, a Alemanha Ocidental, naturalmente, inseriu-se no Grupo A, juntamente com Chile, Austrália e a vizinha Alemanha Oriental. A dona da casa e os chilenos eram favoritos à classificação, enquanto os alemães orientais e os australianos, ambos estreantes em Mundiais, corriam por fora.

Na estreia, em 14 de junho, diante de 81.100 pessoas no Estádio Olímpico de Berlim, os anfitriões superaram o Chile por 1 a 0. O único gol da partida foi anotado pelo lateral-esquerdo Paul Breitner, numa altura em que o relógio marcava 18 minutos.

Depois, os ocidentais viajaram a Hamburgo, onde, no Volksparkstadion, não tiveram dificuldades para vencer a Austrália. O triunfo por 3 a 0 foi construido pelos meias Wolfgang Overath e Bernhard Cullmann e pelo atacante Gerd Müller. O resultado carimbou o passaporte do time comandado por Helmut Schön à próxima fase. Restava, entretanto, o clássico contra a Alemanha Ocidental. Um capricho que o sorteio da Copa reservou para a última rodada.

A surpreendente derrota para a Alemanha Oriental

Jürgen Sparwasser chuta com precisão, assina a vitória da Alemanha Oriental contra a poderosa Alemanha Ocidental e entra para a história das Copas do Mundo (Foto: Herbert Kronfeld/Ullstein Bild/Getty Images)

O dia 22 de junho de 1974 foi inesquecível para os alemães. As duas Alemanhas ficaram frente a frente no Volksparkstadion, em Hamburgo. Era um duelo crucial para a classificação final do Grupo A e para a definição dos grupos da segunda fase da Copa do Mundo. Até então com 100% de aproveitamento, a República Federal da Alemanha (nome oficial da Ocidental) liderava a chave com quatro pontos (vitória valia dois pontos naquela época, vale lembrar) e já estava garantida na fase seguinte. Já a República Democrática da Alemanha (nome oficial da Oriental) vinha de uma vitória contra a Austrália por 2 a 0 e de um empate em 1 a 1 com o Chile. Portanto, somava três pontos e necessitava de um triunfo para também se classificar, sem depender do resultado de Austrália x Chile.

Mas, vejam só, o confronto entre australianos e chilenos aconteceu três horas e meia antes do pontapé inicial das Alemanhas. Naquela época, as partidas da última rodada do mesmo grupo não eram realizadas simultaneamente. E a igualdade a zero no Estádio Olímpico de Berlim classificou a Oriental.

Seria, então, um jogo meramente protocolar, certo? Errado. Além de valer a primeira colocação do grupo, também valia a honra de vencer o vizinho. A motivação política em torno do duelo, que envolvia grandes símbolos dos blocos capitalista e socialista e cujo resultado poderia servir para o vencedor como propaganda e gozação para com o rival, era evidente.

Para a surpresa dos fãs do esporte mais popular do planeta, quem comemorou a vitória na única partida oficial entre as Alemanhas foi a Oriental. Ciente da superioridade técnica do adversário, o lado leste alemão "fechou a casinha" e explorou os contra-ataques. No mais letal deles, aos 32 minutos do segundo tempo, saiu o único gol da peleja. Erich Hamann, que tinha entrado em campo há 10 minutos, saiu pela direita e mostrou excelente visão de jogo ao perceber um espaço no setor onde se encontrava o atacante Jürgen Sparwasser. Ele pegou a bola entre dois defensores, passou por outro marcador e tocou na saída do goleiro Sepp Maier. A República Democrática da Alemanha, acreditem se quiser, venceu por 1 a 0 e ficou na primeira colocação do Grupo A da Copa do Mundo.

Há uma teoria que sugere que a Alemanha Ocidental tenha tirado o pé do acelerador para ficar em segundo lugar no seu grupo e pegar um caminho teoricamente mais fácil rumo à final. Sinceramente, essa hipótese não passa de conspiração se formos ver os melhores momentos do jogo. Fica nítido que as melhores chances do jogo foram da seleção dona da casa. No final do vídeo, também é possível ver Helmut Schön com cara de poucos amigos.

O técnico da equipe nacional da República Federal Alemã, inclusive, é outra evidência da legitimidade do resultado. Nascido em Dresden, na parte oriental da Alemanha, ele fugiu do regime comunista e se mudou para o lado ocidental em 1950. Portanto, ele não iria querer perder esse jogo, não é verdade? O meia Bernd Hölzenbein, que jogou aquela Copa, confirma: "Schön encarou aquela derrota como um insulto à sua reputação. Ele não fez um grande discurso motivador ou enérgico para nós. Ele se motivou a partir do seu desapontamento. Era o seu jeito". Estas palavras foram ditas em entrevista à revista alemã 11 Freunde.

"A Alemanha Oriental não era um adversário normal e o jogo não era apenas uma partida qualquer, mas uma ocasião com ressonância histórica profunda", escreve o jornalista alemão Ulrich Hesse-Lichtenberger no livro Tor! The Story of German Football (Gol! A História do Futebol Alemão), lançado em 2003. De acordo com o comunicador, tal teoria é "uma das alegações mais absurdas já feitas em relação ao futebol".

"Se, quando eu morrer, escreverem apenas 'Hamburgo 1974' na minha lápide, todos já saberão quem foi enterrado ali"

(Jürgen Sparwasser, atacante da Alemanha Oriental e autor do gol da vitória contra a Alemanha Ocidental na Copa do Mundo de 1974)

Esse histórico confronto foi assistido por 62.200 pessoas, das quais apenas 2 mil eram torcedores da Alemanha Oriental. Espectadores selecionados a dedo pelo Partido Socialista Unificado da Alemanha, a fim de evitar brigas. Durante os 90 minutos de bola rolando, um helicóptero sobrevoou o Volksparkstadion e soldados francoatiradores cuidaram da segurança dos prédios vizinhos. A organização terrorista de extrema-esquerda Baader Meinhof Komplex (Fração do Exército Vermelho, em português) ameaçara executar atentados e sequestros no dia da partida.

O caminho até a final

A vaga na final veio em vitória de 1 a 0 frente à Polônia (Foto: Paul Popper/Popperfoto/Getty Images)

Conforme mandava o regulamento da Copa do Mundo de 1974, após a primeira fase, que tinha quatro grupos de quatro equipes cada, o segundo estágio teria duas chaves de quatro seleções cada. Os líderes iriam à final, enquanto os vice-líderes decidiriam o terceiro lugar.

Como foi vice-líder do Grupo A, a Alemanha Ocidental teve como adversárias a primeira do B, a segunda do C e a primeira do D: Iugoslávia, Suécia e Polônia, respectivamente. Nessa fase, as casas do Die Mannschaft seriam o antigo Rheinstadion, em Düsseldorf, e o Waldstadion (atual Commerzbank Arena), em Frankfurt.

Coube ao técnico Helmut Schön recuperar a moral do time após a derrota para os vizinhos da Alemanha Oriental. Lidar com um elenco talentoso no meio de tanta pressão não era fácil. Conquistar a Copa em casa era a única maneira daquele time entrar para a História de maneira positiva. Afinal, já havia entrado de maneira indesejada...

"O gol do Sparwasser nos acordou. Se não fosse aquela derrota, não teríamos sido campeões do mundo"

(Franz Beckenbauer, zagueiro da Alemanha Ocidental)

A recuperação rumo ao segundo título mundial teve início no dia 26 de junho, contra a Iugoslávia, em Düsseldorf, diante de 67.385 torcedores. Mais uma seleção de país socialista pelo caminho. Dessa vez, os comandados de Schön não deram sopa para o azar. Começaram a segunda fase com uma categórica vitória de 2 a 0, com gols de Paul Breitner e Gerd Müller. O otimismo voltou a fazer parte do ambiente do plantel.

No dia 30, novamente no Rheinstadion, os alemães mediram forças com a Suécia. Muitas dificuldades eram esperadas. Os suecos necessitavam desesperadamente da vitória, pois vinham de revés para a Polônia, por 1 a 0, na primeira rodada. E os poloneses iniciaram a segunda jornada na ponta da tabela por terem superado a Iugoslávia por 2 a 1. Ou seja, também para a Alemanha, só os dois pontos interessavam. A torcida entendeu o recado e colocou público maior em Düsseldorf: 63.800.

Da esquerda para a direita: Franz Beckenbauer (capitão), Sepp Maier, Bernd Cullman, Georg Schwarzenbeck, Herbert Wimmer, Dieter Herzog, Jürgen Grabowski, Gerd Müller, Berti Vogts, Paul Breitner, e Uli Hoeness (Foto: Paul Popper/Popperfoto/Getty Images)

O atacante Ralf Edström colocou os visitantes em vantagem. Wolfgang Overath e Rainer Bonhof viraram para os mandantes. Roland Sandberg fez 2 a 2. Muita tensão na Renânia do Norte-Vestfália... Até que Jürgen Grabowski e Uli Hoeneß (de pênalti) recolocaram a Nationalelf na frente. Que vitória suada! O placar apontou 4 a 2.

Era chegado o dia 3 de julho. Com o status de uma semifinal, Polônia e Alemanha Ocidental decidiram, em Frankfurt, uma vaga na grande decisão. O Waldstadion ficou pequeno: 62 mil pessoas tomaram a praça esportiva do maior centro financeiro da República Federal da Alemanha. Em um jogo lá e cá, foi o craque alemão Gerd Müller quem levou a melhor no duelo particular com o goleador polonês Grzegorz Lato. O ídolo do Bayern de Munique assinou o gol que carimbou o passaporte para o Estádio Olímpico de Munique. Do outro lado da chave, a Holanda despachou o Brasil, atual campeão mundial, por 2 a 0, deixando também para trás a Alemanha Oriental e a Argentina, e marchava rumo à sua primeira final.

O mundo ficou vermelho, amarelo e preto pela segunda vez

Sete de julho de 1974. Três dias antes, o "Milagre de Berna", jogo onde a Alemanha venceu a poderosa Hungria e conquistou o planeta bola pela primeira vez, na capital da Suíça, completara 20 anos. Agora, lá estavam os alemães diante de outro esquadrão que jogava um belo futebol e queria sentir o gostinho de levantar a taça do mundo.

Treinado por Rinus Michels, o "Carrossel Holandês" de Johan Cruyff, Rob Rensenbrink, Johan Neeskens e cia. estava encantando os quatro cantos da Terra. E saiu na frente logo aos dois minutos, quando Hoeneß derrubou Cruyff na área, o árbitro inglês Jack Taylor marcou penalidade máxima, e Neeskens converteu. Também na marca da cal, aos 25 minutos, a dona da festa igualou as forças. Wim Jansen deu carrinho imprudente por trás de Bernd Holzenbein dentro da área. Com frieza, Paul Breitner tirou do goleiro e mexeu no placar: 1 a 1.

Pouco antes do apito que decretaria o fim da primeira etapa, a Alemanha Ocidental construiu a reviravolta que lhe daria o título. Rainer Bonhof invadiu a área e tocou para Gerd Müller, artilheiro da Copa do Mundo de 1970, fazer o que mais sabia: gol. Atrasou a bola, tirou Ruud Krol da jogada, girou e tocou no contrapé do goleiro Jan Jongbloed, que se surpreendeu com a rápida tomada de decisão do atacante.

Nos primeiros 45 minutos, os alemães mostraram poder de reação. No segundo, souberam neutralizar as ações da Laranja Mecânica. E, mais uma vez, Die Mannschaft derrubou um gigante. Melhor dizendo: fez-se mais gigante do que outro gigante. Vinte anos após o "Milagre de Berna", a Alemanha protagonizou a maior festa que o Estádio Olímpico de Munique já viu.

Bayern de Munique e Borussia Mönchengladbach: as bases da campeã mundial de 1974

Franz Beckenbauer e Günter Netzer: capitães de Bayern de Munique e Borussia Mönchengladbach e campeões mundiais com a Alemanha nos anos 1970 (Foto: Imago)

Na década de 1970, o futebol alemão foi dominado pelo Bayern de Munique e pelo Borussia Mönchengladbach. Talvez esta tenha sido a primeira rivalidade ferrenha, título a título, da era moderna do esporte jogado com os pés na Alemanha. Os Bávaros conquistaram a Bundesliga em 1971/1972, 1972/1973 e 1973/1974 e a Copa dos Campeões Europeus (atual Uefa Champions League) em 1973/1974, 1974/1975 e 1975/1976. Os Potros, por sua vez, foram campeões da Bundesliga das temporadas 1969/1970, 1970/1971, 1974/1975, 1975/1976 e 1978/1977, da DFB-Pokal de 1972/1973 e das Copas da Uefa de 1974/1975 e 1978/1979.

Não é de se espantar que essas duas equipes tenham polarizado a convocação da seleção da Alemanha Ocidental campeã da Copa do Mundo de 1974. Cada uma levou ou formou sete nomes para o time nacional. O Bayern foi representado por Sepp Maier, Paul Breitner, Hans-Georg Schwarzenbeck, Franz Beckenbauer, Gerd Müller, Uli Hoeneß e Jupp Kapellmann. Já o Mönchengladbach formou Berti Vogts, Horst-Dieter Högts (à época no Eintracht Frankfurt), Herbert Wimmer, Günter Netzer (recém-transferido ao Real Madrid), Jupp Heynckes, Rainer Bonhof e Helmut Kremers (àquele tempo no Schalke 04) e Wolfgang Kleff.

Completaram a lista de convocados três jogadores do Köln (Wolfgang Overath, Bernd Cullmann e Heinz Flohe), um do Fortuna Düsseldorf (Dieter Herzog) e mais dois do Eintracht Frankfurt (Jürgen Grabowski e Bernd Hölzenbein) e mais um do Schalke 04 (Norbert Nigbur).

Portanto, não é exagero falar que FC Bayern e Gladbach também conquistaram o planeta. A jogada do gol do segundo título mundial da Alemanha que o diga: assistência Rainer Bonhof, do Borussia, e tento de Gerd Müller, do Bayern. Simbólico.

Era uma delegação de estrelas. Não existia um jogador que destoasse dos demais. Todos se completavam. E, assim, uniram-se diante de um ideal: ser campeões do mundo. E conseguiram. Estão na história da seleção que hoje é quatro vezes campeã mundial e vai buscar a quinta estrela na Rússia.

O time-base da final foi um 4-3-3 formado por: Maier; Vogts, Beckenbauer, Schwarzenbeck, Breitner; Bonhof; Overath, Hoeneß; Grabowski, Hölzenbein e Müller. O quarteto defensivo ficou conhecido por aliar a força física para roubar a bola à classe para sair jogando. Mais à frente, Bonhof e Overath protegiam a cabeça de área enquanto Hoeneß municiava os pontas Grabowski e Hölzenbein e o centroavante Müller.

O incansável Helmut Schön foi o mentor da conquista

O técnico Helmut Schön (1915-1996) está eternizado na história da seleção alemã com um título de Eurocopa e um da Copa do Mundo, conquistados respectivamente nos anos de 1972 e 1974 (Foto: Bob Thomas/Getty Images)

Você seria capaz de se dedicar à profissão que ama por quantos anos? O alemão Helmut Schön dedicou 46 anos de sua vida ao futebol: 20 na condição de jogador e 26 na área técnica. Natural de Dresden, na antiga Alemanha Oriental, iniciou sua carreira de atleta no Dresdner SC, teve rápida passagem pelo St. Pauli, retornou ao Dresdner e, após fugir do regime comunista que tomava conta da região de Dresden, pendurou as chuteiras no Hertha Berlim. Também jogou pela seleção nacional, tendo anotado 17 gols em 16 partidas. Era um atacante com apurado faro de gol.

Após a aposentadoria, foi estudar para ser treinador. Ganhou a licença para trabalhar em Colônia e seu primeiro trabalho foi no SV Wiesbaden. Depois, foi treinar um time para lá de alternativo: a Seleção de Sarre.

A região de Sarre, que faz fronteira com a França, foi ocupado pelos franceses entre os anos de 1950 e 1956. A França tratou aquela localidade como um protetorado independente. Portanto, o Sarre (Saarland, em alemão) ganhou o direito de montar sua própria seleção de futebol, que tinha como base jogadores do Saarbrücken, Borussia Neunkirchen, Dudweiler, Inbgbert 1945, 1912 Ensdorf e SV 05 Sarre, prontamente aceita pela Fifa, durante esse período. Treinada justamente por Helmut Schön, a equipe de Saarland disputou as Eliminatórias da Copa do Mundo de 1954 e, vejam só, quase se classificou. Perdeu a vaga para a... Alemanha Ocidental! O mesmo time, comandado por Sepp Herberger, que viria a ser campeão contra os Magiares da Hungria de Puskás, Czibor, Hidegkuti e cia. na Suíça. A mesma Alemanha que viria a ser treinada por Schön a partir de 1964.

Assim como seu antecessor, Helmut Schön também comandou a Nationalelf durante 14 anos. Foi vice-campeão mundial em 1966, na polêmica final perdida para a Inglaterra em Londres, terceiro colocado em 1970, no Mundial conquistado pelo Brasil de Pelé, Jairzinho, Tostão, Rivelino e cia. no México, e, finalmente, campeão em 1974, em seu país natal. O último trabalho aconteceu na Copa do Mundo de 1978, na Argentina, ocasião na qual os germânicos ficaram em sexto. Na galeria também constam um título (1972) e um vice (1976) de Eurocopa.

Sob o comando deste lendário treinador, Die Mannschaft se mostrou um plantel extremamente competitivo. Combativo na defesa, habilidoso no meio-campo e cirúrgico no ataque. Estas foram as receitas para tamanha regularidade.

Schön faleceu em 1996, na cidade de Wiesbaden, na Alemanha. Mas sua figura está eternizada tanto no futebol de seu país quanto na história das Copas do Mundo.

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