Vindo de uma sequência dolorosa de 8 derrotas nos últimos 10 jogos, o Manchester United de Ole Gunnar Solskjær teve mais uma oportunidade para mostrar que ainda tinha gás e provar que é capaz de alcançar o top-4 e uma vaga direta na Champions League na próxima temporada. Só que, para isso, teria que bater ninguém menos que o poderoso Chelsea em Old Trafford, seu rival e outra equipe que luta com as mesmas ambições do time de Manchester no campeonato.

O último e sofrido revés foi no meio da semana e contra outro rival, desta vez de sua própria cidade, o Manchester City de Guardiola. Os 2 a 0 para os Citizens, além de proporcionarem ao time de Guardiola uma excelente chance de rumarem ao título de outra Premier League, botaram ainda mais pressão para que os Red Devils conseguissem essa vaga no torneio intercontinental para a temporada seguinte. O Chelsea, por sua vez, também foi derrotado na rodada passada, para o Liverpool, pelo placar de 2 a 0.

O United entrou em campo com quatro mudanças em relação ao time que Solskjær vem costumeiramente escalando. Bailly voltou a receber uma chance e pegou a vaga de Smalling - que vinha sendo constantemente criticado nas últimas partidas; Matic e Herrera voltaram a fazer a “volância” com Pogba e Mata foi quem ganhou o lugar de Lingard nos 11 iniciais. Os Blues, de Sarri, foram escalados com o que tinham de melhor. O já entrosado e ótimo trio de ataque - com Willian, Higuaín e Hazard - deveria ser marcado novamente de perto pelos defensores Devils.

O time da casa começou a partida de forma incrivelmente intensa e sufocou a equipe londrina nos minutos iniciais. Diferentemente do que vinha ocorrendo nos jogos anteriores do Manchester United, as jogadas centralizadas prevaleceram. A bola passava nos pés de cada meia do United e a torcida pôde acompanhar um futebol bastante vistoso nos primeiros minutos.

Até que, na marca dos 10 minutos, veio o grande alento para o Manchester United, em um bonito gol em Old Trafford. Luke Shaw recebeu um belíssimo passe por cima de Lukaku e viu Juan Mata por trás, que bateu com a perna direita e acertou o gol sem goleiro para abrir o placar para o United.

E a equipe deu continuidade à estratégia de apertar o adversário, não deixando que o Chelsea sequer encostasse na bola. Com 20 minutos, os mandantes chegaram a ter mais de 70% de posse de bola. Não fosse Hazard, o único jogador que pressionava e tentava desmontar a zaga dos Blues nas jogadas de contra-ataques em velocidade.

Na metade da primeira etapa o zagueiro Bailly ainda teve uma boa chance de fazer o segundo gol dos Devils, após atingir um cabeceio forte e ver a bola passar a centímetros da meta de Kepa Arrizabalaga.

Nos minutos finais o Chelsea melhorou na partida. Mesmo com Higuaín muito mal no jogo, o lado esquerdo do ataque dos Blues, que tinha Marcos Alonzo e Hazard deu conta do recado e passou a ameaçar a defesa do mandante por mais oportunidades. Aos 43’, depois de um chute de muito longe do zagueiro Rudiger, De Gea falhou, afastou mal e viu o lateral-esquerdo espanhol pegar o rebote para botar a bola no gol e empatar a partida para os Blues. Foi um castigo e tanto para o torcedor no United, que viu seu time fazer um bom jogo mas ter que voltar para o intervalo com o 1 a 1 no placar.

Precisando da vitória mais que nunca, os Diabos Vermelhos voltaram para o jogo buscando ter o placar em suas mãos novamente. Assim como no primeiro tempo, o domínio das ações do jogo foi todo do United até a marca dos 10 minutos. Matic vinha sendo o melhor jogador do time da casa, tendo a habitual tranquilidade para fazer as transições de jogo e alcançar os homens de frente com facilidade. Do outro lado, Willian e Hazard continuavam com a correria de sempre pelos flancos do campo e deram trabalho para Bailly, Lindelof e companhia.

O jogo repentinamente ficou bem morno em Old Trafford. Nenhuma das equipes manteve a objetividade que vinham tendo e a qualidade da partida caiu de forma drástica. A partida chegou a ficar interrompida por mais de quatro minutos depois da lesões - em jogadas diferentes - dos zagueiros Rudiger (entrou Christensen) e Bailly (entrou Rojo).

Faltando pouco mais de 15 minutos para o apito final da partida, os times pareciam confortáveis com o 1 a 1 no placar, diferentemente dos torcedores presentes em Old Trafford, que cobravam bastante. O empate era levemente melhor para os Blues, em contrapartida.

Até o final da partida, entretanto, a sina do jogo foi de muita entrega e pouco futebol apresentado. Lukaku e Higuaín, por diversas vezes impedido no ataque de seus respectivos times, atrapalharam muitas jogadas de ataque. No final, o juiz acrescentou sete minutos de acréscimos, para a tensão dos torcedores presentes no estádio.

Rojo ainda teve a chance de clara de fazer o segundo do United, que veria a bola entrar não fosse a excelente intervenção de Pedro. Foi a chance final da vitória para o United na partida, para o desespero do torcedor Red Devil, que viu sua equipe novamente ter um empate “entalado” dentro de seus domínios.

Com o empate, o Manchester United chegou aos 65 pontos na tabela, contra 68 do Chelsea FC. Os Devils terão duas partidas pela frente contra duas equipes já rebaixadas na competição - Huddersfield e Cardiff City - o que implica em vitórias tranquilas do time do norte da Inglaterra. Os Blues, por sua vez, ainda terão Watford e Leicester pela frente na busca pela vaga na próxima Liga dos Campeões.