Peso da estreia superado na Vinotinto. O empate contra o Peru foi de bom grado tendo em vista as circunstâncias do jogo — um a menos durante parte do segundo tempo. Isso faz com que a Venezuela tenha seu nome botado dentre as possíveis classificadas ao mata-mata. Todavia, um avanço só pode estar em pauta graças ao bom trabalho que Rafael Dudamel faz no comando da seleção.

Na tarde do sábado (15), a postura adotada pela Vinotinto — quando sem a bola — contra a seleção peruana foi a do 4-1-4-1, com Júnior Moreno, do DC United, fazendo a proteção do quarteto defensivo. Na linha à frente de Moreno, estavam Herrera, Rincon, Savarino e Murillo. Esse posicionamento foi eficaz diante da seleção de Ricardo Gareca.

Para transpor as duas linhas de quatro, o Peru precisava de um jogador que esbanjasse categoria individual, que quebrasse essas posições — o que faltou. Cueva e Farfán se dão bem quando há espaços, mesmo mínimos, em volâncias adversárias, mas a Dudamel conseguiu armar sua equipe contra isso.

Contudo, tendo a bola, a equipe venezuelana atua no 4-3-2-1, com Murillo e Savarino caindo pelas pontas e Rondón como referência.

Estatísticas

Em todo o jogo, Venezuela teve 44% de posse de bola contra 56% do Peru. Foram 319 passes certos e 29 errados. Do tempo que a Vinotinto teve a pelota em seus pés, 52% foi no setor de meio de campo e apenas 22% no ataque. Essa estatística demonstra a falta de criatividade venezuelana.

Quando entrou aos 82 minutos, Soteldo, do Santos, se mostrou um baixinho ágil. Com Salomón Rondón no centro da área, a Venezuela pode, sim, apostar em duas bolas no erro adversário. Contra o Peru, o ataque conseguiu produzir mais que o esperado, já que deu 11 chutes (cinco no gol).

Murillo, pela ponta esquerda, é outra arma de Dudamel. Na estreia, deu dois chutes, ambos ao gol, o que demonstra sua efetividade. Entretanto, contra o Brasil, a Venezuela deve chegar menos ao ataque.

Cuidado, Brasil!

Em casa, a Seleção Brasileira não pode achar que terá missão fácil em Salvador. Para continuarem sonhando com classificação, o time da Venezuela precisa explorar mais a bola no pé. E nas costas de Daniel Alves, o Brasil pode sofrer. Mais centralizado, Rondón é a referência de todas as ações ofensivas da Vinotinto, portanto atenção no atacante que joga a Premier League, pelo Newcastle-ING.