Por muitos anos, os clubes mexicanos disputaram a Libertadores como convidados e, por conta de diversos fatores, deixaram de participar do principal torneio sul-americano. Entretanto, muitos torcedores e fanáticos por futebol ainda debatem sobre um possível retorno desta equipes, além disso, idealizaram uma participação de times estadunidenses, canadenses e caribenhos. Conmebol e Concacaf também já chegaram a conversar, mas não chegaram em um acordo até hoje.

Desde 1998 até 2006, os times do México disputaram o continental da América do Sul. Como eram convidados, caso ganhassem o torneio, não poderiam ir para o Mundial de Clubes. Três times chegaram na decisão, foram eles: Cruz Azul em 2001, Chivas em 2010 e Tigres em 2015. Em todos os casos, as equipes perderam para os clubes membros da Conmebol. Eles deixaram de participar conta de dois motivos. A extensão do calendário da competição até dezembro e o aumento do número de participantes.

Um dos pontos positivos desta união seria a qualidade técnica. A participação de grandes craques que estão no continente norte-americano, como o Nani do Orlando City (EUA) , Carlos Vela do Los Angeles FC (EUA), Funes Mori do Monterrey (MEX) e entre outros, aumentaria a qualidade técnica e, além disso, também deixaria a Libertadores mais atraente e valorizada escala mundial. 

Outro fator benéfico que podemos citar é o mercado financeiro. As ligas nacionais dos Estados Unidos, México e Canadá tem médias de público excelentes. Por exemplo, a final da Major League Soccer entre Seattle Sounders (EUA) e Toronto FC (EUA) em 2019 contou com 69 mil pessoas no Century Field. Não seria diferente na Libertadores. A MLS teve basicamente a mesma média de público pagante do Brasileirão. A média ficou entorno de 21 mil pessoas por jogo. Além da bilheteria, os organizadores ainda poderiam fatorar com os patrocinadores que ficariam altamente atraídos devido o potencial mercadológico do campeonato.

Uma grande incógnita é o formato do torneio. Será que a quantidade de participantes aumentaria para dar dar espaço aos clubes da Concacaf? Será que os membros da Conmebol perderiam vagas para poder receber os times norte-americanos e caribenhos e o números de competidores seria o mesmo do formato atual? Estas respostas jamais saberemos até o dia de uma possível concretização do projeto. Tudo o que sabemos até hoje é que ambas as instituições não chegam em um acordo e dizem que as possibilidades são nulas disto acontecer.

Como ponto negativo podemos citar a logística. Já imaginou um confronto entre Vancouver Whitecaps (CAN) e Nacional (URU)? Ambas as equipes precisariam percorrer 11 mil quilômetros em aproximadamente 20 horas e teriam que fazer escalas. Já imaginou, por exemplo, o Flamengo disputando o Campeonato Carioca em Saquarema contra o Boavista-RJ na quarta-feira e no final de semana enfrentar o New York Red Bulls (EUA) no nordeste dos Estados Unidos? As distâncias são longas demais e o calendários dos campeonatos nacionais também não ajudam. Seria um "atentado" à logística. 

Uma curiosidade muito interessante é a ideia da Liga dos Campeões das Américas. Em 2015, a Concacaf e Conmebol chegaram a cogitar a criação deste torneio em paralelo à Libertadores. A "Champions League" contaria com 64 times com o prêmio de 5 milhões de Dólares (cerca de 20 milhões de Reais) ao campeão. Porém, a ideia não saiu do papel.

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