Quando o assunto é o futebol árabe, o que, no geral, vem à mente são as cifras e os sheiks multimilionários que administram os clubes. Nos Emirados Árabes Unidos, no Oriente Médio, não é diferente. As condições financeiras vêm sendo um atrativo interessante para muitos brasileiros, de todas as idades. Um dos brazucas na terra dos petrodólares, atualmente, é o meia Bruno Lamas, de 26 anos. 

Emprestado ao Khor Fakkan há um ano, o ítalo-brasileiro, com dupla nacionalidade, está prestes a estender o vínculo com o clube até junho de 2021. No Brasil, passou pelas categorias de base de São Paulo, Santos, Cruzeiro e São Caetano. Em seguida, chegou em terras portuguesas pelo Leixões SC, onde atuou por quatro temporadas. Mais tarde, chegou ao Santa Clara

A uma hora de DubaiKhor Fakkan fica na costa leste do país, e é recheada de pontos turísticos. O que não faltam são atrativos para que estrangeiros entrem e se instalem. Para Bruno Lamas, a segurança e os recursos de um país de primeiro mundo tornam a adaptação mais fácil. O jogador não poupa elogios: “É um país muito seguro para viver, um país incrível de morar. Realmente, um país de primeiro mundo”, contou.

Pela UAE Pro League, como é chamado o campeonato emiradense, o domínio é dos sheiks, que são donos de clubes do país e no mundo todo. A compra de clubes, em alguns casos, é feita por meio de fundos financeiros, cuja fonte são reservas oriundas dos lucros do petróleo, como é o caso do Manchester City, da Inglaterra, com o City Football Group. 

As verdadeiras fortunas refletem no faturamento dos jogadores que desembarcam no país. Além dos altos salários, que superam as cifras do futebol europeu, os atletas recebem inúmeras premiações por méritos e metas coletivas e individuais.

Eles tratam os estrangeiros especiais, né? Você vem para decidir, mas ganha bem também. Pagam um salário acima de Europa e prêmios bons. Mas cobram muito pela vitória também e por jogar bem.”, contou Bruno, que também cita a receptividade de atletas vindos do Brasil: “Eles gostam muito de brasileiros, aqui tem muitos. Acham os brasileiros muito alegres e confiam muito em nós”, disse o brazuca.

O futebol, no entanto, não mexe somente com o brio dos multimilionários donos dos clubes. Bruno Lamas destacou que há muita intensidade nas arquibancadas e uma paixão que pulsa junto dos times: “Os torcedores são muito fanáticos. Não imaginava ser assim. Eles vibram muito com tudo que acontece no jogo e quando ganham fazem uma festa enorme”, relatou. 

UAE Pro League 

A liga nacional de maior importância nos Emirados Árabes é disputada desde 1973 e já teve sete campeões diferentes: Al-Ain, Al-Jazira, Al-Sharjah, Al-Wasi, Al-Wahda, Al-Shabab e Al-Nasr. O maior campeão é o Al-Ain, que já levantou a taça 13 vezes. 

Apesar do investimento pesado, os clubes emiradenses ainda não conseguiram se emparelhar com o futebol europeu em termos de qualidade técnica. Em 2018, pela primeira e única vez, um clube do Oriente Médio, justamente dos Emirados Árabes, conseguiu chegar à final do Mundial de Clubes da FIFA. Na ocasião, o Al-Ain eliminou o River Plate e foi facilmente superado pelo Real Madrid.

Os esforços para que o futebol decole, no entanto, não param. Recentemente, em 2018, a liga nacional aumentou limite de estrangeiros de até 21 anos nas equipes. A postura foi pensada visando naturalizações para a Copa do Mundo no Catar, que acontecerá em 2022. 

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