A palavra que pode resumir a temporada 2020-21 do Rennes é inconstância. O time tem grandes sequências (negativas e positivas) e não consegue definir uma direção nem obter tranquilidade. O fato de ter acumulado feitos históricos ao clube não foi suficiente e o técnico Julien Stéphan pediu demissão do cargo nesta segunda-feira (1º).

Julien Stéphan chegou ao Stade Rennais em 2012. Na equipe situada na Bretanha, chegou ainda jovem para treinar o time Sub-19. Com bom trabalho, foi promovido ao time B em 2015. Mais uma vez, três anos de trabalho. Em 60 jogos, foram 23 vitórias, 17 empates e 20 derrotas. No final de 2018, assumiu o time principal e escreveu seu nome nos mais belos e recentes escritos da história dos Estadistas. Ao todo foram 110 partidas, com 49 vitórias, 24 empates e 37 derrotas. Um trabalho que não era ruim, mas as graves oscilações foram determinantes para a saída do profissional de 40 anos.

Nesses anos à frente da equipe principal, classificou a equipe ao mata-mata da Uefa Europa League pela primeira vez. Venceu o primeiro jogo, mas foi derrotado e eliminado pelo Arsenal no segundo confronto. Em seguida, venceu a Copa da França de 2019, ficou com o vice-campeonato na Supercopa e disputou a fase de grupos da Uefa Champions League pela primeira vez na atual edição. Em seis jogos, apenas um ponto somado.

Tal desempenho prejudicou muito na disputa da Ligue 1 em vários momentos. Nas primeiras sete rodadas, enquanto dividia as atenções com a competição continental, venceu apenas um jogo. Após o fim da fase de grupos e a eliminação, engatou uma sequência de quatro vitórias seguidas ampliada em sete jogos de invencibilidade que colocaram o time na quarta posição. Porém, a gangorra voltou a descer. O Rennes não vence desde o último dia 17 de janeiro. Com cinco derrotas nos últimos sete jogos e a eliminação na Copa da França pelo Angers na estreia custaram a queda na tabela de classificação, além da demissão. Em comunicado divulgado em seu site oficial, o clube lamentou a saída, agradeceu por todo o trabalho e desejou sucesso na sequência da carreira.

Philippe Bizeul passa a comandar interinamente o Rennes | Divulgação/SRFC
Philippe Bizeul passa a comandar interinamente o Rennes | Divulgação/SRFC

“Esta manhã, o Stade Rennais F.C. tomou conhecimento da demissão do seu treinador Julien Stéphan. O clube gostaria de agradecer a Julien por estes nove anos passados no ‘Rouge et Noir’ e por todos os resultados excepcionais que obteve à frente da equipe profissional (classificação às fases eliminatórias da Uefa Europa League, conquista da Copa da França e finalista do Troféu dos Campeões em 2019, classificação à fase de grupos da Uefa Champions League em 2020). Todo o clube deseja o melhor para o restante de sua carreira e agradece mais uma vez por seu total envolvimento durante todos esses anos. Philippe Bizeul, assistente de Julien Stéphan, assumirá os treinamentos”, informou.

Temporariamente sob a batuta de Philippe Bizeul, profissional o qual o clube destacou seu certificado de treinador de futebol profissional (BEPF, em francês), o elenco liderado pelo lateral-esquerdo brasileiro Dalbert, os meias Nzonzi e Camavinga, além dos atacantes Hunou e Guirassy ocupa a nona posição na tabela de classificação, com 38 pontos e um jogo a menos em relação aos principais concorrentes. A equipe rubro-negra está a três pontos do Metz, quinto colocado e momentaneamente classificado à Uefa Europa Conference League, competição a ser iniciada na próxima temporada. O Stade Rennais volta a campo na quarta-feira (3), quando enfrenta o Olympique Lyonnais no Parc OL, em Lyon/FRA, às 15 horas.