Em menos de um mês chegaremos à quinta janela de verão europeu e com isso, a confirmação de um dos piores investimentos realizados pelo Everton FC nas últimas temporadas. Na janela em que o clube injetou cerca de 145 milhões de libras para montar um dos elencos mais promissores da Premier League, nas categorias de base os reforços de peso só trouxeram prejuízo ao clube e após o encerramento do contrato atual, seis jovens serão dispensados sem sequer jogarem uma partida pelo time inglês.

Noticiado pelo jornalista Phil Kirkbride, do Liverpool Echo, para a temporada 2017/18 o Everton foi um dos clubes mais ativos na janela de transferências inglesa. Com 17 reforços para o elenco principal, incluindo nomes como Sigurdsson - que custou 46 milhões de libras - Jordan Pickford, Klaassen e o retorno do ídolo Wayne Rooney, para a academia de juniores, Steve Walsh, o diretor responsável pelo futebol do clube sob orientação de David Unsworth, treinador sub-23, o Everton investiu em seis grandes contratações naquela oportunidade.

Equívocos

Antigo olheiro do Newcastle e Chelsea, Steve Walsh ganhou "carta branca" nos Toffees após o trabalho no Leicester City, quando o mesmo foi o responsável pela captação de N´Golo Kanté, Riyad Mahrez e Jamie Vardy ao clube. Seu prestígio era tanto que o Arsenal dispôs bancar 1 milhão de libras para trazer o observador, mas o mesmo parou em Goodison Park.

Na época, jovens da base do clube estavam ganhando mais destaque no time principal. Mason Holgate, Tyias Browning e Brandon Galloway foram usados com frequência na temporada anterior e estavam próximos de serem emprestados para jogarem com frequência.

Ao visar boas reposições, Walsh foi ao mercado. Na época, acertou com Josh Bowler (QPR), por 1,5 milhões de euros; Dennis Adeniran, ex-Fulham, por 4 milhões de libras; Nathangelo Makelo, vindo do FC Valendam e sem valores divulgados; Anton Donkor, ex-Wolfsburg, também sem valores revelados; Boris Mathis, vindo do Metz, sem custos; e por último Henry Onyekuru, ex-KAS Eupen, que custou 8 milhões de euros.

Inúteis

A começar por Onyekuru, o meia-atacante nigeriano havia sido uma das sensações da liga belga pelo modesto Eupen. Apesar do investimento elevado, foi repassado na mesma janela para o Anderlecht, posteriormente ao Galatasaray e por fim, vendido em 2019 ao Monaco por cerca de 13,5 milhões de euros. O maior reforço juvenil da época jamais entrou em campo pelo clube, tornando-se uma das grandes interrogações de 2017.

Makelo chegaria com bagagem das seleções de base da Holanda, apesar de jogar no pequeno Valendam. Encostado sem oportunidades, foi emprestado ao Twente nesta temporada, mas já tem o sinal de que tanto o clube holandês quanto inglês não bancarão sua contratação.

Dennis Adeniran era um dos nomes mais promissores para a base. Vindo do Fulham após marcar 8 gols em 18 partidas no time sub-18, não deslanchou no novo clube e por lá ficou nas categorias sub-21 e 23. Após quatro temporadas sem uso, foi repassado por empréstimo ao Wycombe, porém também não terá vínculo renovado.

Promessa alemã, Anton Donkor se destacou como lateral, ala e meia no Wolfsburg e já era convocado pelas seleções de base. Emprestado após figurar no time B alemão, foi contratado sem valores divulgados, porém repassado por empréstimos ao Carl Zeinss Arena, Hansa Rostock e Waldhof Manheim, onde está atualmente.

Josh Bowler foi um dos primeiros reforços. Ex-QPR, custou 1,5 milhão de euros e após ficar quatro temporadas sem encantar no time sub-23, na temporada passada foi emprestado ao Hull City, onde marcou apenas um gol em 31 jogos. De volta ao Everton, seguiu sem impressionar e será dispensado ao fim da temporada.

Por fim, Boris Mathis, outra esperança de gols na base. Vindo do Metz após iniciar na base do Lyon, chegou sem custos, porém foi integrado ao time sub-23 do Everton. Após o empréstimo ao Northampton, retornou para a equipe sub-21 e posteriormente foi repassado ao  Rodez e Villefranche. Perto do fim de contrato, não seguirá no clube.

Menção honrosa

Uma temporada antes, Lewis Gibson chegou do Newcastle por 500 mil libras. O promissor defensor tinha em sua cláusula, bônus que custariam até 6 milhões de libras aos Toffees, se cumprida. Após quatro temporadas variando times sub 21 e 23, foi emprestado ao Fleetwood e Reading, porém também não terá contrato renovado.

Sendo assim, ao todo sete jovens jogadores com menos de 23 anos sairão sem custos ao Everton. Longe de qualquer estreia no clube, as promessas estarão livres no mercado para tentarem uma nova chance, mesmo tendo trazido mais custos do que lucros ao tradicional time inglês.

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