Nesta terça-feira (29), a jogadora Giovana Queiroz, número 20 da Seleção Brasileira Feminina, e que atualmente atua pelo Levante U.D., emprestada pelo Barcelona, postou em seu Twitter uma carta aberta ao presidente do time catalão, clube onde atuou duas temporadas.

Na carta, Gio expõe a falta de apoio do time espanhol e as pressões que sofreu quando foi convocada para a Seleção Brasileira. Destaca como os dirigentes agiram de forma abusiva, recomendando ela a não atuar. Mesmo tendo dupla nacionalidade, ela escolheu representar o país brasileiro. "Primeiro recebi indicações de que jogar pela seleção brasileira não seria o melhor para o meu futuro dentro do clube . Apesar do desagradável e persistente assédio, não dei muita importância e atenção ao assunto", relata a atleta.

Queiroz também expõe que métodos arbitrários foram utilizados de forma que prejudicassem a mesma.

A atleta também expõe um dos fatos que mais repercutiu nas redes, o fato de ter de cumprir quarentena sem necessidade e "ilegal", por ordem do clube, em fevereiro de 2021. O departamento médico do Barcelona deu como justificativa de que a jogadora havia tido contato próximo com infectados.

"Como a ordem médica era contrária ao protocolo sanitário, contatei diretamente a secretaria de saúde da Catalunha e pedi esclarecimentos. A resposta foi clara e contundente: meu caso não era e nem poderia ser considerado como contato segundo o protocolo", escreve em nota. No qual, também relata que ao questionar sobre a quarentena, o dirigente responde que era autorizado a fazer um confinamento especial para ela.

Por conta da quarentena imposta, Gio não viajou junto à delegação e não pôde participar da final da Copa da Rainha. Ao fim do confinamento, a jogadora viajou com a seleção de seu país para a América do Norte, nos Estados Unidos. Ao retornar para a Espanha, relatou que foi punida pela direção do clube e foi punida por ter indisciplina e por isso seria afastada da equipe, sofrendo as devidas consequências.

"Foram situações humilhantes e vergonhosas durante meses dentro do clube. Ficou claro que ele queria destruir minha reputação, minar minha auto-estima, degradar minhas condições de trabalho, subestimar e subestimar minhas condições psicológicas. O fato de ser menor não parece ter sido um impedimento, um dilema moral para meu agressor. Certamente ele agiu com o sentimento de impunidade, que teve a proteção de sua posição dentro do Barcelona."

A jogadora expõe que o clube não é culpado pelos atos, mas sim o dirigente por agir com abuso de poder e impôr atos desnecessários para que fosse prejudicada.

Segundo o jornalista Marcelo Bechler, da TNT Sports, os relatos  feitos pela jogadora foram analisados pelo clube e pela Fifa, e ambos julgaram o caso favorável ao Barça.

Ambos veículos não se pronunciaram até o momento sobre o caso.