O ano foi sofrido, complicado para o torcedor do Figueirense, mas que terminou com festa e será eternizado na memória dos alvinegros (e dos avaianos) com um acesso que teve sua arrancada em um clássico surpreendente.

Catarinense sem brilho e Copa do Brasil decente

Com o rebaixamento para a Segundona em 2012, o torcedor alvinegro esperava uma resposta no Catarinense 2013. Com a volta de Adilson Batista, um técnico com carreira em grandes clubes do Brasil, o Figueirense alcançou a segunda colocação geral da fase classificatória e foi para as semifinais. Enfrentando a Chapecoense, o Furacão empatou na ida em casa, mas em Chapecó a vitória por 2 a 1, deu a vaga à final para a Chape. Assim, o jejum de títulos, que vem desde 2008, continou para o Figueira.

Na Copa do Brasil, a concorrência aumentada pelos times da Libertadores dava poucas chances ao Furacão de repetir a final de 2007. Mas, o Figueira fez seu papel eliminou a Desportiva Ferroviária-ES em jogo único (4x1) e passou também pelo Arapongas (0x0 e 3x1). Enfrentou o Botafogo na terceira fase e perdeu na ida por 1 a 0, mas devolveu o resultado no Orlando Scarpelli. Na decisão por pênaltis, os cariocas ficaram com a vaga vencendo por 5 a 4, e deixando a torcida frustrada por ver a vaga tão de perto.

Começo irregular e queda de Adilson

Experiente em times grandes, Adilson Batista veio para o Figueirense com a obrigação do acesso. E o começo foi bom: três vitórias nas três primeiras rodadas colocaram o Figueira na liderança até o momento. Porém, duas derrotas e um empate antes da Copa das Confederações tiraram o Alvinegro do G4. No retorno da Série B, o Figueirense foi se mantendo entre os quatro primeiros até a derrota contra o Joinville na décima segunda rodada. Para o G4 o Figueira não voltou com Adilson: as contusões de jogadores importantes (Ricardo Bueno, William Magrão, Rafael Costa e Ronaldo Três), a derrota no clássico para o Avaí, em casa por 3 a 1 e as constantes mudanças no time iam minando a permanência do treinador. A gota d'água foi a derrota para o então lanterna ABC por 3 a 2, na 16ª rodada: com protestos de torcedores no estádio, Adilson Batista foi demitido do Figueirense, deixando o time na 10ª posição, distante do acesso.

Adilson Batista não resistiu a pressão da torcida e foi demitido após 16 rodadas (Foto: Reprodução Facebook)

Novo técnico traz desconfiança e o acesso fica distante

Vinicius Eutrópio foi o escolhido para ser o sucessor de Adilson no cargo de técnico do Figueirense. Ex-jogador do time, o agora treinador chegava com respaldo de ídolo, e assumiu o time com vitória sobre o Oeste por 3 a 0, dentro de casa. Mas, o time não engrenava: ficou vagando entre a 7ª e a 11ª posição até a rodada 33 quando enfrentou o Avaí. O time chegou ao clássico com duas derrotas seguidas, 1 a 0 para Joinville e Icasa, enquanto o Leão, que jogava em casa era o 4º colocado, com sete pontos de vantagem.

Vitória no clásssico e arrancada para a Série A

Desacreditado, o discurso da torcedor era que "podemos não subir, mas vamos atrapalhar o Avaí". Nessa altura do campeonato o Figueirense tinha 46 pontos e era apenas o 10º colocado. Mas, diante de uma Ressacada lotada, a vitória veio, e por goleada: um 4 a 0 histórico, com todos os gols marcados no primeiro tempo. Os jogadores e a torcida comemoraram na casa do adversário como se fosse um título, mas mesmo assim o time azul continuava no G4.

Capa do Diário Catarinense brinca com a festa dos jogadores que, de cueca, comemoraram vitória no clássico contra o Avaí (Foto: Reprodução SporTV)

A situação era complicada para o Figueira: com 49 pontos, o time precisava de todos os pontos possíveis, e ainda ultrapassar seis times para chegar à Primeira Divisão. Mas, empolgados pela vitória no clássico, o Furacão venceu mais dois jogos seguidamente até empatar contra o Oeste em Itápolis po 2 a 2. Faltando duas rodadas pro fim do Campeonato, o Figueirense estava em sexto lugar, com 56 pontos e precisava secar Icasa e Ceará para chegar à Série A, e a vitória na penúltima rodada sobre o ASA por 2 a 0, aliada as derrotas do Icasa (1x2 Chapecoense) e Ceará (1x4 Palmeiras) recolocoram o Figueira na zona de acesso 26 rodadas depois.

Para enfrentar o Bragantino na última rodada o Figueira dependia só de si e a torcida se mobilizou: mais de 2500 alvinegros viajaram para Bragança e assistiram o empate do Figueira em 1 a 1. Foi o suficiente: Icasa e Ceará mais uma vez perderam, e o Alvinegro pode comemorar o acesso que parecia impossível sete rodadas antes. Assim, terminando em quarto lugar, com 60 pontos, o Figueira se juntou aos catarinenses Chapecoense e Criciúma na Série A, e deixou o arquirrival Avaí amargando mais uma vez a Segundona.

Festa de Éverton Santos: ele marcou o gol do empate com o Bragantino em 1 a 1 que garantiu o acesso pro Figueira (Foto: Luís Moura / Gazeta Press)

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