Todos os jogadores estão suscetíveis a lesões graves. Uns mais do que os outros, mas nenhum escapa. Com Douglas Arruda, jogador do 14 de Julho, não foi diferente. Durante uma partida da terceira divisão do Rio Grande do Sul em outubro do ano passado, o atleta sofreu uma ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho (LCA) e até hoje não foi operado. Para que seu caso fosse solicionado, Douglas criou uma rifa no valor de R$ 10 para que consigam a quantia de R$ 6.500. Em entrevista à VAVEL Brasil, ele falou sobre o ocorrido. 
 
A lesão
 
A grave lesão veio em uma situação normal de jogo. Douglas estava em disputa de bola com Flaviano, do Garibaldi. Ao dar jogo de corpo e tomar a frente do adversário, percebeu que algo estava errado.
 
- Quando fui proteger a bola, tranquei o pé e deu um estouro. Achei que fosse com o tornozelo. Tentei voltar, mas no lance seguinte ocorreu um novo estouro e eu percebi que era sério - disse o jogador.
 
Após isto, Douglas pediu para que o clube o levasse ao hospital, mas ouviu uma negativa. A consulta só ocorreu pois o jogador foi atrás, mesmo com pouca mobilidade.
 
- Eu pedi para me levarem ao hospital, só que disseram que não adiantaria nada, que seria a mesma coisa que no dia seguinte. No outro dia, fiquei atirado esperando alguém me procurar, coisa que não aconteceu. Eu tive que ir atrás deles quase sem conseguir caminhar. Só aí realizaram meus exames.
 
Douglas, que teve o contrato na FGF (Federação Gaúcha de Futebol) encerrado, ainda continua como funcionário do 14 de Julho, mas não recebe nada. Segundo ele, o clube nem sabe da existência da rifa para cobrir os gastos da cirurgia. Além disso, o jogador também não recebeu o 13º salário, que era seu direito.
 
O clube recentemente trocou de presidência. Cláudio Milan, novo mandatário, já foi procurado. Mas ainda não houve acertos entre as partes. 
 
- Da forma como eles são, nem sabem e nem fazem questão de saber da rifa. Não pagaram nem o meu 13º. Nem com um salário mínimo estão me auxiliando. Já cheguei a conversar com o novo presidente, que parece ser uma pessoa transparente, mas isso não resolve meu problema. Ele me pediu mais tempo, no entanto, minha família precisa comer e eu preciso pagar minhas contas.
 
Douglas quer abrir os olhos da FGF e de seus companheiros de profissão, principalmente com os clubes e para que  exista o bom senso também nas divisões inferiores. Inclusive, o atleta já cogitou apelar ao Bom Senso FC, mas não soube onde conseguir contato.
 
- Eu quero abrir os olhos da Federação Gaúcha de Futebol e dos meus companheiros. Como um clube assim ainda está aberto? Já pensei em pedir ajuda ao Bom Senso FC, mas eu nem sei como chegar até eles, pra dizer a verdade. Se eu soubesse, com certeza eu iria atrás. 
 
Para que casos como o seu não voltem a se repetir no estado, o atleta tem um plano formado. Sugere que o clube pague INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) aos jogadores e que a FGF tenha médicos que atendam todos os clubes do interior sem custos. O atleta ainda sugere um boicote à Terceirona Gaúcha.
 
- Todos os clubes deveriam ser obrigados a pagar o INSS. A FGF deveria ter médicos que atendessem todos os clubes do interior sem custos, de maneira bem específica. Machucou? Avisa a FGF, comprova e opera. Mas o bom senso acontece apenas para quem está no Grêmio ou Inter. Também sou a favor de boicotar a  Terceirona, pois acontece cada coisa que nem mesmo no amador ainda existe. 
 
Apesar de todas as dificuldades encontradas, Douglas ainda sonha em voltar a jogar em um clube onde seja valorizado e respeitado, como todos jogadores merecem.
 
- Voltar a jogar é questão de honra. Espero voltar bem e em um time que me dê condições, mas sei que não vai ser fácil.
 
Como ajudar
 
Para custear a operação, Douglas criou uma rifa no valor de dez reais. Segundo o atleta, as vendas estão dando resultado, mas ainda faltam 400 números para realizar a cirurgia. O objetivo é conseguir R$ 6.500, e o prêmio da rifa é um celular no valor de R$ 300 -- O sorteio será realizado no dia 8 de março. No entanto, também há como ajudar Douglas com depósitos bancários ou acertar alguma forma de ajuda por telefone.
 
"São três meses que machuquei meu joelho. Como sabem, o clube não me deu nenhuma assistência, e por isso resolvi fazer uma rifa e tentar levantar o valor necessário", disse o atleta. "Quem quiser ajudar, por favor. É de extrema importância para mim e minha família, para que eu possa voltar a jogar futebol. Sei que R$ 10 é um valor alto, mas peço de coração, porque não tenho o dinheiro necessário", completou Douglas.
 
CONTATOS
(51) 8580 5823
(51) 9298 7058
(53) 8132 8627
 
CONTA BANCÁRIA
Banco Bradesco
Agência: 2907-6
Conta Poupança: 0014657-9
CPF: 01881878040
VAVEL Logo
Sobre o autor
Talisson Ferreira
Fanático por futebol, principalmente por aquele que foge das grandes mídias. Acredito que esse esporte é o que movimenta nosso planeta.