Atualmente com 44 anos, Túlio Maravilha caminhou muito até chegar ao gol de número 1000 e escreveu seu nome na história do futebol brasileiro. Diante de uma carreira longa, não foram poucos os feitos do goleador e, com este acúmulo de realizações, houve também acúmulo de polêmicas, o que apenas consagrou o jogador que se eternizou de vez no folclore do tão adorado esporte bretão.

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Goleador nato, o atacante Túlio começou a carreira em 1987, pelo Goiás. Com apenas 18 anos, foi artilheiro do Estadual Juvenil, com 22 gols. Luis Felipe Scolari, atual técnico da Seleção Brasileira, comandava o time principal e logo promoveu o menino prodígio.

Aos 20 anos, Túlio foi artilheiro do Brasileirão de 1989 e já carregava o tri do Campeonato Goiano. Seu desempenho chamou a atenção de times estrangeiros e muitas propostas surgiram. Em 1992, o jogador acabou se transferindo para o Sion, da Suíça, onde conquistou o campeonato nacional. Apesar disso, Túlio afirmou que a passagem foi “um atraso” na sua carreira e “só serviu pra ganhar dinheiro”.

Em 1994, retornou ao Brasil, para atuar no Botafogo. E começou com o pé direito. Logo na estreia contra o América, fez 3 gols e já mostrava que vinha para ser o ídolo da torcida alvinegra. No mesmo ano, foi artilheiro do Brasileirão, mas sua maior conquista pelo Glorioso veio um ano depois. Em 1995, Túlio levou o Botafogo ao título de Campeão Brasileiro. Vestindo a mística camisa 7 alvinegra, terminou novamente como o artilheiro da competição, com 23 gols marcados, sendo dois deles nos jogos da final diante do Santos. 

A boa fase no time de General Severiano rendeu a convocação para a Seleção Brasileira que disputou a Copa América de 1995. Com a amarelinha, Túlio Maravilha disputou 14 partidas entre os anos 1991 e 1995. Foram 10 vitórias, 4 empates e 8 gols. Túlio jamais perdeu uma partida vestindo a camisa brasileira.

Após bela campanha pelo Alvinegro, o jogador se transferiu para o futebol paulista. Túlio foi a maior contratação feita pelo Corinthians no ano de 1997. Naquele ano, o clube do Parque São Jorge firmou uma parceria com o Banco Excel, que contribuiu financeiramente em reforços. Por aproximadamente US$ 6 milhões Túlio trocou o alvinegro carioca pelo Corinthians.

No time paulista, foi artilheiro do estadual de 1997, mesmo tendo ficado a maior parte no banco. Com apenas 33 jogos pelo Timão, Túlio acertou sua ida ao Vitória, onde fez dupla com Bebeto, mas logo foi negociado novamente com o Botafogo.

Em sua segunda passagem pelo Glorioso, voltou a atacar ao lado de Bebeto e, juntos, foram campeões do Torneio Rio-São Paulo. Em 1999, se transferiu para o rival Fluminense. Pelo tricolor carioca, foram apenas 10 gols marcados.

Desde então, teve passagens por vários clubes, como o goiano Vila Nova e o Cruzeiro, onde marcou o gol 500 da carreira.

Em 2000, Tulio foi para o São Caetano, ajudando o time a subir para a primeira divisão do Paulistão. Foram 6 meses no clube, onde foi campeão e artilheiro da Série A2, com 18 gols. Na partida em que decidiria o campeão, Túlio simplesmente fez um gol de bicicleta contra o Etti (atualmente chamado Paulista), garantindo assim o retorno do clube do ABC paulista à elite.

Depois de sair do São Caetano, acertou seu segundo retorno ao Botafogo, onde disputou apenas 14 partidas. Em 2001, jogou pelo Santa Cruz e pelo goiano Vila Nova, até se transferir para o futebol turco.

No Újpest, Tulio marcou 40 gols em apenas 6 meses e voltou ao Brasil para atuar pelo Brasiliense. Como de praxe, foi artilheiro e campeão brasileiro, dessa vez pela série C.

O gol 600 foi feito quando jogava pelo Atlético Goianiense, também na série C do Brasileirão. Após rápida passagem pelo Tupy, de Juiz de Fora, Tulio surpreendeu a todos e pousou nu em uma revista masculina.

Em 2004, foi para a Bolívia, onde atuou no Jorge Wilstermann, que disputava a Libertadores. O time não teve muito sucesso e foi eliminado logo na primeira fase. Lá, levantou o caneco da Aerosul e foi artilheiro da equipe com 6 gols.

No retorno ao Brasil, jogou pelo Anapolina; no ano seguinte foi a vez do carioca Volta Redonda, onde levou o time à decisão do estadual contra o Fluminense. A equipe perdeu o segundo jogo e o Tricolor das Laranjeiras faturou o título.

Ainda em 2004, Tulio teve uma curta passagem pelo Juventude, que disputava o Campeonato Brasileiro. Foram 12 jogos disputados e 2 gols marcados.

Após sair do clube gaúcho, foi para o Al-Shabab, da Arábia Saudita, mas não disputou nenhuma partida. Voltou novamente para o Brasil, em 2006, para atuar pelo Volta Redonda e Fast. Foi para o goiano Canedense, onde disputou a segunda divisão do Campeonato Goiano e marcou 9 gols em 6 jogos, levando o clube para a elite do estadual.

No mesmo ano, fechou com o Itaçuense para disputar a terceira divisão do Goiano e, mais uma vez, foi campeão e artilheiro da competição.

Segundo sua contagem, o gol 700 foi marcado no seu retorno ao Canedense, Com a camisa do clube goiano, foram 25 gols em 23 jogos.

Em 2007, retornou ao Vila Nova para disputa da Série C do Brasileirão. Com 27 gols marcados, foi artilheiro da competição e ajudou o time a subir para Série B.

No ano seguinte, porém, viu a chance de subir à elite escapar, mesmo sendo o artilheiro, e foi dispensado do clube.

Ainda no futebol goiano, foi contratado pelo Itumbiara, em 2009. A escolha envolvia a política, já que declarou que teria que jogar em clube de Goiás para exercer o mandato de vereador.

Após a eliminação da equipe no estadual, foi transferido para o Goiânia, onde fez uma campanha ruim. Logo após a rápida passagem, foi para o Botafogo... de Brasília, que é uma filial do alvinegro carioca. Em busca do gol 900, Tulio levou o time para a Série A, onde perdeu a decisão para o Ceilandense. Chegou ao gol 899 e marcou o 900 no ano seguinte.

Desde 2010, foram ao menos 17 clubes que receberam o irreverente jogador. O sonho do atacante era marcar seu milésimo gol pelo Botafogo, clube em que foi campeão brasileiro e tem um carinho enorme. Ele chegou a acertar com a diretoria alvinegra e foi apresentado em 27 de agosto de 2012.

O projeto chamado “Tulio a 1000” dava ao jogador a chance de marcar os sete gols restantes para o milésimo. Tulio chegou a ser inscrito no Campeonato Brasileiro, mas só jogaria pela equipe principal quando chegasse ao gol 999.

No entanto, o jogador só atuou em quatro partidas, com 5 gols marcados, e seu contrato chegou ao fim. Na última partida, marcou dois gols contra o Rio Branco, em um amistoso que contou com falta de luz, time adversário com ex-jogadores e o uniforme do clube onde atua o lateral Wederson, organizador do evento. Depois, fez mais três contra o Santos de Angola, dois deles em cobranças de pênaltis, com marcações polêmicas que irritaram os adversários.

Tulio veio a público e culpou o clube pelo fracasso do projeto. "O único responsável pelo projeto do gol mil se chama Botafogo. Não conheço terceiros como intermediários do projeto. Espero ter sido bem claro. Botafogo o ÚNICO responsável pelo projeto falido", disse Tulio, em sua conta nas redes sociais.

Aos 44 anos, Tulio acertou um contrato de 5 jogos pelo Araxá, em busca do seu milésimo gol. Logo na estreia, marcou o tão esperado gol mil de sua carreira. O atacante, porém, disse que continua a disposição do time para cumprir os 4 jogos restantes.

Ídolo da torcida alvinegra, o jogador não esconde a vontade de encerrar a carreira no clube que o consagrou. Por conta do desentendimento que teve com o presidente Mauricio Assumpção, afirmou que vai esperar o fim de seu mandato para fazer um jogo de despedida pelo Botafogo.

Foram 26 anos de carreira, jogados em 28 clubes, com diversas atuações pela Seleção Brasileira, mais de 20 títulos e 1000 gols marcados, segundo suas contas. Artilheiro e irreverente, Tulio Maravilha escreveu seu nome na história do futebol brasileiro.

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