Há 46 anos, o São Paulo Futebol Clube se sagrava campeão paulista pela segunda vez e também campeão pela primeira vez em sua casa, o estádio Cícero Pompeu de Toledo, o famoso Morumbi.

Além de ser histórico e de incalculável importância para o lado tricolor da capital, o estadual daquele ano também é ressaltado por ter a emoção como uma de suas principais características. Muito devido ao regulamento, que totalmente diferente do que é hoje, permitia que doze clubes disputassem a fase final, seis teriam que se classificar, e os outros seis, que eram os grandes do estado, entravam apenas na segunda fase, por disputarem o Campeonato Brasileiro. Era o São Paulo de Pedro Rocha, o Corinthians de Rivelino, o Palmeiras de Ademir da Guia, o famoso Santos de Pelé, a Portuguesa e a Ponte Preta.

Entenda o regulamento

O torneio era dividido por três fases, a primeira, era disputada por 17 clubes, exceto os 6 que disputavam o Brasileirão - os chamados ''grandes'' -, que só entravam na segunda fase. Os demais 11 jogavam entre si, turno e returno. Os 6 primeiros se classificavam para a segunda fase, onde encontravam os times do Brasileirão, e disputavam turno e returno, o primeiro colocado, obviamente se sagrava campeão.

Tendo isso em conta, a disputa final pelo título ficou entre os cinco maiores clubes do estado, citados no segundo parágrafo do texto. O São Paulo, que era o atual campeão e também vice campeão brasileiro, se manteve na liderança, de forma tranquila, até a metade do returno, mas ainda assim seguido pelos rivais. Aos poucos, a briga pela ponta foi se tornando maior, e o forte Corinthians de Rivelino ameaçou a liderança tricolor após vitória da equipe do Parque São Jorge na reta final. No entanto, o famoso Santos de Pelé, Carlos Alberto Torres e companhia, que precisava vencer os quatro jogos restantes e torcer para a não-pontuação do Tricolor do Morumbi, saiu da disputa, assim como a Portuguesa.

Nas rodadas seguintes, a disputa foi afunilando, e apenas São Paulo e Palmeiras sobreviveram. O Corinthians ficou sem chances matemáticas após ver a vitória do líder sobre a Portuguesa. Assim, se garantindo na terceira posição do Campeonato, até mesmo na frente do Santos, que era um dos principais candidatos ao título, no inicio da competição.

As últimas rodadas foram de exagerada emoção. O Palmeiras tinha 28 pontos, o São Paulo 30 e ambos tinham chances de chegar aos 36 pontos. O time alvi-verde tinha dois jogos a mais que o líder da competição, e as equipes se enfrentariam na última rodada. O Tricolor cumpriu sua tabela, com uma vitória sobre a Portuguesa. E o time do Parque Antártica com duas vitórias frente a São Bento e Ferroviária e um empate com o arqui-inimigo Corinthians. A última rodada ficou da seguinte forma: São Paulo, o líder, tinha 34 pontos, e o Palmeiras, 33.

A decisão foi pra lá de polêmica. São Paulo e Palmeiras fizeram jogo bastante disputado no Morumbi. O tricolor saiu na frente, com o atacante Toninho Guerreiro, e foi para o segundo tempo em vantagem. Na segunda etapa houve o lance que até hoje é comentado quando o assunto é a final do Campeonato Paulista de 1971: Leivinha, do Palmeiras, marcou um gol, mas anulado de forma irregular pelo árbitro da partida. O Palmeiras, sem forças para buscar um empate, viu o São Paulo se sagrar campeão Paulista pela segunda vez. E campeão de forma, até então, inédita, no Cícero Pompeu de Toledo.

A equipe campeã (Foto: Tricolor Mania)

A classificação final do Campeonato Paulista de 1971:

Times PG J V E D GP GC SG
1º São Paulo 36 22 17 2 3 39 17 22
2º Palmeiras 33 22 15 3 4 55 22 33
3º Corinthians 28 22 10 8 4 36 21 15
4º Santos 28 22 10 8 4 29 23 6
5º Portuguesa 28 22 12 4 6 40 28 12
6º Ponte Preta 22 22 9 4 9 22 19 3
7º Ferroviária 22 22 7 8 7 31 29 2
8º Guarani 19 22 5 9 8 22 29 -7
9º Juventus 16 22 6 4 12 21 36 -15
10º Botafogo-SP 13 22 3 7 12 19 38 -19
11º Paulista 11 22 3 5 14 19 37 -18
12º São Bento 8 22 2 4 16 14 48 -34