Brasil e Alemanha disputarão uma das semifinais da Copa do Mundo 2014 nesta terça-feira (8), às 17h, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. O outro confronto é entre Argentina e Holanda, na quarta-feira (9), também às 17h, na Arena Corinthians, em São Paulo.

Brasil e Alemanha já se enfrentaram 21 vezes, com 12 vitórias brasileiras, apenas quatro alemãs e cinco empates - dando vantagem ao Brasil. No confronto de 2002, o placar foi 2 a 0 contra os alemães na final da Copa, que deu ao Brasil o pentacampeonato.

David Luiz e Thiago Silva mostraram ser a dupla mais versátil e segura da Copa. Mesmo sem Thiago, suspenso, a zaga deve ser composta por David e Dante, que conhece a fundo os alemães.

Diante de Argélia e França, a Alemanha não impressionou e ganhou pela vantagem mínima. Até esteve melhor organizada contra os franceses, mas está longe de mostrar aquele futebol que desfilou contra Portugal, na estreia.

A Fifa confirmou os uniformes da semifinal de terça-feira, no Mineirão, entre Brasil e Alemanha. A Alemanha entrará em campo com o segundo uniforme, com listras em vermelho e preto, muito parecido ao do Flamengo até nos calções escuros, o mesmo adotado contra os Estados Unidos.

A Seleção brasileira jogará com o seu uniforme principal, por ser o time A na hierarquia dos jogos, definida previamente no organograma das partidas do Mundial. Virá de camisa amarela, calções azuis e meias brancas.

O mexicano Marco Rodríguez, de 40 anos, será o responsável por apitar o duelo. Neste Mundial, o árbitro comandou a polêmica vitória do Uruguai sobre a Itália por 1 a 0, na fase de grupos. O jogo ficou marcado pela mordida de Luis Suárez no ombro do zagueiro Chiellini. Ele apenas conversou com o atacante uruguaio após o lance e não o puniu com cartão.

Rodríguez, que está em sua terceira Copa do Mundo, terá como auxiliares os compatriotas Marvin Torrentera e Marcos Quintero, que também estiveram com ele na partida entre uruguaios e italianos. Além deste jogo, o trio trabalhou na vitória da Bélgica sobre a Argélia por 2 a 1, na rodada de abertura.

Dante entra na vaga de Thiago Silva, mas substituto de Neymar ainda é mistério

Após ficarem fora da partida contra a Colômbia, Luiz Gustavo e Daniel Alves começaram entre os titulares no treinamento na Granja Comary, na manhã desta segunda-feira (7). Em seguida, porém, Felipão fez diversas mudanças e deixou um mistério no ar sobre qual será a formação para o jogo contra a Alemanha.

Na última atividade da Seleção antes de embarcar para Belo Horizonte, palco do confronto das semifinais, nesta terça-feira, a única alteração que pareceu garantida foi a entrada de Dante no lugar de Thiago Silva, suspenso pelo segundo cartão amarelo. Sem Neymar, fora da Copa do Mundo devido a uma lesão na terceira vértebra lombar, o suspense sobre quem assume a vaga aberta entre os 11 continua.

Apenas com o time titular em um dos campos da Granja Comary, em Teresópolis, com adversário fantasma, a principal preocupação do treinador foi com o posicionamento da Seleção brasileira.

O primeiro time montado, que pode ser o titular diante da Alemanha, foi formado por Julio César, Daniel Alves, David Luiz, Dante e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho, Paulinho e Oscar; Hulk e Fred. Depois, Paulinho saiu para a entrada de Willian. Com quase 30 minutos, o treinador escalou Bernard e Maicon para as posições de Oscar e Daniel Alves, respectivamente, porém, essas seriam alternativas para o decorrer do jogo. E, quase no fim, entrou na vaga de Fred.

Sem Neymar, Fred é a esperança da seleção brasileira (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

A Seleção brasileira desembarcou em Belo Horizonte às 17h55 (de Brasília) desta segunda-feira. Jogadores e membros da comissão técnica desceram no Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, na Pampulha. O avião trazia uma homenagem a Neymar, com a expressão "# é Tóiss" gravada na sua parte externa.

O técnico da Seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, concedeu entrevista coletiva oficial pré-jogo da Fifa, nesta segunda-feira, no Mineirão. E, como não poderia deixar de ser, comentou a saída de Neymar do grupo, por conta de lesão, e prometeu que a equipe também irá jogar nesta semifinal, contra a Alemanha, pelo seu camisa 10, que está fora da Copa do Mundo.

"A motivação adicional que nós temos que acrescentar é a passagem, a cada jogo, de uma etapa. Naturalmente que o Neymar, aos nos deixar, deixou muito dele conosco, e levou muito de nós com ele. Nós já terminamos essa fase de envolvimento, desse aspecto que ficamos tristes, desde que sabíamos que não poderíamos ter mais o Neymar, e ele na primeira oportunidade depois de estar mais tranquilo, nas manifestações e jeito de conversar, fez com que os jogadores entendessem que a parte dele ele tinha feito e agora é a nossa parte que temos que fazer. A minha, dos jogadores e de todo o povo brasileiro. Nós não vamos estar jogando apenas por nós, por nosso país, por tudo que imaginamos e sonhamos, mas também pelo Neymar, por tudo o que fez por nós", comentou o técnico.

Felipão ainda não divulgou como vai montar a equipe brasileira para a decisiva partida contra a Alemanha. A decisão, inclusive, já foi tomada, mas não foi revelada na coletiva.

"Eu já tenho, mas não vou divulgar", afirmou o treinador.

Scolari também pregou respeito à equipe alemã, mas afirmou que a Seleção brasileira tem seu estilo de jogar e irá se impor.

"Temos que respeitar a equipe da Alemanha, pelo que fez, faz e pela forma como joga. Mas não podemos respeitar sem nos impormos. Nossa maneira de jogar é definida antes do jogo, embora o adversário vá se portar assim ou assado, e nós vamos fazer nosso jogo. Podemos criar uma dificuldade para a Alemanha. Temos um padrão de jogo e vamos tentar impor. Já definimos nos nossos treinamentos com a equipe, não vou falar aqui qual vai ser", disse Felipão.

O zagueiro Thiago Silva, que nesta terça-feira vai assistir das tribunas ao jogo contra a Alemanha pelas semifinais da Copa, demonstrou sua insatisfação pela joelhada de Zúñiga, que tirou Neymar da Copa do Mundo.

"A entrada foi um pouco covarde. Aquilo não foi um lance normal. Eu sou um zagueiro, sei como marcar. E aquilo não existe, tentar passar por dentro das costas de outro jogador com o joelho. A não ser que você esteja com o pensamento de atingir", criticou o zagueiro.

A CBF tentou, sem sucesso, tirar o cartão amarelo que Thiago Silva levou no jogo contra a Colômbia, para que ele pudesse atuar contra a Alemanha. A Fifa negou o pedido do Brasil. O camisa 3 reclamou do cartão, afirmando que não quis tirar a bola do goleiro Ospina.

"A minha missão não acabou na competição. Estou muito tranquilo, até porque em nenhum momento eu quis tirar a bola do goleiro. Eu estava com cartão amarelo, eu não sou um juvenil, estava evitando fazer falta por causa do amarelo. Nem me lembro de outras faltas no cartão amarelo. Você vai ficar fora, vai sofrer, é normal. Mas estou confiante em quem vai jogar. Independente de quem ele colocar em campo, a gente vai estar bem representado", comentou Thiago Silva.

Löw também faz mistérios quanto a equipe titular

A Alemanha dorme nesta segunda-feira certamente ciente do time que mandará a campo para encarar o Brasil, mas sem tornar pública a escalação. A estratégia é deixar alguma pulga atrás da orelha de Felipão. Afinal, há duas possibilidades de variações no time: uma envolvendo Lahm, outra referente a Klose.

O centroavante, que pode quebrar o recorde de gols de Ronaldo em Copas do Mundo (15), começou como titular na vitória de 1 a 0 sobre a França, mas não teve bom rendimento - justamente em dia de atuação sólida dos alemães. Por isso, pode dar lugar a um jogador de maior movimentação. É o caso de Schürrle, seu substituto no jogo do Maracanã.

Com Lahm, é total a tendência de manutenção na lateral-direita. Foi assim contra a França. Na primeira fase, porém, para amenizar o déficit físico de Khedira e Schweinsteiger, ele reforçou o meio-campo do time - com Boateng na lateral.

Joachim Löw sentou-se na sala de entrevistas do Mineirão repleta de jornalistas e, antes de qualquer pergunta, puxou o microfone e fez um pequeno comunicado: "Bem, antes de falarmos sobre nós mesmos queria dizer algo sobre o Neymar. Sentimos muito por nós e pela seleção o fato de ele estar lesionado. É algo sério para ele, para o time e o país. Situação terrível, teríamos adorado vê-lo no campo durante a Copa e gostaria de desejar uma boa e rápida recuperação. Espero que volte em breve".

Löw também falou sobre a arbitragem da Copa, ressaltando que tem que haver uma proteção aos jogadores, já que tem acontecido muitas faltas duras.

"Tivemos jogos que foram muito bem jogados, de forma normal, ritmo normal. Mas no último Brasil x Colômbia acho que aquilo foi uma luta, com várias faltas de ambos os times e não apenas aquela falta contra Neymar, mas muitas outras também que aconteceram. Acho que foram 38 ou 39 minutos de pausas por conta das faltas. Eu não acho que os torcedores possam gostar de um jogo que para toda hora. Espero que os árbitros apresentem os seus critérios amanhã (terça-feira). Vi muitos carrinhos por trás, faltas perigosas mesmo. Temos de proteger os jogadores. É importante para todos que trabalham com o futebol", lembrou o técnico.

Sobre a Alemanha ser favorita, levando em consideração o desfalque do capitão Thiago Silva, suspenso, Löw desconversou.

"Não, com certeza não. Você não deve acreditar que a ausência de Neymar e Thiago Silva seja desvantagem para o Brasil. Dante deverá jogar, não podemos esperar que o Dante fará um jogo ruim contra a Alemanha. Ele é um excelente jogador e outros jogadores irão se sentir mais liberados, isso acontece com todas as seleções. Tenho a certeza de que vão lutar pelo Neymar, pelo país, para ter certeza de que o Brasil siga sendo favorito nas semifinais. São 200 milhões de torcedores no país, não estão jogando apenas no campo, é o país inteiro. Isso está soltando a energia, é algo singular para o time", afirmou Löw.

Sentado ao lado do técnico Joachim Löw, Jerome Boateng não fez cerimônia ao ser questionado se prefere atuar como zagueiro ou na lateral-direita, setor onde atuou nos três jogos da primeira fase da Copa do Mundo. O jogador deixou claro que, diante do Brasil, gostaria de atuar como beque, posição que ocupa no Bayern de Munique - ao lado do brasileiro Dante, substituto do capitão Thiago Silva.

"Na realidade o que passou não faz diferença, já mudou, hoje eu sou um melhor jogador na zaga", definiu o jogador.

Boateng indicou, assim, que Lahm deve ser mantido na lateral-direita, e não como volante, como ocorreu na primeira fase. Boateng formaria dupla com Hummels, com Höwedes completando a defesa, na lateral-esquerda. Mertesacker ficaria no banco.