Depois de ser eliminado de forma traumática na Pré-Libertadores pelo Tolima, da Colômbia, em 2011, Tite ficou na corda bamba e por muito pouco não deixou o comando técnico do Timão. Andrés Sanchez, presidente do clube na ocasião, bancou a permanência do treinador, e talvez tenha tido a decisão mais acertada da história do Sport Club Corinthians Paulista. Meses depois, o alvinegro viria a conquistar o Brasileirão pela quinta vez em sua história. No ano seguinte, sagraria-se campeão da Libertadores, quebrando uma escrita que sempre incomodou a torcida (Único dos quatro grandes paulistas sem o título continental), e no fim daquele ano, o clube conquistaria o mundo em Yokohama, no Japão, em decisão emocionante contra o poderoso Chelsea, da Inglaterra.

A caminhada em 2011 foi longa e cheia de percalços. Ao todo, o clube obteve 21 vitórias, 8 empates e 9 derrotas em sua campanha vitoriosa. Com 71 pontos, terminou a competição dois degraus acima do vice-campeão, o Vasco da Gama, com 69. Marca registrada nos times comandados por Tite, o clube terminou com a melhor defesa da competição. Foram apenas 36 gols sofridos. Três a menos do que o rival Palmeiras, que foi a segunda melhor. O título veio após um empate de 0 a 0 contra o Verdão, em clássico disputado no Pacaembu. A partida tinha ingredientes que deixaram o título ainda mais saboroso. Sócrates, ídolo da Nação Corintiana, havia falecido, vítima de uma hemorragia digestiva provocada pelo excesso de bebida alcóolica. Como o próprio jogador declarou em 1983, que gostaria de morrer em um domingo e com Corinthians campeão, a previsão concretizou-se. E assim foi feito.

O início arrasador com 7 vitórias consecutivas já dava sinais de que o Corinthians seria um dos fortes candidatos ao caneco. Entre elas, a vitória marcante sobre o São Paulo por 5 a 0, com direito a frango de Rogério Ceni, é guardada com carinho na memória dos torcedores. Após alguns altos e baixos na competição e momentos de crise, o Timão se manteve forte na luta pelo título, mas sempre seguido de perto pelo Vasco e, na reta final, pelo Fluminense, que arrancou no segundo turno e chegou a brigar pela taça até a penúltima rodada, mas não foi capaz de alcançar o líder.

O título veio. O dia 04 de dezembro de 2011 está marcado na história do clube tanto para o bem, quanto para o mal. A morte de Sócrates deixou um vazio no peito de cada coração corintiano. Vazio esse que nunca foi e nunca será preenchido. No entanto, o pentacampeonato brasileiro serviu de alento, mas muito mais do que isso. Serviu também como uma forma de homenagear o ídolo que tantas alegrias deu ao clube em sua época de jogador. O que ninguém poderia prever era que o resultado marcaria o início de uma era gloriosa na história do Corinthians, que se estende até os dias de hoje. Como diz o hino: ''Figuras entre os primeiros do nosso esporte bretão''. E parece que figurará por um bom tempo.