Denominado Clássico da Saudade, Palmeiras e Santos fazem uma das maiores rivalidades do país e, neste domingo, as duas equipes voltam a se enfrentar na semifinal do Campeonato Paulista, e a VAVEL Brasil listou alguns jogos históricos que compõem a história do futebol.

No ano passado, a rivalidade foi aflorada com as duas equipes disputando as finais do Paulistão e da Copa do Brasil. O Santos foi o campeão do estadual ganhando nos pênaltis, gerando uma enorme rivalidade entre os jogadores, principalmente entre Fernando Prass e Ricardo Oliveira.

Em dezembro de 2015, as duas equipes disputaram uma nova final,desta vez valendo a Copa do Brasil,. O Verdão venceu também nos pênaltis e, na comemoração, os atletas ironizaram Ricardo Oliveira, crescendo ainda mais a rivalidade.

Palmeiras e Santos se enfrentaram 313 vezes, onde foram 132 vitórias para o Verdão, 81 empates e 100 vitórias para o Peixe. O Clássico da Saudade chegou a parar o país, na época do Santos de Pelé e das Academias do Palmeiras. A VAVEL Brasil listou cinco grandes clássicos entre Palmeiras e Santos. Confira:

13 de abril de 1955: Palmeiras 4x4 Santos - Torneio Rio São Paulo

Até hoje este jogo foi o empate com o maior saldo de gols entre as duas equipes. Em partida válida pela terceira rodada do Torneio Rio São Paulo de 1955, Palmeiras e Santos se enfrentaram no estádio do Pacaembu que recebia um grande público e uma ótima partida de futebol.

O Palmeiras tinha um bom time com grandes jogadores, como Waldemar Fiúme, um dos ídolos do clube, o atacante Liminha, o qual marcou 106 gols pelo Palmeiras. O Santos tinha o ótimo goleiro Manga, que atuou pelo Peixe durante dez anos e o Canhão da Vila, Pepe, o segundo maior artilheiro da história do Santos.

O time do Palmeiras em 1955
O time do Palmeiras em 1955

Foi um jogo emocionante. O Santos abriu o placar com Pepe aos 20 minutos e mal deu tempo do Peixe comemorar quando, aos 24, Liminha empatou para o Palmeiras. Depois de três minutos Rodrigues virou a partida para o Verdão. Mas o Santos se recuperou e empatou o jogo com Del Vecchio aos 32. No final da primeira etapa Nei deixou o Palmeiras na vantagem por 3 a 2.

Na segunda etapa, Vasconcelos empatou para o Santos aos 18 minutos. Aos 20, o Palmeiras estava na vantagem novamente, desta vez com Moacir, mas no minuto seguinte Walter empatou a partida para o Santos fechando o Placar por 4 a 4.

Santos em 1955
Santos em 1955

Ficha técnica: 13/04/1955 – Palmeiras 4 x 4 Santos

Gols: Pepe aos 20min, Liminha aos 24min, Rodrigues aos 27min, Del Vecchio aos 32min e Nei aos 42min do primeiro tempo; Vasconcelos aos 18min, Moacir aos 20min e Walter aos 21 min do segundo tempo.

Local: Estádio Pacaembu, em São Paulo.

Renda: Cr$ 162.600,00

Árbitro: Telêmaco Pompeu

Palmeiras: Cavani; Manoelito e Cação; Nicolau, Waldemar Fiúme e Dema; Moacir, Liminha, Nei, Ivan e Rodrigues. Técnico: Ventura Cambon

Santos: Manga; Hélvio e Ivan (Sarno); Cássio (Feijó), Formiga e Urubatão; Del Vecchio, Walter, Álvaro, Vasconcelos e Pepe. Técnico: Lula

6 de março de 1958: Palmeiras 6x7 Santos - Torneio Rio-São Paulo

Em uma quinta-feira no estádio do Pacaembu, 43.068 pessoas presenciaram um dos maiores jogos da história do futebol quando Palmeiras e Santos se enfrentaram pelo o Torneio Rio São Paulo em um jogo com 13 gols, muita emoção e cinco mortes por problemas cardíacos.

O Palmeiras estava com um ótimo time, era a base da primeira Academia dos anos 60. Sob o comando de Osvaldo Brandão o Verdão tinha o zagueiro Waldemar Carabina, o versátil Waldemar Fiúme, e o atacante Mazzola. Santos já tinha uma seleção, com o goleiro Manga, o médio-volante Zito, o meia Jair da Rosa Pinto, o Canhão da Vila, Pepe e o Rei do futebol, Pelé.

O Santos começou o primeiro tempo de maneira avassaladora, mas foi o Palmeiras abriu o placar aos 20 minutos com Urias. No minuto seguinte Pelé empatou a partida e aos 25, Pagão virou, mas o Palmeiras logo empatou com Nardo um minuto depois. Dorval aos 32, Pepe aos 38 e Pagão novamente aos 44 minutos, marcaram para o Peixe que na final da primeira etapa goleava o Palmeiras por 5 a 2.

Capa do jornal A Gazeta sobre o jogo histórico
Capa do jornal A Gazeta sobre o jogo histórico

O Palmeiras não desistiu, voltou para a segunda etapa sufocando o Santos e Paulinho aos 16 minutos diminuiu para o Verdão. Três minutos depois, Mazzola marcou encostando no placar. O Alviverde empatou a partida em 5 a 5 novamente com Mazzola aos 27 minutos. Já era um ótimo resultado, mas o Alviverde queria mais, aos 34, Urias virou a partida que já estava marcada na história. Mas o Palmeiras não contava com a estrela de Pepe. O ponta-esquerda empatou a partida aos 40 minutos. Aos 42, novamente Pepe disparou uma bomba para o fundo do gol para a vitória heróica do Santos por 7 a 6.

O herói da vitória, Pepe comentou sobre a partida: "No meu modo de ver, o jogo mais emocionante que o futebol brasileiro apresentou".

Mazzola grande jogador do Palmeiras também declarou sobre seu goleiro não querer voltar para a etapa final: "Quando chegamos ao vestiário, o nosso goleiro Edgard, começou a chorar e não queria mais entrar em campo, e então o nosso técnico Brandão, tirou ele e colocou o goleiro reserva Vito".

Jornais na época noticiaram cinco mortes de síncope cardíaca, por conta das emoções do jogo, uma destas mortes teria sido nas arquibancadas do Pacaembu no quinto gol do Santos.

Manchete de um jornal da época sobre o jogo
Manchete de um jornal da época sobre o jogo

Ficha Técnica: 06/03/1958 – Palmeiras 6 x 7 Santos


Gols: Urias aos 20min, Pelé aos 21min, Pagão aos 25min, Nardo aos 26min, Dorval aos 32min, Pepe aos 38min e Pagão aos 44min do primeiro tempo; Paulinho aos 16min, Mazzola aos 19min e aos 27min, Urias aos 34min e Pepe aos 40min e aos 42min do segundo tempo.

Local: Estádio Pacaembu, em São Paulo.

Competição: Torneio Rio-São Paulo de 1958

Público: 43.068

Renda: Cr$ 1.676.995,00

Árbitro: João Etzel Filho

Santos: Manga; Hélvio e Dalmo; Ramiro (Urubatão), Fiotti e Zito; Dorval, Jair da Rosa Pinto, Pagão (Afonsinho), Pelé e Pepe. Técnico: Lula

Palmeiras: Edgard (Vitor); Waldemar Carabina e Édson; Formiga (Maurinho), Waldemar Fiúme e Dema; Paulinho, Nardo (Caraballo), Mazzola, Ivan e Urias. Técnico: Osvaldo Brandão.

10/01/1960 - Palmeiras 2 x 1 Santos - Campeonato Paulista de 1959

Esta edição do Paulistão ficou conhecida como Supercampeonato de 1959, e não é por menos. Palmeiras e Santos terminaram empatados na primeira posição e como desempate foram marcadas partidas extras.

Na primeira partida, um empate por 2 a 2, o Santos vinha com desfalques de Jair da Rosa Pinto e Pagão, enquanto o Verdão estava com sua Primeira Academia completa. Pelé abriu o placar aos 22 minutos. Zequinha empatou aos 34, com o resultado o título seria decidido em outra partida.

O segundo jogo foi marcado dois dias depois, o Santos continuava com desfalques de Pagão e Jair da Rosa Pinto e mais uma vez foi um jogo equilibrado. Aos 25 minutos Pepe de pênalti abriu o placar. No começo da segunda etapa o Palmeiras empatou com um gol contra de Getúlio e virou com Chinesinho aos cinco minutos. Aos 40 de novo de pênalti Pepe empatou o jogo levando a decisão para uma próxima peleja.

Para a partida decisiva o Santos de Pelé finalmente estava completo e partiu em busca da vitória. Aos 14 minutos, Pagão cabeceou para Pelé que abriu o placar. Aos 43, Romeiro mandou uma bomba de fora da área em na sobra, Julinho Botelho só empurrou para o gol. No inicio do segundo tempo, Romeiro cobrou falta no ângulo esquerdo sem chances para o goleiro, virando a partida por 2 a 1.

Quando o árbitro Anacleto Pietrobom apitou o fim da partida, o Palmeiras se tornou o único time capaz de ganhar do até então insuperável Santos de Pelé, que foi superado pela grande eficiência da Primeira Academia de Futebol.

Ficha Técnica: 10/01/1960 - Palmeiras 2 x 1 Santos

Gols: Pelé aos 14', Julinho Botelho, aos 43' 2º tempo: Romeiro Palmeiras, aos 3'

Local: Estádio Pacaembu, em São Paulo.

Competição: Campeonato Paulista de 1959

Árbitro: Anacleto Pietrobom

Palmeiras: Valdir de Moraes; Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar e Geraldo Scotto; Zequinha e Chinesinho; Julinho Botelho, Américo Murolo, Romeiro e Nardo. Técnico: Osvaldo Brandão.

Santos: Laércio; Urubatão, Getúlio e Dalmo; Formiga e Zito; Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe. Técnico: Lula

23 de novembro de 1982: Santos 6x1 Palmeiras - Campeonato Paulista

Nos anos 80, as duas equipes não estavam em suas melhores fases. No estádio do Pacaembu, o Santos recebeu o Palmeiras em partida válida pelo Campeonato Paulista.

Santos e Palmeiras não tinham times com grandes estrelas como aconteceu nas décadas passadas. O Peixe tinha jogadores como Serginho Dourado e Pita, e o Verdão com o remanescente da Segunda Academia Luis Pereira e o goleiro Gilmar.

Santos começou a goleada histórica logo aos oito minutos com Roberto César, Serginho Dourado ampliou aos 25 e três minutos depois João Paulo fez o terceiro. Aos 40 minutos Jaime Boni diminuiu para o Palmeiras.

Mas o time não tinha reação e no segundo tempo, aos 24, Serginho Dourado novamente fez o quarto gol. Depois de três minutos, João Paulo pela segunda vez na partida, fez o quinto. O último gol foi aos 44 minutos, onde Paulinho sacramentou a derrota humilhante do Palmeiras.

Ficha Técnica: 23/11/1982 – Santos 6 x 1 Palmeiras

Gols: Roberto César aos 8min, Serginho Dourado aos 25min, João Paulo aos 28min e Jaime Bôni aos 40min do primeiro tempo; Serginho Dourado aos 24min, João Paulo aos 27min e Paulinho aos 44min do segundo tempo.

Local: Estádio Pacaembu, em São Paulo.

Público: 18.836

Competição: Campeonato Paulista

Renda: Cr$ 7.646.100,00

Árbitro: Dulcídio Vanderlei Boschilia

Expulsões: Aragones, Polozzi (SEP) e João Paulo (SFC) expulsos.

Santos: Marola; Toninho, Joãozinho, Toninho Carlos e Gilberto Ferreira; Roberto César, Luis Gustavo e Pita; Serginho Dourado (Cardim), Paulinho e João Paulo. Técnico: Chico Formiga

Palmeiras: Gilmar; Jaime Boni, Luiz Pereira, Polozzi e Baroninho; Rocha, Aragonés e Enéas; Barbosa, Baltazar e Rodrigues. Técnico: Rubens Minelli

24 de março de 1996: Santos 0x6 Palmeiras

Santos e Palmeiras se enfrentaram na Vila Belmiro pelo Campeonato Paulista de 1996. O Verdão fez história neste campeonato com o famoso ataque de 100 gols e teve a melhor campanha de toda história do Paulistão.

O Palmeiras tinha uma seleção em campo, vivia a era de ouro da parceria com a Parmalat. O Verdão tinha no elenco Velloso, Cafu, Flávio Conceição, Djalminha , Rivaldo, Luizão e Muller. O Santos tinha bons jogadores como Viola e Giovanni.

O Palmeiras massacrou o Santos em plena Vila Belmiro. Aos cinco minutos Rivaldo abriu o placar, aos 17 Cléber ampliou e fez o terceiro aos 24 minutos. Na segunda etapa, Cafu fez o quarto aos 14 minutos, Djalminha o quinto aos 38 minutos, e Rivaldo pela segunda vez no jogo, encerrou uma das maiores goleadas na história do clássico marcando o sexto gol aos 41 minutos.

Ficha Técnica: Santos 0 X 6 Palmeiras

Data: 25/03/1996

Local: Vila Belmiro - Santos (SP)

Árbitro: Dalmo Bozzano (SC)

Renda: R$149.160

Público: 14.687

Gols: Rivaldo 5', Cléber 17' e 24' do primeiro tempo, Cafu 14' Djalminha 38 e Rivaldo aos 41 do segundo tempo'

Santos: Gilberto; Claudemir, Sandro, Batista (Gustavo) e Marcos Paulo;Gallo, Baiano, Kiko (Luís Carlos) e Jamelli; Marcelo Passos (Macedo) e Giovanni (Viola). Técnico: Orlando Lelé

Palmeiras: Velloso; Cafu (Osio), Sandro, Cléber (Cláudio) e Júnior (Elivélton); Galeano, Flávio Conceição, Djalminha e Rivaldo; Luizão e Muller. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.