A tão sonhada medalha de ouro para o futebol brasileiro poderá vir neste sábado (20), às 17h30, contra a Alemanha, no Maracanã. Mas há 28 anos atrás, o "sonho dourado" poderia ter sido realizado em Seul, na final contra a União Soviética. Careca, atual auxiliar técnico do elenco sub-17 do Cruzeiro, estava em campo naquela ocasião.

O então meia-atacante atuava ao lado do goleiro Taffarel, além de Romário, Bebeto, entre outros. Mas Careca era quem vestia a famosa camisa 10, hoje, pertencente a Neymar. O ex-jogador do Cruzeiro presenciou a derrota brasileira por 2 a 1, sofrida pela União Soviética, na grande final olímpica. Hamilton de Souza relembrou o desempenho verde e amarelo com carinho, mas não escondeu a frustração pelo ouro ter escapado, naquela ocasião.

"Para mim e para os jogadores daquela época foi muito gratificante, mas nós ficamos um pouco frustrados porque queríamos a medalha de ouro. Nossa seleção era muito boa, tinha qualidade e possuía grandes valores do futebol brasileiro, todos eles iniciando a sua carreira”, declarou o ex-jogador ao site oficial do Cruzeiro.

A frustração maior se deu pela campanha que a seleção teve na primeira fase do torneio: 100% de aproveitamento, batendo a Nigéria por 4 a 0, seguido de um 3 a 0 em cima da Austrália e finalizando com 2 a 1 contra a Iugoslávia. Nas quartas de final, o Brasil encontrou a Argentina, vencendo o duelo por 1 a 0, com gol do capitão Geovani.

Foto: Divulgação/CBF
Foto: Divulgação/CBF

No entanto, uma eletrizante partida esperava a seleção brasileira na semifinal, contra a Alemanha Ocidental de Thomas Hassler e Jurgen Klinsmann. Os alemães saíram na frente, mas o Brasil buscou o empate com cruzamento certeiro de Careca, na cabeça de Romário. Com o 1 a 1 no tempo normal, restou a Taffarel defender dois pênaltis para o verde e amarelo estar presente na final olímpica, porém, derrotada, de virada, pela União Soviética.

Uma nova seleção, um novo cenário: na visão de Careca, os jogadores que compõem o grupo verde e amarelo já possuem experiência necessaria, inclusive, no futebol europeu, para sairem do Maracanã com a medalha de ouro no peito. Além disso, o ex-meia-atacante aposta no fator casa para mexer com a motivação dos atletas brasileiros.

“Estou torcendo demais, acho que neste ano vamos conseguir a medalha de outro que deixamos escapar em 88. O grupo é bom, tem grandes jogadores, como naquela época. Hoje, os atletas que estão disputando a Olimpíada tem a vantagem de serem mais experientes, a maioria atua na Europa, algo diferente da minha época. Além de estar com um bom time, o Brasil ainda conta com o apoio da torcida. Estou confiante e acho que temos tudo para ganhar a medalha de ouro”, concluiu.

28 anos depois, Brasil terá outra chance para conquistar o sonhado ouro olímpico (Foto: Bob Thomas/Getty Images)
28 anos depois, Brasil terá outra chance para conquistar o sonhado ouro olímpico (Foto: Bob Thomas/Getty Images)