O presidente Paulo Nobre voltou a se pronunciar sobre o bloqueio que a Polícia Militar tem feito nas ruas ao redor do Allianz Parque em dias de jogos do Palmeiras. A medida, que começou a ser feita no jogo contra o Sport, não agradou boa parte da torcida. No entanto, segundo o presidente do clube, os torcedores precisam se acostumar, pois a tendência é que as ações continuem acontecendo nos dois jogos restantes do time em sua arena.

Tudo que é pro bem do futebol e contra a violência, tem apoio do Palmeiras. A ação foi extremamente positiva. Desde o início do meu mandato, eu sempre cobrei a PM e o Ministério Público que tomassem uma atitude em relação ao entorno, pra que aqui não virasse um ponto de furtos”, argumentou.

Segundo Nobre, os casos de furtos de celulares e carteiras, a comercialização de bebidas alcoólicas a menos de 300 metros do estádio, a venda de produtos piratas e os inúmeros cambistas têm incomodado o clube.

Se a polícia chega pra dar uma prensa em algum vendedor ambulante, as próprias pessoas que estão em meio a esse shopping a céu aberto que virou a Palestra Itália, protegem o ambulante para que a polícia não o leve. A quantidade de pessoas que vendem produtos piratas do Palmeiras na grade do estádio. Tudo isso é péssimo para o clube, não ganhamos nada com isso.  E o torcedor que quer fazer festa, ainda acaba sendo furtado, passando por uma situação desagradável”, disparou.

Questionado se o Palmeiras pensa em adaptar a limitação do acesso aos torcedores aos redores para os dois compromissos finais no Campeonato Brasileiro, contra Botafogo e Chapecoense, Nobre é direto. “As pessoas precisam se organizar, porque essa é a tendência a acontecer nesses próximos jogos. Deu muito certo”.

No entanto, o presidente faz ressalvas e declarou que é preciso “lapidar” a ação, para que os sócios do clube, que não vão aos jogos, não sejam prejudicados.

É uma situação nova que precisa ser lipidada, para não prejudicar o sócio e o torcedor comum, que eventualmente vai encontrar alguém nas imediações do estádio. Precisam encontrar uma solução para, cada vez mais, tirar essa marginália que acaba vindo aqui se aproveitar do clube ou das pessoas que vem aos jogos”, afirmou.

Punição do STJD deixa R$ 2 mi de perda

A punição imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ao Palmeiras, que impediu a venda de ingressos no setor Gol Norte por seis partidas, pela briga de alguns torcedores na partida contra o Flamengo, no dia 5 de junho, em Brasília, deixou muitos prejuízos aos cofres do Verdão, de acordo como presidente.

O Palmeiras acata as punições, mas não significa que nós concordemos. A punição foi esdruxula. Não atingiram os objetivos que eles gostariam, porém, tiraram do Palmeiras quase R$ 2 milhões em receita. Para tentar melhorar o futebol, eles tentaram, da melhor maneira possível, encontrar uma solução. Mas, está mais do que comprovado de que essa não é a solução”, disparou Nobre.

“Precisa ter vontade política de punir quem merece ser punido. Se tem 30, 40 ou 50 marginais no meio da torcida organizada, que se faça alguma coisa contra essas pessoas. Não adianta punir um setor e imaginar que as pessoas que você queira tirar do estádio vão sair. Elas vão mudar de setor”, declarou.

Sem poder comercializar ingressos no setor Gol Norte, as torcidas organizadas foram realocadas para o Gol Sul, o que gerou críticas ao Palmeiras por parte do STJD.

Falaram ao Palmeiras que todas as medidas que o clube tomou não foram eficazes, mesmo tendo identificado todas as pessoas, fazendo boletim e tudo mais. Gostaria que eles fizessem só mea culpa e chegassem a conclusão que essa punição também não foi eficaz".

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Sobre o autor
Willian Pereira
Jornalista, apaixonado por futebol e adepto da corneta e do amendoim.