Muitos empates e lesões: o irregular primeiro turno do Fluminense

Em meio a dificuldades financeiras e recheado de jovens jogadores, Tricolor termina primeira parte do Brasileirão em nono lugar, com 26 pontos

Muitos empates e lesões: o irregular primeiro turno do Fluminense
Muitos empates e lesões: o irregular primeiro turno do Fluminense (Foto: Nelson Perez/FFC)
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Por Rodrigo Rodrigues

Após um início de ano surpreendente, o Fluminense foi para o Campeonato Brasileiro tendo que superar suas dificuldades. Mesmo sem caixa para contratar jogadores renomados, a expectativa sobre a equipe era positiva, muito por conta da garotada que o Tricolor revela em Xerém – casos de Douglas, Wendel, Wellington, Gustavo Scarpa, entre outros. E com eles, o time dirigido por Abel Braga alternou entre bons e maus momentos dentro do Brasileirão.

A caminhada do Fluminense durante essas 19 rodadas foi bastante irregular. Mesmo sendo dono de um dos ataques mais efetivos do futebol brasileiro com 92 gols, a defesa foi um empecilho. Só no primeiro turno, o time sofreu 27, levando tento em praticamente todas as rodadas, com exceção para Avaí e Ponte Preta. E isso impediu que o Flu aspirasse boas posições na tabela – só chegou ao G-4 nas primeiras rodadas, quando bateu Santos e Atlético-MG.

Outro fator negativo foi a quantidade exacerbada de empates. O Fluminense, junto com o rival Flamengo, foi um dos times que mais ficaram em igualdade na competição. No total, foram oito, ou seja, o Tricolor praticamente empatou metade dos jogos que fez nesse primeiro turno, ficando apenas atrás de Botafogo e Avaí, este na zona de rebaixamento.

Além disso, Abel Braga teve que quebrar a cabeça para montar o time por conta de lesões. Titulares absolutos como Renato Chaves, Douglas e Sornoza, por exemplo, tiveram que deixar o time. Posteriormente, o Flu ainda perdeu mais atletas para o departamento médico, casos de Reginaldo, Pierre, Luiz Fernando, Marquinho, Marcos Calazans, entre outros. Com um plantel enxuto, o Fluminense teve que recorrer a mais jogadores oriundos da base, acompanhado da filial tricolor na Eslováquia, o Flu Samorin. Foi de onde surgiram oportunidades ao volante Marlon Freitas e ao atacante Peu.

Gustavo Scarpa, o camisa 10 tricolor (Foto: Nelson Perez/Fluminense F.C.)
Gustavo Scarpa, o camisa 10 tricolor (Foto: Nelson Perez/Fluminense F.C.)

Aliada às lesões, Gustavo Scarpa teve uma queda brusca de rendimento por conta disso. Ainda no Campeonato Carioca, quando, na época, era um dos destaques do time, o meia sofreu uma fissura no pé direito e ficou mais de dois meses sem jogar. Retornou aos poucos no Brasileiro, mas, ainda assim, sem conseguir manter o mesmo nível de atuação. Contra o Sport, na 18ª rodada, Scarpa marcou apenas o seu primeiro gol na competição, após 167 dias de jejum, fato que sintetiza o mau momento do camisa 10.

Se não bastassem as lesões, o mercado de transferências também fez baixas no Fluminense. Sem dinheiro em caixa, a diretoria precisava vender, pelo menos, um jogador. E a bola da vez acabou sendo o atacante Richarlison, transferido ao Watford, da Inglaterra, por R$ 46,2 milhões. Além dele, Wellington Silva por pouco não foi outro a desfalcar o Flu. Entretanto, acabou contando com a 'sorte', já que o jogador foi reprovado nos exames médicos. O destino seria o Bordeaux, da França.

Com isso, o futuro do Fluminense no Campeonato Brasileiro é uma incógnita. Uma vitória na partida diante da Ponte Preta, que fechou o primeiro turno, deixaria o Tricolor muito próximo do G-6. Se quiser almejar voos maiores, o time vai precisar encontrar um equilíbrio, além de recorrer ao mercado para contratações. O atacante Robinho, do Figueirense, interessa ao clube. Resta saber se ele fará a diferença ou não.