Olimpia passou pelo Grêmio nos pênaltis pela semifinal de 2002 em triste noite ao estádio Olímpico

Paraguaios levaram a melhor na disputa de pênaltis em partida completamente polêmica

Olimpia passou pelo Grêmio nos pênaltis pela semifinal de 2002 em triste noite ao estádio Olímpico
Olimpia passou pelo Grêmio na semifinal de 2002 em triste noite ao estádio Olímpico (Foto: Divulgação / gremio1983)
henriquekonig
Por Henrique König

Uma história triste aos gremistas, mas que sirva de motivação a voltar a encarar essa situação na Copa Libertadores. Em 2002, o Grêmio podia se tornar o primeiro clube brasileiro a ser tricampeão do torneio de maior prestígio e importância na América do Sul. Entretanto, os gols sofridos no Paraguai e os erros de arbitragem na volta culminaram com a eliminação na semifinal para o Olimpia.

Os placares ficaram em 3 a 2 ao Alvinegro em Assunção e 1 a 0 para o Tricolor em Porto Alegre. Na soma dos placares, o mesmo número de gols para ambos e decisão para os pênaltis. O goleiro Tavarelli ajudou a classificar os paraguaios. No presente texto, os dois jogos são passados a limpo na VAVEL Brasil.

Derrota em jogo de cinco gols na ida

Histórico estádio Defensores del Chaco. Público na casa dos 30 mil torcedores. O Grêmio teve uma missão duríssima contra um também bicampeão da Libertadores da América até ali. Erros de passe e dificuldades na construção marcavam o início de partida. Aos 13 minutos, a bendita e bem batida bola parada em falta para o Tricolor. Anderson Lima cobrou com categoria no canto onde deveria estar o arqueiro e fez 1 a 0 ao Grêmio.

Aos 27 minutos, cruzamento da esquerda, o jovem Eduardo Martini, escalado na ausência de Danrlei, sai em falso, pede falta, mas a bola sobra para Orteman chutar firme de perna direita. 1 a 1 para avalanche da hinchada de Olimpia.

Sérgio Orteman esteve impossível de ser parado. O Grêmio não se encontrou em uma saída de bola, o meia argentino dividiu, ganhou a jogada individualmente, entrou no espaço da meia lua da grande área e chutou de canhota para vencer Martini mais uma vez: 2 a 1, aos 11 do segundo tempo. O Tricolor não se encontrava, estava com dificuldades para sair jogando e ainda desestabilizado. Foi uma má jornada de seus volantes. Em uma lateral cobrada rápido, Miguel Benítez escapou em drible pelo meio, chegou próximo da área e chutou forte para mais uma indefesa de Martini: 3 a 1. Tudo se nublava ao Grêmio aos 17 minutos da etapa final.

Mas o Tricolor tinha futebol e conquistou uma boa jogada a 40 minutos. Acalmado após o sufoco da volta do intervalo, a bola passava de pé em pé, Rodrigo Fabri escapou de um marcador e cruzou do lado da grande área, Rodrigo Mendes apareceu desmarcado para cabecear aos barbantes: 3 a 2, sem chances a Tavarelli. O gol recolocava o Grêmio na disputa e trazia a decisão a Porto Alegre.

Olimpia 3-2 Grêmio
Data: 10 de julho de 2002, quarta-feira.
Horário: 21h40.
Local: Estádio Defensores del Chaco, em Asunção-PAR.
Árbitro: Carlos Chandía (CHI).
Assistentes: Jorge Díaz e Mario Vargas (CHI).

Olimpia: Ricardo Tavarelli; Néstor Isasí, Júlio César Cáceres, Zelaya e Henrique da Silva; Víctor Quintana, Sérgio Orteman (Esteche), Enciso e Gastón Córdoba (Estigarríbia); Miguel Benítez (Caballero) e Baez. Técnico: Nery Alberto Pumpido.

Grêmio: Eduardo Martini; Polga, Claudiomiro e Roger; Anderson Lima, Fernando (Adriano), Tinga, Zinho e Pedrinho (Grafite); Fábio Baiano (Rodrigo Fabri) e Rodrigo Mendes. Técnico: Tite.

Gols:
Olimpia: Sérgio Orteman 27/1º e 11/2º, Miguel Benítez 17/2º.
Grêmio: Anderson Lima 13/1º e Rodrigo Mendes 40/2º.

Polêmica arbitragem e classificação paraguaia nos pênaltis

Divulgação / Grêmio Dados

O Grêmio era todo pressão para o jogo de volta. A época era de quem conseguia façanhas e reversões. Logo cedo, o estádio Olímpico aparecia tomado, os sinalizadores coloriam as arquibancadas e as longas bandeiras também. Com bola rolando, um Tricolor em busca de pressionar e o Olimpia em busca de se defender. Ganhar tempo, segurar a posse de bola e tentar mantê-la afastada da meta.

Nos instantes iniciais, não foi bem o que conseguiram. O primeiro gol da partida foi anulado. Jogada para dentro da área pela direita, a bola sobrou para o defensor gremista Claudiomiro concluir ao gol, ele mandou na rede, mas o trio de arbitragem confirmou impedimento no lance. O atacante Luis Mário, à frente, não participou diretamente do lance, mas marcaram impedimento por ele poder, de alguma forma, atrapalhar o goleiro quando a bola passou. Muita reclamação do lado gremista.

Entretanto, a pressão prosseguiu e a bola entrou novamente. Outro cruzamento da direita, cabeçada gremista na área e o meia Zinho desviou, em posição legal, para fazer 1 a 0. Olímpico Monumental em comemoração dos 34 mil gremistas. Mesmo com toda a etapa final para ser jogada, o Grêmio não conseguiu o segundo gol. O Olimpia se segurou como conseguiu, mesmo com a expulsão de Quintana, que agrediu Roger.

Nos pênaltis, a polêmica surgiu na quarta série de cobranças. Empate em 3 a 3. O Grêmio havia errado com o artilheiro Rodrigo Fabri. O Olimpia podia passar à frente, mas Martini defendeu o chute de Caballero. A arbitragem, porém, marcou que o goleiro se adiantou. Foram 10 minutos de paralisação, reclamações da comissão técnica e jogadores gremistas, mas não voltaram atrás na decisão. Nova penalidade cobrada e gol para o Olimpia.

O Grêmio empatou no seu quinto chute, mas precisava da defesa de Martini ou do desperdício do Olimpia. A série voltou a ser paralisada em reclamações, com o Grêmio inconsolável à espera da batida derradeira. Minutos depois, madrugada que entrava no Olímpico, o pênalti foi finalmente cobrado por Juan Franco e definiu a vitória paraguaia por 4 a 3. Olimpia foi campeão nos pênaltis sobre o São Caetano naquela edição.

Grêmio 1-0 Olimpia
Data: 17 de julho de 2002, quarta-feira.
Horário: 21h40.
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre.
Árbitro: Daniel Gímenez (ARG).
Assistentes: Claudio Rossi e Alberto Barrientos (ARG).
Público: 34.180.

Grêmio: Eduardo Martini; Pedrinho, Claudiomiro, Roger e Anderson Lima; Polga, Tinga (Fernando), Zinho e Gilberto (Fabri); Grafite (Fábio Baiano) e Luis Mário. Técnico: Tite.

Olimpia: Ricardo Tavarelli; Néstor Isasí, Júlio César Cáceres, Zelaya e Henrique da Silva; Víctor Quintana, Sérgio Orteman, Enciso e Gastón Córdoba (Juan Franco); Miguel Benítez (Rodrigo López) e Baez (Caballero). Técnico: Nery Alberto Pumpido.