A Copa Libertadores de 1995 foi especial por marcar a segunda conquista do Grêmio. No caminho, seis jogos contra equatorianos. Quatro foram pela fase de grupos, quando, além do Palmeiras, o Tricolor enfrentou El Nacional e Emelec. Eis que após passar pelo próprio Palmeiras na fase de quartas, o Grêmio reencontrou o Emelec na semi. Placares de 0 a 0 no Equador e 2 a 0 para o Mosqueteiro em Porto Alegre. Os gaúchos chegavam à decisão da Libertadores pela terceira vez e com muita sede de reconquistá-la. Confira como foi a passagem na semifinal rumo ao enfrentamento final diante do Atlético Nacional de Medellín.

Sustos e empate zerado no Equador

Divulgação / Blog Libertadores 1995

No jogo de ida, o Grêmio tinha pela frente o apoio da torcida local e ao sol forte, o calor da linha do Equador na tarde do dia 10 de agosto. No primeiro tempo, Edu Manga cabeceou para fora, levando perigo. Dinho fez um desarme por baixo contra Edu Manga na grande área e os equatorianos queriam um pênalti que não existiu. A melhor chance foi uma infiltrada de Hurtado entre os defensores, Danrlei saiu para tentar contê-lo e o jogador deu um chute de cobertura que acertou o poste.

Paulo Nunes começou o segundo tempo trombando contra a estabanada zaga adversária, passou por Tenório e apenas o goleiro Espinoza o conseguiu impedir no último momento.

Espinoza garantia o zero a zero em boas defesas. Arílson disparou uma cruzada e o goleiro catou firme. O Emelec respondeu cobrando falta próxima ao ângulo da meta. Mas o Grêmio era melhor, Arílson levantou em falta e Jardel quase fez o dele, jogando ao lado da trave. Estava reservado para volta. Era jogo na bola parada: Hurtado cobrou mais uma falta e Danrlei segurou firme.

Hurtado enfileirou dois marcadores e buscava o ângulo, mas o foguete passou pela linha de fundo, assustando aos gremistas no final. Outras cobranças de falta obrigaram Danrlei a salvar o Grêmio. Após ele colocar uma bola para escanteio, o corner foi cobrado e Hurtado desviou com o braço para fazer o gol. O árbitro estava atento, marcou a irregularidade e aplicou o cartão amarelo ao infrator. Havia tempo para mais nada. Rumo ao jogo da volta em Porto Alegre.

Emelec
(1995)

Ataque funciona, expulsões ajudam e Grêmio na final

Público superior a 40 mil pessoas no estádio Olímpico na capital gaúcha. Temperatura contrária ao jogo de ida. Apenas 10 graus aqueciam os corações tricolores, em corpos irrigados a vinho, à paixão e à verdadeira sede, a de reconquistar a América. O ataque gremista entendia o incentivo e o recado: o Grêmio precisava de bolas na rede, assim como havia vencido o Emelec na fase de grupos por 4 a 1.

Não foi todo o conforto desse placar elástico, mas a bola chegava na área dos equatorianos seguidamente. Paulo Nunes e Jardel estavam armados de sua caixa de ferramentas, dribles, diabruras e vontade de marcar. O goleiro Espinoza abandonava a meta em desesperos e conseguia conter nos instantes iniciais. Porém, não tardaria a bola em entrar. Dinho arriscou lançamento, mostrando que não era apenas jogador de brutalidade, era também de exímia categoria. Paulo Nunes tabelou com Jardel e finalizou colocado no ângulo: 1 a 0.

O uruguaio Rehermann caiu na catimba brasileira. O gaúcho Roger Machado caminhava junto a ele e sofreu um cotovelaço no corpo. O assistente estava de frente para o crime e o árbitro expulsou o jogador do Emelec. Grêmio com um a mais em campo e mais um no placar. Jardel aproveitou a liberdade concedida, invadiu a área e chutou para a bola resvalar no goleiro e entrar muito mansamente: 2 a 0.

Com outra expulsão nos equatorianos, o Grêmio podia construir nova goleada. Perdeu chances em desperdícios variados, mas nada evitava a classificação, embalada, assegurada e merecida. Grêmio na final para enfrentar o Atlético Nacional e caminhar rumo ao bi da Copa Libertadores da América.