Eliminações inesperadas, título e percalços. O CRB provou em 2017 do doce e do amargo. Viu manter a hegemonia regional, mas não manteve o sucesso em escalas regional e nacional. Sofreu com trocas de treinador e lutou contra o rebaixamento à Série C do Brasileirão até a penúltima rodada. Apesar de todos os perrengues, o Galo pôde comemorar a permanência entre as 40 melhores equipes do futebol brasil e mais uma vez terá calendário cheio na próxima temporada. Na retrospectiva VAVEL Brasil do Campeonato Brasileiro, veja como foi o ano da equipe alvirrubra.

Decepção na Copa do Nordeste

A grande novidade na Copa do Nordeste foi a disputa na fase de grupos contra o arquirrival CSA. O CRB foi sorteado no Grupo D, junto com os azulinos, ao lado do Itabaiana e do ABC. As altas expectativas por ter maior estrutura e teoricamente um elenco mais qualificado que os demais não foram correspondidas dentro de campo. Nos clássicos, uma vitória para cada lado, e ambos terminaram eliminados. Apenas os sergipanos avançaram à próxima fase. Nos seis jogos disputados, foram duas vitórias, três empates e uma derrota.

Derrota ao arquirrival CSA custou eliminação na Copa do Nordeste ainda na primeira fase (Foto: Douglas Araújo/CRB)
Derrota ao arquirrival CSA custou eliminação na Copa do Nordeste ainda na primeira fase (Foto: Douglas Araújo/CRB)

Surpreendente adeus na Copa do Brasil

Paralelo à disputa do Campeonato Alagoano e do Nordestão, o CRB também disputou a Copa do Brasil logo nas primeiras semanas da temporada. O adversário era o Altos-PI, que ficou conhecido no cenário alagoano por encarar o CSA nas oitavas de final da Série D 2016 e ser desbancado pelo time do Mutange. Se já havia disparidade em vários aspectos na competição regional, o adversário da segunda competição mais importante do futebol brasileiro era completamente inferior em vários aspectos. Porém, naqueles 90 minutos, os piauienses levaram a melhor e dominaram uma equipe que entrou em campo debaixo de um ritmo muito lento. Joelson e Uilliam marcaram os gols da vitória do Altos por 2 a 0 e o Galo deu adeus logo no primeiro jogo.

Momento de glória: tricampeonato alagoano

Por causa do calendário cheio e corrido no primeiro semestre, com várias competições, o Campeonato Alagoano foi dividido em duas fases. Na primeira fase, as dez equipes participantes foram divididas em dois grupos com cinco clubes cada. Os times de uma chave enfrentavam o da outra chave. Os três melhores colocados disputariam a segunda fase e brigariam pelo título, enquanto os dois piores entrariam no quadrangular contra o rebaixamento.

No certame estadual, o CRB foi tranquilo. Na primeira fase, 19 de 30 pontos conquistados, ótimo aproveitamento e primeira colocação do grupo A garantida com sobras. Os primeiros jogos foram disputados no Estádio Gérson Amaral, em Coruripe, e outros no Estádio Rei Pelé, com portões fechados, em cumprimento de punição imposta por incidentes causados na final do Alagoano 2016. Nos clássicos desta fase, foram dois empates contra o CSA, além de uma vitória e uma derrota contra o ASA.

Na segunda fase, as seis equipes classificadas mediram forças entre si em jogos de ida. O CRB novamente ficou no primeiro lugar, com 13 pontos. Com outro empate diante do CSA e nova vitória sobre o ASA, o Galo ficou na liderança e teve a vantagem de disputar o segundo jogo das semifinais em casa, diante da torcida. Nas semifinais, duelo contra o Murici. Diferente do imaginado, mais dificuldades que o esperado. No primeiro jogo, empate na Zona da Mata e uma suada vitória na segunda partida para disputar a sexta final do Campeonato Alagoano consecutiva.

Na decisão, o arquirrival CSA. Além do título, a vaga direta na Copa do Nordeste 2018 e a presença garantida na Copa do Brasil 2018 eram as motivações. Toda a rivalidade foi posta em campo em dois jogos com diferentes cenários. No primeiro duelo, uma partida fria, sem muitas emoções, mas o CRB aproveitou falha do adversário para vencer por 1 a 0. No segundo confronto, um jogo bem mais emocionante, com muitas oportunidades, e novo triunfo regatiano por 3 a 2. Com isso, o tricampeonato estadual foi conquistado debaixo de muita festa.

Foto: Douglas Araújo/CRB
Foto: Douglas Araújo/CRB

Sufoco no Brasileirão

Passada a alta quantidade de jogos em várias competições no primeiro semestre, o CRB passou a concentrar as atenções no Campeonato Brasileiro da Série B. A grande novidade foi a presença do Internacional, que amargou o primeiro rebaixamento de sua história. A expectativa era que o título alagoano motivasse o elenco, mas as críticas foram ampliadas por causa da atuação ruim da equipe alvirrubra no início da competição nacional. Com isso, após a sequência de pontos perdidos diante da torcida, o técnico Léo Condé foi demitido após cinco meses no cargo. O Regatas ocupava a 16ª posição.

Dado Cavalcanti foi o substituto e mudou o panorama da equipe. O bom momento voltou a rondar os ares alvirrubros e a equipe entrou em uma boa sequência de resultados, que culminou com a vitória em casa diante do Internacional e a entrada no G-4. Tudo parecia caminhar bem. Boas atuações, bons resultados garantidos e pontos conquistados fora de casa contra adversários que viviam bom momento desde o começo da competição e brigavam pela liderança.

Porém, a mudança de turno mudou o ambiente do CRB. Jogos atrás do outro com empates e derrotas resultaram mais uma vez na queda dos alagoanos de rendimento e na tabela de classificação. Apesar do aproveitamento razoável e considerado até bom se levar em consideração os adversários, a diretoria optou pela troca de técnico com o objetivo de mudar o ambiente na reta final. Dado Cavalcanti deixou o Galo na 13ª colocação.

Ponto alto do CRB no Brasileirão: vitória sobre Internacional (Foto: Douglas Araújo/CRB)
Ponto alto do CRB no Brasileirão: vitória sobre Internacional (Foto: Douglas Araújo/CRB)

Para comandar a equipe do banco de reservas, um velho conhecido. Mazola Júnior, campeão alagoano em 2016 e treinador com melhor aproveitamento na equipe alagoana durante uma campanha da Série B, voltou a Alagoas. Apesar de enfrentar um grave problema pessoal, assumiu a responsabilidade semanas depois de rejeitar uma oferta do CSA. O panorama no Brasileirão não mudou muito. O time continuou a sofrer com resultados negativos, entrou na zona de rebaixamento em algumas rodadas e realmente se preocupou em disputar a Série C na próxima temporada.

As possibilidades de rebaixamento acabaram apenas na penúltima rodada por resultados adversos do Luverdense, principal concorrente na reta final. Ao fim das contas, a derrota para o campeão América-MG por 1 a 0 encerrou a participação na temporada 2017. O CRB terminou com 45 pontos ganhos. Em 38 jogos, foram 12 vitórias, nove empates e 17 derrotas. Foram 35 gols marcados e 50 tentos sofridos. O aproveitamento de 39,5% foi abaixo do esperado pelo torcedor, mas a permanência foi comemorada e a certeza de mais um ano com vários jogos anima a equipe alagoana para 2018.