O clichê de que qualquer clássico pode ser resolvido nos detalhes voltou à tona no primeiro jogo da final do Campeonato Alagoano. O primeiro encontro entre CSA x CRB já tinha sido resolvido em uma falha do goleiro Mota, que garantiu a vitória ao Galo. Neste domingo (1º), a situação aconteceu novamente. Logo no primeiro lance de perigo, a zaga azulina voltou a se atrapalhar e os alvirrubros aproveitaram para sair em vantagem nos primeiros 90 minutos da decisão. Neto Baiano marcou o gol da vitória do Regatas por 1 a 0, em jogo a ser disputado no Estádio Rei Pelé, em Maceió/AL.

Com o resultado, qualquer empate garante ao CRB o primeiro tetracampeonato depois de quatro décadas, o 31º estadual, o sexto em sete edições disputadas na atual década. Ao Azulão do Mutange, resta vencer por um gol de vantagem para levar a disputa do título à prorrogação. Caso vença por dois ou mais tentos de diferença, volta a levantar o troféu de campeão alagoano após dez anos.

Foto: Gustavo Henrique/R Cortez/CSA

Neto Baiano oportunista

Da mesma forma que aconteceu no primeiro clássico disputado em 2018, uma falha do sistema defensivo do CSA foi fundamental para a bola entrar e o placar ser alterado. Logo aos dois minutos de jogo, indecisão do zagueiro Xandão resultou na esperteza de Willians Santana, que roubou a bola e tocou para o meio da área. Neto Baiano completou para o gol vazio e colocou o Galo em vantagem.

O jogo ficou muito concentrado no meio de campo. Enquanto o CRB controlava a vantagem, o CSA tentava chegar à meta adversária, mas esbarrava na ineficácia do setor ofensivo. Os cruzamentos viraram alternativas para chegar à igualdade no marcador, mas não foi possível. A primeira finalização azul veio com Josimar aos 24 minutos. O centroavante chutou rasteiro e João Carlos defendeu.

Em nenhum momento da partida, o arqueiro regatiano sofreu maiores dificuldades em intervir quando acionado. O CSA não conseguia chutar de maneira eficiente e o defensor da meta do Galo fazia bem seu trabalho. Echeverría tentou em duas oportunidades, mas nada de assustar. Ao todo, foram 16 cruzamentos e em nenhum o time marujo levou perigo.

Foto: Gustavo Henrique/R Cortez/CSA

Galo calculista

Com a vantagem no placar, o CRB se concentrou em fortalecer ainda mais a marcação, montar duas linhas com quatro jogadores e deixar o adversário tocar a bola com frequência, mas sem arriscar e incomodar a defesa regatiana. Por outro lado, a defesa azulina quase cometeu outro vacilo crucial. Neto Baiano foi lançado em profundidade nas costas de Leandro Souza e o goleiro Alexandre Cajuru saiu da área para afastar do jeito que fosse possível.

Os treinadores começaram a realizar modificações nas equipes. De uma maneira inicial, o CSA ficou com maior mobilidade no ataque e apareceu com pouco mais de vontade no setor ofensivo. Na primeira tentativa, Didira cruzou e Josimar desviou para fora. Em seguida, Boquita chutou de fora da área e João Carlos fez a defesa. Apesar de maior velocidade, a dificuldade em finalizar permanecia muito grande.

Na medida em que o fim de jogo ficava cada vez mais próximo, o CSA trocava passes de maneira mais efetiva no campo de ataque, enquanto o CRB era ciente de que os espaços poderiam aparecer na zaga oponente e a vantagem em busca do título poderia ficar ainda maior. Como o Azulão não conseguia finalizar, o tempo virou um forte aliado do Regatas para garantir a vitória. E conseguiu. Com maior controle da marcação, o Galo venceu o jogo e se aproximou do primeiro tetracampeonato após quatro décadas.