O clichê de que qualquer clássico pode ser resolvido nos detalhes voltou à tona no primeiro jogo da final do Campeonato Alagoano. O primeiro encontro entre CSA x CRB já tinha sido resolvido em uma falha do goleiro Mota, que garantiu a vitória ao Galo. Neste domingo (1º), a situação aconteceu novamente. Logo no primeiro lance de perigo, a zaga azulina voltou a se atrapalhar e os alvirrubros aproveitaram para sair em vantagem nos primeiros 90 minutos da decisão. Neto Baiano marcou o gol da vitória do Regatas por 1 a 0, em jogo a ser disputado no Estádio Rei Pelé, em Maceió/AL.
Com o resultado, qualquer empate garante ao CRB o primeiro tetracampeonato depois de quatro décadas, o 31º estadual, o sexto em sete edições disputadas na atual década. Ao Azulão do Mutange, resta vencer por um gol de vantagem para levar a disputa do título à prorrogação. Caso vença por dois ou mais tentos de diferença, volta a levantar o troféu de campeão alagoano após dez anos.
Neto Baiano oportunista
Da mesma forma que aconteceu no primeiro clássico disputado em 2018, uma falha do sistema defensivo do CSA foi fundamental para a bola entrar e o placar ser alterado. Logo aos dois minutos de jogo, indecisão do zagueiro Xandão resultou na esperteza de Willians Santana, que roubou a bola e tocou para o meio da área. Neto Baiano completou para o gol vazio e colocou o Galo em vantagem.
O jogo ficou muito concentrado no meio de campo. Enquanto o CRB controlava a vantagem, o CSA tentava chegar à meta adversária, mas esbarrava na ineficácia do setor ofensivo. Os cruzamentos viraram alternativas para chegar à igualdade no marcador, mas não foi possível. A primeira finalização azul veio com Josimar aos 24 minutos. O centroavante chutou rasteiro e João Carlos defendeu.
Em nenhum momento da partida, o arqueiro regatiano sofreu maiores dificuldades em intervir quando acionado. O CSA não conseguia chutar de maneira eficiente e o defensor da meta do Galo fazia bem seu trabalho. Echeverría tentou em duas oportunidades, mas nada de assustar. Ao todo, foram 16 cruzamentos e em nenhum o time marujo levou perigo.
Galo calculista
Com a vantagem no placar, o CRB se concentrou em fortalecer ainda mais a marcação, montar duas linhas com quatro jogadores e deixar o adversário tocar a bola com frequência, mas sem arriscar e incomodar a defesa regatiana. Por outro lado, a defesa azulina quase cometeu outro vacilo crucial. Neto Baiano foi lançado em profundidade nas costas de Leandro Souza e o goleiro Alexandre Cajuru saiu da área para afastar do jeito que fosse possível.
Os treinadores começaram a realizar modificações nas equipes. De uma maneira inicial, o CSA ficou com maior mobilidade no ataque e apareceu com pouco mais de vontade no setor ofensivo. Na primeira tentativa, Didira cruzou e Josimar desviou para fora. Em seguida, Boquita chutou de fora da área e João Carlos fez a defesa. Apesar de maior velocidade, a dificuldade em finalizar permanecia muito grande.
Na medida em que o fim de jogo ficava cada vez mais próximo, o CSA trocava passes de maneira mais efetiva no campo de ataque, enquanto o CRB era ciente de que os espaços poderiam aparecer na zaga oponente e a vantagem em busca do título poderia ficar ainda maior. Como o Azulão não conseguia finalizar, o tempo virou um forte aliado do Regatas para garantir a vitória. E conseguiu. Com maior controle da marcação, o Galo venceu o jogo e se aproximou do primeiro tetracampeonato após quatro décadas.