Cruzeiro e Vasco vão se enfrentar nesta quarta (4) pela segunda rodada da fase grupos da Libertadores. Para um jogador em especial, o reencontro com o clube celeste e com o Mineirão terá uma carga emocional importante. O meia Wagner, titular absoluto do clube carioca, vai pisar novamente no Mineirão, mesmo gramado que há nove anos recebeu um trágico episódio da Raposa na Libertadores.

Dia 15 de julho de 2009, grande final da 50ª edição da Libertadores: o Cruzeiro entrava em campo contra o Estudiantes (ARG), no Gigante da Pampulha, após ter arrancado um empate em 0 a 0 na Argentina na ida. O time que foi a campo era composto por Fábio; Jonathan, Leonardo Silva, Thiago Heleno e Gérson Magrão; Henrique, Marquinhos Paraná, Ramires e Wagner, Wellington Paulista e Kléber.

O final desse episódio ainda dói para o torcedor celeste. O time argentino fez 2 a 1 em pleno Mineirão, que viu o Estudiantes levantar a taça de campeão com seu capitão Juan Pablo Verón. A trajetória do Cruzeiro até a final contou com participação do clube no Grupo 5, classificando em primeiro dos quatro com 13 pontos.

Wagner integrou o elenco vice-campeão da Libertadores de 2009 (Foto: Divulgação)

Nas oitavas de final, a Raposa enfrentou a Universidad de Chile e somou um placar de 3 a 1 no agregado: 2 a 1 no primeiro jogo e 1 a 0 no segundo. Nas quartas de final, enfrentou o São Paulo, vencendo por 2 a 1 e 2 a 0. Na semifinal, a equipe celeste passou pelo Grêmio: 3 a 1 no jogo de ida, com um gol de Wagner, e um empate por 2 a 2. O Cruzeiro, com isso, credenciou-se para a decisão contra o Estudiantes.

Até a final, o meio-campista havia feito 29 jogos pelo Cruzeiro no ano e marcado quatro gols. Em 2009, o então camisa 10 já tinha sido campeão mineiro em cima do maior rival, Atlético. A primeira partida contra o Estudiantes, na Argentina, deixou o torcedor cruzeirense animado. A Raposa foi até Buenos Aires e conseguiu um empate por 0 a 0, o que dava ao clube celeste a possibilidade de vencer por qualquer placar para levantar o caneco.

O Cruzeiro chegava à sua quarta final em 11 participações até então, e o roteiro era o melhor de todos: 1 a 0 para a Raposa no Mineirão com gol de Henrique aos seis minutos do segundo tempo. Mas, logo em seguida, o Estudiantes acabou com a festa mineira. Aos 12 minutos, Fernandez empatou e, aos 27, Boselli virou, dando o título aos argentinos e decepcionando os 64.800 torcedores presentes naquela noite de quarta-feira.

O Cruzeiro perdeu a final da Libertadores em 1977 e 2009, para Boca Juniors e Estudiantes, respectivamente (Foto: Divulgação)

Wagner, que defendia a camisa celeste desde 2005, deixou o clube em maio de 2009 ao ser vendido ao Lokomotiv Moscou por seis milhões de euros (cerca de 15,7 milhões de reais). Apesar de jogar por cinco anos no Cruzeiro, o atleta saiu desgastado pela torcida e acusado de ser um dos responsáveis pela 'racha' do vestiário na segunda partida da final da Copa Libertadores.

Até o dia 13 de agosto de 2009, quando foi transferido para o clube russo, Wagner havia feito 219 jogos com a camisa do Cruzeiro e 37 gols. O meio-campista foi campeão mineiro nos anos de 2006, 2008 e 2009. Retornou aos gramados brasileiros em dezembro de 2011, contratado pelo Fluminense, onde permaneceu até 2015. Com a camisa tricolor, foram 180 jogos e 25 gols. 

Aos 30 anos, aceitou a proposta irrecusável do Tianjin Teda, da China, permanecendo por apenas um ano. Em 2017, retornou ao Brasil mais uma vez. O Rio de Janeiro foi seu destino novamente, e o ex-camisa 10 do Cruzeiro se tornou o camisa 20 do Vasco. Nesta quarta, Cruzeiro, Wagner e Libertadores voltam a povoar um mesmo enredo, desta vez de lados distintos.