Acabou o ciclo de Marcelo Chamusca à frente do comando técnico do CRB. A derrota para o Guarani por 1 a 0 na noite da sexta-feira (11) foi o estopim para o presidente do Galo, Marcos Barbosa, comunicar a demissão do treinador. O presidente ligou para o comentarista da Rádio Pajuçara FM, Marlon Araújo, próximo à meia-noite para informar que estava decidido pela saída de Chamusca, embora os diretores que estavam junto com o grupo em Campinas/SP nada falassem sobre o caso com o repórter Rodrigo Veridiano, da Rádio CBN/Correio.

Neste início de sábado (12), a decisão ainda não foi oficializada nas páginas oficiais do clube nem houve qualquer informação por meio da assessoria de comunicação oficial. Mas, pela decisão partir do mandatário executivo do clube, a saída de Marcelo Chamusca é certa.

Chamusca chegou depois do pedido de demissão de Roberto Fernandes após a eliminação do CRB na Copa do Nordeste para o Santa Cruz. A saída foi conturbada, com declarações e notas oficiais das partes envolvidas. Por estar livre no mercado e ter conhecimento de futebol nordestino, da Série B e de ter acesso a divisões superiores em anos anteriores. Chegou às vésperas da decisão do Campeonato Alagoano, montou uma equipe competitiva, mas perdeu o título para o arquirrival CSA nas penalidades máximas. Ainda disputou a fase preliminar da Copa do Nordeste, quando superou a Juazeirense e garantiu participação na fase de grupos do torneio regional em 2020.

Mas o grande objetivo era fazer uma campanha decente no Campeonato Brasileiro da Série B, após uma temporada 2018 que quase resultou em um rebaixamento e, de quebra, ainda viu o arquirrival CSA subir logo na primeira vez que disputou a Segunda Divisão no formato de pontos corridos. O acesso sempre foi a meta nessa temporada, mas alguns fatores culminaram para que o objetivo ficasse mais distante. Embora o time tenha o melhor desempenho como visitante, o CRB tem o terceiro pior aproveitamento dentro de casa. Além disso, quando emendava uma sequência de bons resultados, logo vinha outra com reveses. E esse é o atual momento do Galo.

A sequência de quatro jogos sem perder, com vitórias sobre Brasil de Pelotas e Coritiba, além de empates contra Vila Nova e São Bento deixaram o clube alagoano no G-4 após muitas tentativas. Porém, as duas igualdades viraram um jejum de cinco jogos sem conquistar um triunfo sequer, devido às derrotas contra América-MG e Guarani, além do empate contra o Sport. Com isso, a equipe caiu para o oitavo lugar, com 39 pontos, e vê as possibilidades de voltar a estar na elite do futebol brasileiro, o que não acontece desde 1984, ficarem mais longe.

Vale destacar também que, alguns jogadores que deram liga e entrosamento no Regatas foram negociados ou estão no departamento médico. O meia Felipe Ferreira se transferiu ao Vasco da Gama. Três dos cinco goleiros da equipe (Edson Mardden, Vinícius Silvestre e Fernando Henrique) estão lesionados. O volante Ferrugem sofreu lesões na coxa, ficou ausente por meses e, há uma semana, sofreu luxação acromioclavicular de grau 5 e está fora da temporada, com o risco de não jogar mais pelo clube praiano. Com todos esses fatores, a torcida se chateou com a oscilação alvirrubra e o presidente Marcos Barbosa também perdeu a paciência e não tolerou mais uma derrota.

Durante sua passagem pelo CRB de exatos seis meses, Marcelo Chamusca comandou a equipe em 32 jogos. Foram 13 vitórias, sete empates e 12 derrotas, com aproveitamento de 48%. Alguns nomes surgem de maneira especulativa no radar para ser o substituto. Eduardo Barroca, Roberto Fonseca, Lisca e Marcelo Cabo são alguns que podem estar no radar do presidente para comandar o time nos últimos dez jogos do Galo em 2019.