Sempre é bom relembrar a trajetória de um craque. Gols marcantes, passagens de sucesso ou de fracasso, fase áurea, lesões, retorno, fim da carreira e o pós-profissão, todos esses períodos, passados com sucesso, constroem uma figura idolatrada em algumas torcidas. Por isso, a VAVEL Brasil traz de volta à tona alguns grandes jogadores que pisaram os gramados do país do futebol. Agora, vamos com um dos maiores jogadores brasileiros da história.
Rivaldo teve uma grande carreira nacional e internacional, possuindo títulos nas passagens por Santa Cruz, Palmeiras, Barcelona, Milan, Cruzeiro, Olympiacos e Bunyodkor, além do principal título com a Seleção Brasileira: a Copa do Mundo de 2002. Por seu currículo vasto e cheio de glórias, o meia-atacante é considerado maestro e ídolo por onde passou.
Onde tudo começou
Nascido no Recife em 19 de abril de 1972, Rivaldo Vitor Borba Ferreira assinou o primeiro contrato profissional com o Santa Cruz Futebol Clube aos 19 anos. Apesar de participar de alguns jogos e ajudar na conquista do Campeonato Pernambucano em 1990, foi na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 1992 que Rivaldo começou a ser destaque.
Após sua atuação na Copinha, ele foi trocado por cinco jogadores do Mogi Mirim Esporte Clube, nem voltando para Pernambuco após o término da competição.
O despontar da estrela
Em 1993, o Sport Club Corinthians Paulista conseguiu arranjar um empréstimo de jogadores-chaves do Mogi Mirim, dentre deles Rivaldo. Porém, o jogador não foi tão bem na Copa Rio-São Paulo de 1993 e no Paulistão de 1994, fazendo o alvinegro paulista desistir de contratá-lo em definitivo.
Porém, em parceria com a Parmalat, a Sociedade Esportiva Palmeiras resolveu apostar em Rivaldo e pagou 2,4 milhões de reais ao Mogi Mirim para tê-lo. No time palestrino, conquistou o Série A do Brasileirão em 1994 e o Campeonato Paulista de 1996.
Após os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, o meio-campista começou sua carreira internacional no Deportivo La Coruña, onde marcou 21 gols e conseguiu levar o time a terceira colocação no Campeonato Espanhol. Uma temporada depois, Rivaldo já chegava ao Fútbol Club Barcelona para substituir Ronaldo Fenômeno, que tinha ido para a Inter de Milão.
O auge no Barcelona
Os quase 30 milhões de dólares que o time catalão pagou valeram a pena, pois Rivaldo alcançou aquilo que Ronaldo não conseguiu: o titulo do Campeonato Espanhol, que veio após três anos de espera. Além desse, ele faturou mais a Copa do Rei e a Supercopa de 1997 e a La Liga de 1998-99.
Foi com suas atuações no Barça que Rivaldo conseguiu surpreender o mundo com suas habilidades com a bola. Mesmo com o técnico holandês Louis van Gaal querendo o escalar como atacante, suas grandes atuações como arrancadas, dribles, passes mágicos e muitos gols renderam muito. Foram 130 gols em 230 jogos.
Rivaldo, o Melhor do Mundo
Não teve ninguém melhor do que Rivaldo em 1999. Além de ser considerado o Melhor Jogador do Mundo pela Fifa, também levou a Bola de Ouro da France Football e o prêmio da World Soccer. Ele foi o terceiro brasileiro a receber o prêmio da Fifa, depois de Romário e Ronaldo, que já tinha vencido duas vezes.
O brasileiro concorria ao lado de David Beckham, Gabriel Batistuta, Zinedine Zidane, Christian Vieri, Luíz Figo, Andriy Shevchenko, Raúl, Andy Cole e Dwight Yorke. O meia-atacante do Barcelona recebeu 91 dos 140 votos, deixando o inglês Beckham em segundo e o argentino Batistuta em terceiro.
Má fase na Itália
Depois de cinco belas temporadas na Catalunha, Rivaldo aparece como novidade no AC Milan em 2002, um mês após ser pentacampeão com a Seleção Brasileira. O fim de sua passagem no Barcelona e os últimos jogos com a Seleção trouxe críticas ao jogador, que não atuava no nível que estava acostumado. Porém, a Copa do Mundo tinha mudado esta perspectivas da nova contratação.
Desejado desde 2000 por Silvio Berlusconi, Rivaldo chegaria ao Milan com a responsabilidade de ser o principal jogador do time e fazê-lo brilhar novamente no cenário local e europeu. Afinal, já eram três anos sem ganhar a Serie A e oito sem levantar a Liga dos Campeões. Além do brasileiro, a chegada de Clarence Seedorf, Alessandro Nesta, Jon Dahl Tomasson e Dida colocava ainda mais pressão nos milanistas.
O início do Campeonato Italiano dos rubro-negros foi impressionante, com quatro vitórias nos cinco primeiros jogos e 17 gols. Porém, Rivaldo ainda aparecia tímido. Como inicialmente o brasileiro era reserva de Rui Costa na armação, Ancelotti tentou colocá-lo no ataque, como tinha jogado na Copa do mundo. Porém, a tentativa não teve sucesso. A boa fase de Shevchenko e as lesões ainda viraram justificativas para deixar o mago no banco.
Apesar do título da Champions League, Rivaldo não conseguiu render o tanto que gostaria ao Milan e terminou na terceira posição da Serie A, atrás da Inter de Milão e da Juventus.
Na Seleção
Após ser o Bola de Prata no Corinthians, em 1993, chegou à Seleção com moral de revelação. Apesar de ter grandes chances de ir para a Copa do Mundo de 1994, sua mal atuação no Campeonato Paulista o deixou de fora. Foi voltar à Seleção em 1996, onde conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas.
Falando em Copas do Mundo, a primeira de Rivaldo foi a de 1998, onde foi bem, mas não conseguiu mudar muita coisa na final contra a França. Já em 2002, ele foi um dos principais maestros do pentacampeonato. O quarteto de R's que formou com Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Roberto Carlos foi considerado um dos maiores destaques do torneio.
Fim da carreira
Após o auge do Barcelona, Rivaldo acumula passagens pelo futebol italiano, no Milan, no brasileiro com Cruzeiro, São Paulo, Mogi Mirim e São Caetano, no grego com o Olympiacos e o AEK Atenas, além das duas temporadas no Usbequistão, com o Bunyodkor, e a temporada no futebol angolano, defendendo o Kabuscorp.
O jogador só pendurou as chuteiras em 2015, quando voltou ao Mogi Mirim, clube em que teve seus primeiros momentos de fama.
Legado do maestro
É um jogador que entrou para a história. Decisivo para às honras do Barcelona e marcante com o pentacampeonato da Seleção Brasileira, não é à toa que Rivaldo é tratado como ídolo e maestro por onde passou. Hoje, ele treina o time marroquino SC Chabab Mohammedia.
Nas redes sociais, fala bastante da situação política atual do Brasil. Nas Eleições de 2018, declarou apoio ao então candidato de extrema-direita Jair Messias Bolsonaro — que viria ser Presidente da República —, o que deixou más impressões no Barcelona, onde fazia parte do time de Lendas do Clube, junto com Ronaldinho Gaúcho.