Em 2005, o São Paulo ganhou três títulos: o Campeonato Paulista, a Copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes. Com exceção das óbvias partidas que renderam os respectivos troféus, dois jogos são lembrados com muito carinho pelos torcedores: a semifinal da competição continental, contra o River Plate. Amoroso relembrou daquele duelo em Live do canal Arnaldo e Tironi, mantido pelos jornalistas Arnaldo Ribeiro e Eduardo Tironi no Youtube.

O atacante relembrou o motivo pelo qual o Tricolor teve sucesso nos confrontos, segundo ele. "Eu falo que ainda tem alguns jogadores do River Plate no meu bolso. Eles não esperavam a minha chegada, não sabiam como eu estava jogando. Eles tinham o esquema tático com o Grafite, não comigo. O Paulo Autuori sempre perguntava como eu estava fisicamente, era a minha preocupação também, já que eu fiquei vinte dias sem sequer treinar", declarou Amoroso.

A confiança após a vitória no Morumbi também foi tema da Live. "O 2x0 nos deu a sensação de que já éramos campeões. O Chivas, para a gente, poderia ser mais difícil que o Atlético-PR por conta do deslocamento até o México", Amoroso relembrou.

Um rival, em especial, foi citado. Com passagem vitorioso pelo Corinthians, rival do São Paulo, Javier Mascherano foi relembrado como um atleta que pegou pesado na marcação. "O Mascherano bateu, mas não serviu para nada. Ele se deu mal porque pegou eu e o Luizão, dois macacos velhos. Ele batia na gente e a gente ria da cara dele", riu Amoroso.

Mundial de 2005

A final do torneio, contra o Liverpool, também ocupou as atenções da conversa. O gol tricolor, marcado por Mineiro, foi um divisor de águas do certame. "Após fazermos 1x0, eu cobri o Junior, o Cicinho, jogava de zagueiro, tirei bola de dentro da área. Pra mim, não tinha função. Depois do gol, vou fazer de tudo, vou virar o MacGyver pra não tomarmos gol", riu Amoroso.

Uma opção tática de Rafa Benítez, técnico do Liverpool, também foi lembrada por Amoroso. Para ele, a não-titularidade de um atleta, em especial, facilitou as coisas para o São Paulo."Treinamos para não marcarmos falta dentro da área e para evitar bolas alçadas na área. Se o Peter Crouch tivesse jogado desde o início, teríamos mais dificuldade. Teríamos, praticamente, 90 minutos de cabeceio e de bate-rebate", relembrou.

O primeiro jogo do São Paulo naquele certame, contra o Al-Ittihad, foi lembrado em certa oportunidade. E ele passou longe de ser fácil com muitos pensam. "Depois que eles empataram, ainda no primeiro tempo, o resto da metade inicial foi deles. O Lugano brigou com dois atletas deles indo para o vestiário e eu tive que acalmá-lo. O Paulo Autuori fez alguns ajustes pontuais e, depois que fizemos o segundo gol, eu passei a jogar melhor. O time também ficou mais calmo", finalizou.

Paulo Autuori

O atacante crê que o técnico daquela equipe devera chegar ao posto máximo do futebol nacional. "Sou suspeito para falar dele. É multicampeão, não sei como foi treinador de Seleção Brasileira. Hoje, é um cara que tem as ideias dele e bate sempre de frente com a CBF. Mas, na época, era um treinador que poderia chegar nesse patamar pela experiência e pelas conquistas. Era extremamente inteligente e de grupo. Caráter, amizade com os jogadores, todos gostavam dele", relembrou.

A gestão de grupo do treinador também foi elogiada por Amoroso. "Ele fazia grupos contando com os reservas dos reservas. Os caras que não jogam é quem derrubam o treinador. Ele fez com que todos os jogadores fossem importantes no grupo. Ele tinha o grupo na mão", elogiou o atacante.

Comparações

Um dos craques daquele time foi comparado a um dos maiores jogadores da história do futebol. "Tinha e ainda tenho o Raí como ídolo até hoje. Era um senhor meio-campista, cara espetacular. Desfilava em campo. Vi o Zidane jogar, jogava contra ele, mas o Raí foi monstro. Eles tinham quase que as mesmas características, principalmente a inteligência", afirmou.

Já o centroavante foi comparado a outros dois atletas da mesma posição. O Mundial de Clubes 2005, vencido pelo São Paulo, foi o tema da comparação. "Eu precisava de um jogador que brigasse por cada bola, que protegesse bem a redonda. Era o Aloísio Chulapa, era acostumado a jogar com atletas assim. Joguei com o Bierhoff na Udinese e com o Koller no Borussia Dortmund. O Grafite não estava na melhor forma física, também", finalizou.