Longe da elite estadual desde 2014, o Duque de Caxias promete ser uma das forças na segundona carioca em um projeto de modernização profissional que abrange desde as categorias de base até a comissão técnica e o elenco principal. Em exclusividade à VAVEL Brasil, o treinador Tinoco revelou o desejo de conquistar o acesso à primeira divisão em um planejamento revolucionário no time caxiense.

Oitavo colocado na última edição, o Duque de Caxias quer ir além do que as semifinais da Taça Corcovado. O primeiro passo foi dado em março, com a chegada de um antigo e identificado ex-jogador do clube, o treinador Tinoco, de 37 anos, junto de sua comissão técnica composta pelo preparador físico Felipe Tomaz, o analista de desempenho Michel Gusmão e o auxiliar técnico Léo Araújo. 

Tinoco e sua comissão técnica (Foto: Reprodução Duque de Caxias F.C.)
Tinoco e sua comissão técnica (Foto: Arthur Barreto/ DCFC/ AMS)

Tinoco que já havia trabalhado como coordenador técnico nas categorias de base no próprio clube, destaca a implementação de uma metodologia de jogo que padroniza a identidade em campo dos jogadores, desde os times juvenis, até o grupo profissional.

"Nosso objetivo é ser comparado com os grandes clubes, temos que jogar nível alto para formar jogador, assim teremos mais estrutura e faremos mais jogos", comentoi o técnico.

Sua chegada

Antigo na casa, Tinoco revela que a oportunidade de comandar o time principal do Duque, surgiu de forma natural, através de um trabalho de sucesso e renovação nas categorias de base. "Cheguei no clube em novembro, procurei o Duque para fazer um estágio na CBF que é obrigatório para ser treinador. Partindo desse bom trabalho no juvenil, o Presidente acreditou na chance e em uma conversa o convite foi feito, em um planejamento de implementar essa filosofia no time principal".

"Quando eu cheguei na base, a base tinha como características jogar campeonatos amadores, jogos que não são da FERJ. Jogava o Metropolitano e a Copa Light, e nessas competições conseguimos ser campeões com o sub-13 e vice com o sub-14. A principal mudança na base a curto prazo foi o intercâmbio com times grandes, ou seja, fazer amistosos com Flamengo, Fluminense... Jogamos 3 vezes contra o Flu,clube que conheço bem, pois fiquei 12 anos lá. Jogamos uma contra o Bota e Vasco também. Tínhamos agendados uma partida com o Fla, mas a Pandemia impediu esse teste", completou.

Assim como grande parte dos processos de implementação de filosofia, a equipe precisou de tempo para se ajustar. Tinoco conta que de início sua equipe levava goleadas, mas que após os primeiros reajustes, a evolução era nítida.

"Depois de um tempo conseguimos mais igualdade. A gente fez frente, empatamos com o Botafogo, vencemos por um tempo o Fluminense, os jogadores se acostumavam com aqueles embates".

Transição 

Alguns destaques destes times juvenis receberão a oportunidade de complementar a equipe principal na segunda divisão. Apesar de não poder revelar nomes dos reforços já acertados pela diretoria, o treinador conta que ao menos cinco jogadores da base já estão garantidos no time de cima. "Teremos dois goleiros da base, Pedro (2000) titular do sub-20 e Victor (2003) do sub-17, Juninho que é meia, Tatá ponta que voltou emprestado do Volta Redonda, e Roger Fafá, que é atacante. Esses vão ao elenco profissional, mas o número pode aumentar".

Essa nova ideologia no clube, visa o acesso à primeira divisão estadual. Para Tinoco, os reforços que estão para serem anunciados e o projeto extracampo, são pilares essenciais nessa nova fase do Duque de Caxias. "É um time que vem muito forte para subir, é um conjunto de jogadores que se conhecem e não precisaremos de muito tempo para entrosamento. Montamos um banco de dados, traçamos um perfil de atletas, com histórico vencedor, que tenha conhecimento de acesso, já viveram a competição, não tenham problemas fora de campo".

"Teremos um grupo um pouco maior, caso percamos jogadores, consigamos suportar a reposição bem, com essa demanda de quarta e sábado. Quando anunciarmos os atletas, a expectativa da torcida tende a subir porque é realmente um grupo que chega para subir", reforçou Tinoco.

O acesso

A preparação interna do clube já está sendo trabalhada, e o clube deve aguardar uma sinalização de início da competição para oficializar seus reforços.

"Temos um planejamento já feito há muito tempo, independente da data de início. Não sabemos quando começará por causa da folha salarial, mas trabalhamos com o número de semanas, especialmente para honrar com seus compromissos".

"O clube tá focado no acesso, estamos pensando nisso, não vai acontecer de qualquer maneira, mas vamos fazer por onde. Queremos trazer essa alegria pro povo de Caxias, a gente imagina que não teremos torcida, vamos sentir muito esse peso, porque a torcida apoia de verdade, especialmente no Marrentão. Eu não me lembro de perder um jogo nesse estádio como jogador. Pela primeira vez teremos um analista de desempenho, demos um foco maior também na fisioterapia, todo esse suporte para a evolução dos atletas", afirmou.

Identificação

Ex-jogador do clube em 2007, 2008 e 2010, Tinoco foi zagueiro e participou do acesso à série B nacional em seu segundo ano de clube. Apesar de não participar da campanha de 6º lugar na segunda divisão, Tinoco esteve no plantel do ano seguinte, na época em que o  Duque de Caxias utilizava jogadores emprestados do Boavista em uma parceria dos clubes. Como treinador, será sua primeira experiência à beira do campo, após um trabalho de sucesso nas divisões de base.

Tinoco já conhece seu primeiro oponente no estadual, o Rio-São Paulo, em confronto previsto para 15 de agosto. No grupo A, sua equipe terá o Audax Rio, Gonçalense, Maricá, Nova Cidade, Olaria, Rio São Paulo, Serra Macaense e Serrano, como adversários.