Em meados de 2017, a Ferroviária reformulou o planejamento e a organização do departamento feminino. A escolha pela Ana Lorena Marche foi motivada por sua capacidade e conhecimento. Formada em educação física, trabalhou como coordenadora de cursos na Universidade do Futebol.

A gestora que coordenou a equipe feminina da Ferroviária até o final de 2019, foi responsável por gerenciar todas as categorias do clube e participou da conquista de sete títulos, entre eles, o Campeonato Brasileiro (2019). Além disso, fez parte do projeto que levou as Guerreiras Grenás ao vice da Libertadores e ao terceiro lugar do Paulista em 2019.

Em nota divulgada pelo site oficial da Ferroviária, Ana Lorena Marche, fez um texto na época para agradecer e se despedir do clube e destacou um dos pontos do seu trabalho.

O objetivo maior do projeto sempre foi mudar a vida das atletas, para que elas tivessem dignidade para exercer a profissão que elas tanto amam. Criar mais que atletas, criar mulheres empoderadas, que saibam seu lugar na sociedade, que elas podem ser técnicas campeãs brasileiras, gestoras, supervisoras, preparadoras de goleiras, psicólogas, ou o que elas quiserem.” 

Ana Lorena Marche (segunda, da esquerda para a direita) junto à comissão técnica da Ferroviária. (Foto: Divulgação/Dibradoras)

 

Na última quarta-feira (02), o presidente da CBF Rogério Caboclo, anunciou em entrevista coletiva, as duas novas coordenadoras do futebol feminino da entidade. Duda Luizelli ficará no comando da Coordenação da Seleção Brasileira Feminina, enquanto Aline Pellegrino, à frente da Coordenação de Competições Femininas.

Pela primeira vez na história a gestão das categorias da Seleção Brasileira Feminina será feita por mulheres que estão envolvidas com o esporte e são capacitadas para exercerem a função.  O comando da equipe principal e sub-17, já são liderados por mulheres, sendo, respectivamente, Pia Sundhage, e Simone Jatobá. Outra conquista anunciada durante a entrevista foi a equiparação das diárias e premiações pagas para a seleção masculina e feminina do Brasil.

Com a saída da ex-capitã Aline Pellegrino do cargo de Diretora de Futebol Feminino na FPF, Ana Lorena Marche, até então coordenadora, passa a ser responsável pelo departamento e o desenvolvimento e fomento do esporte no estado de São Paulo.

A existência de um departamento de futebol feminino dentro de clubes e federações é essencial para aumentar a visibilidade e representatividade. Permite que exista um planejamento específico e direcionado para o crescimento e melhoria da modalidade. Quanto mais qualificado, melhor será o produto fornecido e consequentemente, terá mais investimentos. Para isso, é preciso investir na capacitação dos profissionais responsáveis pela gestão e formação das atletas.