1-0, min. 90+9, Rodriguinho.
Bahia VAVEL

Com gol nos acréscimos, Bahia vence, deixa zona de rebaixamento e empurra Botafogo

Em jogo de poucas chances reais, Esquadrão encontra pênalti no último lance

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gol nos acréscimos, Bahia vence, deixa zona de rebaixamento e empurra Botafogo
Foto: Divulgação/Bahia
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Por Júlia Nascimento

O Bahia venceu o Botafogo pelo placar de 1 a 0 neste domingo (8) pela 20ª rodada do Brasileirão 2020 com o gol da vitória saindo de pênalti polêmico marcado aos 49 minutos do segundo tempo. Rodriguinho converteu e garantiu os três pontos que tiraram o time do Z-4 na Arena Fonte Nova.

Era um embate para terminar a rodada fora da zona de rebaixamento. Esquadrão de Aço, em 17º, e Glorioso, em 16º, separavam-se por apenas um ponto na tabela. Entretanto as equipes entraram em campo com ânimos opostos devido a outras competições: o Bahia goleou o Melgar por 4 a 0 e classificou-se às oitavas de final da Copa Sul-Americana, enquanto o Botafogo empatou sem gols com o Cuiabá e foi eliminado da Copa do Brasil pelo placar agregado de 1 a 0. O time carioca acertou com o técnico argentino Ramón Díaz, mas comandará apenas a partir da próxima partida alvinegra.

Estratégias

Mano Menezes optou por começar com Anderson Martins entre os titulares e com Gilberto no banco. Esquema tático: 4-3-3. No gol, Douglas. A zaga contou com Lucas Fonseca e Anderson Martins. Nas laterais, Nino Paraíba pela direita e Juninho Capixaba pela esquerda. O meio-campo tinha Gregore e Elias mais recuados no primeiro combate e Daniel na construção ofensiva. Mais à frente, Rossi atacava pela direita, Élber pela esquerda, e Fessin centralizava na área.

Ainda como interino, Flávio Tênius continuou sem poder contar com Gatito e Lecaros, lesionados. Honda e Pedro Raul foram poupados por desgaste muscular. Cavalieri e Warley testaram positivo para Covid-19 e foram afastados. Já Angulo cumpriu suspensão. Em compensação, o marfinense Salomon Kalou retornou de lesão após quatro jogos afastado. Esquema tático: 4-3-3. Saulo no gol. Marcelo Benevenuto e Kanu formaram a dupla de zaga, enquanto Kevin na direita e Victor Luis na esquerda cuidaram das laterais. No meio-campo, José Welison e Caio Alexandre compuseram a dupla de volantes no primeiro combate e na transição; Bruno Nazário trabalhava na criação e finalização. E, no ataque, Kelvin subia pela direita, Guilherme Santos pela esquerda, e Matheus Babi tomava conta da área com bastante mobilidade.

Equipes fazem jogo equilibrado no primeiro tempo

O Bahia foi quem iniciou a primeira etapa ficando com a bola, enquanto o Botafogo postava marcação recuada, a partir da linha de meio-campo, mas conseguindo dificultar a penetração do adversário no campo de ataque. Nos minutos iniciais, a equipe alvinegra chegou à frente uma vez, com Guilherme Santos pela esquerda. Já o Esquadrão começou a encontrar os espaços e finalização de longe.

O Glorioso subia sempre pela esquerda, também com Victor Luis. Diferentemente do padrão que se vem observando no futebol brasileiro, era um jogo sem marcação alta. Logo aos 14 minutos, Guilherme Santos sentiu uma lesão e precisou ser substituído por Davi Araújo. Com isso, o time carioca perdeu em marcação e ganhou em ofensividade na ponta-esquerda. Aos 15, tudo igual em posse de bola e em finalização (1 a 1).

A primeira finalização do Bahia na área saiu apenas aos 20 minutos. O time da casa entendeu que precisava usar os corredores para conseguir chegar na área adversária, pois a marcação recuada do Botafogo estava impedindo o trabalho do meio-campo baiano. Élber ia conseguindo o último passe na ponta-esquerda. Do outro lado, a equipe alvinegra forçava bola longa para a ponta-direita com Kevin ou Kelvin. Além disso, o Esquadrão defendia muito recuado e obrigava o Glorioso a cruzamentos, principalmente com Kelvin.

Élber e Rossi trocaram, temporariamente, de posição. Aos 40 minutos, a posse de bola ainda era muito similar (51% a favor do Botafogo), assim como as finalizações (5 a 4 para o mandante). Até que, aos 44, Nino Paraíba arrancou pela direita, fez o passe para Fessin na grande área, que chutou prensado e, na segunda tentativa, cabeceou para dentro contando com erro grave de Saulo. Mas o gol foi anulado após chamada do VAR para checagem por falta de Nino Paraíba em Davi Araújo na origem do lance.

Bahia tem mais atitude na segunda etapa e consegue pênalti no fim

Assim que voltaram do intervalo, ambas as equipes mudaram, taticamente, com marcações mais adiantadas, pressionando na saída de bola. Caio Alexandre passou a aparecer no ataque, tanto na pressão, quanto na armação, característica individual da qual o time precisa. Pelo Bahia, Daniel continuava arriscando de fora da área. O time da casa se mantinha no campo de ataque, estudando como chegar perto do gol e arriscando de longe.

Rossi, machucado, deu lugar a Rodriguinho. Mano aproveitou para também sacar Daniel e colocar o artilheiro Gilberto, mostrando que iria para cima. Aos 18 minutos, 55% em posse e 11 a 7 em finalizações a favor do Esquadrão, evidenciando evolução e certa superioridade baiana. E mexidas: Élber saiu para a entrada de Marco Antônio de um lado; José Welison (machucado) e Kelvin deram vez a Luiz Otávio e Kalou do outro.

O Botafogo até chegava na área, mas não colocava Douglas para trabalhar. Matheus Babi estava sumido, enquanto Bruno Nazário tentava sozinho, flutuando na entrada da área. Mano ainda sacou Fessin para a entrada de Alesson. Gilberto aparecia ora na ponta-esquerda, ora centralizado de frente para a área, e Rodriguinho, dentro dela. Nino Paraíba era fundamental ao ataque desde o primeiro tempo, cruzando da direita.

Aos 32, rara defesa de Douglas, saindo bem do gol para bloquear chute de Davi Araújo a partir de contra-ataque, que era a postura alvinegra. O Bahia ainda apostava nos chutes de fora, com diferentes nomes. Tênius resolveu tirar Davi Araújo, que entrou no início da etapa inicial, para Éber Bessa entrar em campo. Kalou, sem ritmo de jogo, não apareceu, pouco tocou na bola.

Nino tinha cada vez mais liberdade para cruzar ou pisar na área pela direita, aproveitando marcação frouxa do Botafogo. Já nos acréscimos, o time de General Severiano foi para o ataque, no famoso “tudo ou nada”. Quando o 0 a 0 parecia certo, pênalti para o Bahia aos 49 minutos. Gilberto chutou da entrada da área, e a bola bateu na coxa e na mão do zagueiro Marcelo Benevenuto. O VAR chamou o árbitro para revisão, mas ele manteve sua decisão do momento em que o lance aconteceu. Rodriguinho bateu e fez, dando a vitória ao Esquadrão de Aço no último lance de perigo. Números finais: 59% de posse de bola, 20 a 10 em finalizações e 5 a 3 em chutes a gol, todos favoráveis ao mandante.

Classificação e próximos compromissos

Com o gol da vitória nos últimos minutos, o Bahia deixou o Z-4 e pulou para a 14ª colocação, com 22 pontos. O próximo compromisso do Esquadrão de Aço é, novamente, em casa contra o Fortaleza na quarta-feira (11), às 18h45.

Já o Botafogo, deixando um ponto precioso escapar no fim, entrou na zona de rebaixamento, ficando na 17ª posição com 20 pontos. Mesma pontuação do Bragantino, primeiro time fora da zona, mas com um jogo e uma vitória a menos. O Glorioso volta a campo na outra segunda-feira (16) às 20h, quando recebe, justamente, o Bragantino para um jogo de seis pontos na parte inferior da tabela.