A eleição que definirá o novo presidente do São Paulo acontece no próximo sábado (13). Após cinco anos, Carlos Augusto de Barros e Silva, popularmente conhecido como Leco, deixará a cadeira no Tricolor. E, na última quarta-feira (09), ele concedeu entrevista a Paulo Vinícius Coelho, jornalista do Grupo Globo, fazendo um balanço da gestão.

Dentre outros pontos e em respostas longas ao Blog do PVC, Leco exaltou os mandatos que teve e revelou qual foi o maior erro que teve. Em outro momento, ele também aproveitou para elogiar Fernando Diniz, atual treinador.

Logo na primeira resposta, Leco destacou que deixa para o sucessor (Julio Casares ou Roberto Natel) um clube melhor do que encontrou.

"Certamente melhor. Em outubro de 2015, quando eu assumi pela primeira vez, o São Paulo vivia um dos momentos mais delicados de sua história. O clube não tinha crédito, não tinha patrocinadores, não tinha um projeto de futebol. Tudo convergia para uma trajetória ruinosa. Foi preciso ter muita serenidade e ao mesmo tempo muita firmeza para juntar os cacos. Ao longo desses cinco anos, não tenho dúvida de que reestruturamos o São Paulo. Fizemos e aprovamos um novo Estatuto social, que é a Constituição do clube. Além disso, recuperamos o crédito e trouxemos de volta patrocinadores que nos deram condições de investir e competir em alto nível outra vez. O desempenho de Cotia nos últimos anos foi excepcional. Também modernizamos todas as áreas do Morumbi – do campo à arquibancada, dos novos vestiários e corredores ao anel comercial, da sala de imprensa, inteiramente nova, aos telões e à nova iluminação, toda em led. Fizemos muita coisa, mas se você perguntar se estou satisfeito, a resposta só pode ser não, claro que não. A frustração do torcedor também é minha", destacou.

Diego Aguirre

Leco, pela primeira vez, admitiu que o grande erro que teve na gestão foi demitir o técnico uruguaio.

"Eu não tenho muita dúvida. Foi um erro compartilhado. Não deveríamos ter demitido o Diego Aguirre na reta final do Brasileiro de 2018. O time havia feito uma campanha muito boa até a parada da Copa do Mundo, acabou o primeiro turno na liderança. Houve uma queda de rendimento na retomada, perdemos posições, acabamos nos classificando para a Pré-Libertadores. Havia sinais de que o comando do Aguirre sobre o grupo estava desgastado. E aí tanto o Raí quanto eu apostamos que tinha chegado a hora do Jardine, que vinha de um trabalho excepcional em Cotia, tem uma visão muito moderna de futebol, é um estudioso, um profissional muito dedicado e consistente. Na prática as coisas não saem como você imagina", destacou.

Diniz

O atual presidente, para finalizar, elogiou muito o atual treinador.

"Tudo o que eu disser sobre Fernando Diniz não será suficiente para exprimir minha admiração por ele. Tive a alegria de conhecê-lo e a felicidade de poder trabalhar com ele. É uma pessoa rara, transparente, direta, que se preocupa com cada uma das pessoas e pensa na instituição. Quando fomos desclassificados no Paulista, houve muita pressão para que eu o demitisse. Pressão da torcida e dentro do clube, por parte de conselheiros e até de diretores. Raí e eu nunca tivemos dúvidas de que devíamos resistir", finalizou.