Na última segunda-feira (18) o Palmeiras recebeu no Allianz Parque o Corinthians, em jogo válido pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, onde o alviverde conseguiu golear seu rival por 4 a 0, com dois gols de Luiz Adriano e dois de Raphael Veiga.

Após a partida, Abel Ferreira concedeu entrevista coletiva e explicou o que pretendeu em campo com a formação inicial, falou sobre a força mental e valorizou a equipe. Ele abriu a coletiva comentando a partida e a atual situação do alviverde.

Ninguém dentro do Palmeiras quer ganhar mais que os jogadores, comissão e estrutura. Nem os torcedores, que sei que querem ganhar, mas garanto que não querem tanto quanto nós. É pra eles que nós jogamos. Como treinador tenho a responsabilidade de valorizar o espetáculo, seja para a torcida do Palmeiras ou para quem veja. E temos de respeitar os nossos rivais, pois sem o Corinthians não teríamos essa energia de hoje. E a forma de respeitar é dentro das quatro linhas, competindo. Fizemos uma partida consistente. Cada jogo tem a sua história, minha função é analisar o futebol e assim é que ele funciona. É sempre importante ver a equipe com um jogo coletivo muito forte, jogue quem jogar, eles conseguem perceber que a identidade é a equipe e que a estrela é a equipe”, disse o treinador.

Ele continuou falando sobre a força mental e sobre a atuação do Palmeiras no clássico: “É para os jogadores que montamos a forma de jogar para tirar o máximo de rendimento de cada um, com outros jogadores faria outra coisa. A parte mais difícil de um treinador é conhecer o jogador técnica, tática, física e mentalmente. Tudo que vem daqui (cabeça) comanda. A dinâmica de treino não é muita, mas a verdade é que os jogadores estão comprometidos e envolvidos. Querem muito e demonstram isso”.

A prova disso é como os jogadores mais velhos jogam. Vimos como o Luiz Adriano fez o quarto gol: competindo. Essa é a nossa identidade. É acreditar em cada bola”, completou, elogiando Willian e Luiz Adriano.

Jogadores do Palmeiras comemorando um dos gols (Foto: Divulgação/Palmeiras)
Jogadores do Palmeiras comemorando um dos gols (Foto: Divulgação/Palmeiras)

Abel elogiou também o Corinthians e explicou o que queria na escalação inicial: “O Corinthians é uma belíssima equipe, não perdia a sete jogos, não sofria gols, consistente e com tempo para treinar. Sabíamos que ia ser difícil, não só pelas competências técnicas ou táticas que esse jogo tem, mas muito pelas competências mentais. Não é só um jogo, é um Derby contra o maior rival dentro da nossa casa. Sabemos que são mais que três pontos. Toda essa responsabilidade nós assumimos. Preenchemos nosso meio de campo por conta dessas de saídas pelo meio de nosso adversário. Fomos uma equipe consistente e com um bloco defensivo muito forte. Mais uma vez não sofremos gols. É o que interessa. Uma equipe sólida em casa, forte e, jogue quem jogar, mantém os mesmos processos e é o que temos de melhor a fazer”.

Abel também comentou sobre o rodízio de atletas para poder atuar com força máxima em todas as partidas: “Penso em cada jogo. Temos de fazer gestão de energia e jogar na máxima força. Os jogadores sentem que são todos importantes, que tem responsabilidade dentro do grupo e isso me deixa confiante. Joguem quem jogar, joga o Kuscevic, joga o Alan, joga o Gómez, joga o Luan, não joga o Luan, joga o Emerson, joga o Scarpa, não joga o Scarpa. E a equipe continua com uma ideia muito forte. Só é possível quando já união e confiança”.

Após um longo tempo fora Felipe Melo voltou a ser relacionado para uma partida pelo clube. Apesar de não entrar em campo, Abel valorizou a importância do atleta para o grupo: “Ele tem tido uma recuperação muito rápida, mas está longe de poder ajudar dentro de campo. É a grande verdade e a verdade tem que ser dita. Pode nos ajudar e muito, mas fora. É pra isso que eu conto com ele. Quem está jogando, está muito bem, Danilo, Zé, Veiga, o próprio Emerson. O Felipe vem de uma parada muito longa, mas sabe que pode ajudar de outra maneira. Ele é fundamental deste elenco e chegou a vez dele nos ajudar desta maneira. Contamos com ele e ele sabe o que queremos. Posso dizer que intervalo contra o River foi um verdadeiro guerreiro, que nos deu o que precisávamos. Ele sabe que pode ajudar porque tem capacidade, tem alma. Espírito de guerreiro e força inacreditável e temos que nos contagiar por ela”.

Por fim o treinador comentou sobre sua própria regra ’24 horas para chorar uma derrota ou comemorar uma vitória’: “Muitas vezes as pessoas vão elogiar o trabalho, mas basta um que diga que tu não prestas e vamos para casa pensando na crítica em vez de valorizar os elogios. O ser humano é assim e temos que aprender como isso (a mente) funciona. Tem que seguir essa regra, pois as montanhas são muito grandes, tivemos uma ontem, tivemos uma hoje e teremos uma amanhã. Temos que subir, descer e voltar a subir. Precisamos de todo mundo na força máxima, física e mental”.

O Palmeiras volta ao gramado na próxima quinta-feira (21), às 19h, quando viaja para enfrentar o Flamengo, no Mané Garrincha. Com a vitória o Palmeiras chegou aos 51 pontos, ficando assim na quinta posição, um ponto atrás do Flamengo e um acima do Grêmio.