O Cruzeiro derrotou o Vasco de virada pelo placar de 2 a 1 nesta quinta-feira (24) pela sexta rodada da Série B do Brasileirão 2021 e deixou a zona de rebaixamento. O jogo foi quente no Mineirão, com três gols e duas expulsões no primeiro tempo. Morato marcou pelo visitante, e Matheus Barbosa fez dois para dar a vitória ao mandante.  

Era duelo de gigantes e o centésimo encontro entre as duas equipes. Mas, na prática, Raposa e Cruzmaltino ainda tinham muito a mostrar para suas imensas torcidas. Principalmente o clube mineiro, que entrou em campo ocupando o Z-4, em 17º lugar, e vindo de derrota (2 a 1 para o Operário-PR). Já o clube carioca foi para o clássico nacional aliviado após vitória (3 a 0 sobre o CRB), ocupando a décima colocação. Três pontos, somados a tropeços adversários, poderiam ser a chave de entrada no G-4.

Estratégias

Mozart Santos não pôde contar com Weverton, suspenso, e com o meia Giovanni, com desgaste muscular. Por outro lado, Raúl Cáceres retornou à equipe, que continuou com três zagueiros. Esquema tático: 3-4-3. No gol, Fábio. Um trio na zaga: Joseph, Ramón e Paulo. Rômulo na lateral-direita e Felipe Augusto na esquerda. No meio-campo, Cáceres e Matheus Barbosa na transição e construção. E, no ataque, Bruno José e Marcinho subindo pelas pontas, enquanto o experiente Rafael Sóbis centralizava na área.

Marcelo Cabo teve apenas o desfalque de Rômulo, que testou positivo para Covid-19, em comparação com a última partida. Esquema tático: 4-4-2. Lucão no gol. Nas laterais, Zeca pela direita e Riquelme pela esquerda. Ernando e Leandro Castan completando a defesa. No meio-campo, Andrey e Bruno Gomes na transição ofensiva, com MT e Marquinhos Gabriel na armação das jogadas de ataque. Na frente, Morato e o artilheiro Cano.

Cruzeiro vira, e times perdem um jogador cada

Clássico equilibrado na primeira etapa. Nos minutos iniciais, enquanto o Cruzeiro tinha mais marcação, até pelo trio de zaga, o Vasco tentava ser mais vertical e veloz. O time da casa chamava o carioca, que marcava recuado mais uma vez, para o campo defensivo cruzeirense, com o objetivo de descongestionar o de ataque. Sem a bola, a Raposa ainda postava uma última linha de 5. Mas, aos oito minutos, Morato ficou com a bola após bate-rebate em frente à pequena área e finalizou da direita rente à trave para balançar a rede e abrir o placar para o Cruzmaltino. Na sequência, quase o segundo em jogada parecida, invadindo a área pela direita e conseguindo trocar passes no meio da marcação mineira.

Marcinho se movimentava bastante na frente, além de ser o homem das bolas paradas da equipe celeste. Até que, aos 14, cobrança de escanteio pela esquerda, Rafael Sóbis subiu alto para raspar de cabeça, e Matheus Barbosa, livre na segunda trave, colocou para dentro no gol de empate. O Cruzeiro arrumou sua marcação na ponta esquerda de defesa, por onde o Vasco estava entrando. Aos 23, eram 66% de posse para o visitante, mas 5 a 2 em finalizações para o mandante. Marquinhos Gabriel não apareceu no primeiro tempo, e o setor ofensivo cruzmaltino sentiu. E, aos 27, a partir de erro na saída de bola carioca, a bola rodou de uma ponta à outra e sobrou para Matheus Barbosa, da entrada da área, pegar firme em um golaço no Mineirão, seu segundo e a virada.

Porém o jogo parou aos 35, quando Bruno Gomes e Paulo levaram cartão vermelho direto após confusão entre o jogador vascaíno e Rômulo, em que Paulo se envolveu exaltado. E foi mais uma expulsão para a Raposa: foram seis nos últimos sete jogos. MT tinha outra boa atuação, dando opção de passe, buscando o jogo. Com menos um, o clube mineiro passou para uma espécie de 4-4-1, última linha de 4 que teria mais dificuldade no segundo tempo. E o equilíbrio pode ser comprovado nos números parciais: 53% de posse do Vasco, 8 a 8 em finalizações e 4 a 4 em chutes a gol.

Vasco peca de novo na criação, mas pressiona no fim

Marcelo Cabo optou por não voltar do intervalo com MT, mas sim com Juninho. E o Cruzmaltino retornou melhor, pressionando no ataque, inclusive com Marquinhos Gabriel, além de incomodando na saída de bola adversária. Do outro lado, o Cruzeiro preferiu focar na vantagem do placar e do jogador a menos na zaga para ser menos incisivo e priorizar velocidade e levantamento na área. Uma diferença chamava a atenção, a de desarmes: aos 13 minutos, 16 a 7 para o mandante, desvantagem ainda maior do visitante na etapa inicial. Também aos 13, Morato deu lugar a Léo Jabá, substituição que deu profundidade ao time carioca na sequência.

Aos 20, apenas a equipe celeste havia finalizado no segundo tempo, e só uma vez, rodando a bola sem concluir. Já o Vasco voltava a problemas anteriores: sem criatividade, não avançando com a bola e no passe longo para Cano. Nos minutos seguintes, ambos os técnicos gastaram suas cartas de trocas. Mozart procurou ajustar o time para segurar o resultado, enquanto Cabo, com nada a perder, foi para cima como na substituição de Andrey por Gabriel Pec.

E, nos cinco minutos finais, o Gigante da Colina teve algumas chances reais de empatar, principalmente com Cano e Léo Jabá, que levou a movimentação ofensiva para a esquerda. Porém a mira e Fábio impediram a igualdade: 2 a 1 Cruzeiro. Números finais: 55% de posse, 19 a 10 em finalizações e 6 a 4 no alvo, todos favoráveis ao visitante, que perdeu apenas seu segundo jogo fora de casa no ano.

Classificação e próximos compromissos

Com a vitória, o Cruzeiro deu um salto e colou no próprio Vasco, ambos com os mesmos sete pontos, a dois do Z-4 e a três do G-4. O próximo compromisso da Raposa é fora de casa contra o CSA no domingo (27) às 20h30. Já o Gigante da Colina volta a campo também no domingo (27) às 21h, quando recebe o Brusque.