Em jogo de seis gols, hat-trick, três pênaltis e até gol contra, Cruzeiro e Botafogo empataram em 3 a 3, num resultado péssimo para ambos. Depois de ceder o Estádio Nilton Santos para a Copa América, o Botafogo não fez valer seu mando de campo, e entrou no jogo do Cruzeiro: que acumula quatro empates consecutivos na Série B. O Celeste segue com a pior defesa da competição e um dos melhores ataques, já que se acostumou a jogos fazendo muitos gols, mas também sofrendo.

Primeiro tempo

O jogo começou com as duas equipes arriscando de fora da área, com dificuldades de criação, os mineiros tentaram no primeiro minuto com Marcinho e com três foi a vez de Rafael Navarro carregando a bola da ponta pro meio arriscar para boa defesa de Fábio. Mas o domínio do time carioca logo se estabeleceu, Chamusca veio com a estratégia de pressionar os três zagueiros do Cruzeiro que não sofriam gols há duas rodadas. Aos 8 minutos a tentativa se concretiza em resultado: Diego Gonçalves vinha com a bola dominada, entra na área e sofre um carrinho temerário de Léo Santos. Pênalti marcado e muito bem cobrado por Chay, que deslocou em absoluto o goleiro celeste

Depois do gol, o Cruzeiro se lançou à frente, com o Marcinho flutuando da zona central para as pontas, ao mesmo tempo que o Botafogo reduziu em intensidade. Com  a opção de trazer uma linha de três defensores, Mozart escolhe ter mais jogadores a frente e principalmente nos flancos com os alas (até mesmo com a saída de Cáceres por lesão, o Cruzeiro se manteve forte pelas pontas). Com bolas alçadas na área e remates de longe, pressionando até o fim do primeiro tempo, a Raposa até chegava despretensiosamente, mas nunca com perigo real de gol.

Segundo tempo

Mozart potencializa o jogo do Cruzeiro colocando Marcelo Moreno no ataque e Rhodolfo na zaga, aumentam a estatura de um time que só pingava bola na área. E foi na bola cantada do primeiro tempo que o clube mineiro acha seu primeiro gol. Numa arranca pela ponta direita, Marcelo Moreno cruza rasteiro para a área e o zagueiro Gilvan tenta cortar, mas coloca para dentro do gol — 1 a 1. Se na segunda etapa do Glorioso começou sendo pressionado, passou a apertar o adversário no campo ofensivo após sofrer empate. Aos 15, o feitiço voltou contra o feiticeiro: o Botafogo alça bola na área cruzeirense, e no bate-rebate sobra o iluminado Chay faz mais um e coloca o Botafogo na frente novamente.

Mesmo com expulsão do treinador, o Cabuloso seguindo com as jogadas áreas. Em mais um cruzamento na área botafoguense, A bola acha  braço de Kanu e juiz apita pênalti. Diego Loureiro, goleiro do Fogão, até pegou, mas no rebote o artilheiro boliviano Moreno, domina a bola a poucos metros do arqueiro com requintes de crueldade e marca o novo empate para os azuis aos 21. Logo na sequência, apenas três minutos depois, Wellington Nem sai de cara pro gol, Diego Loureiro sai bem e afasta, mas na sobra, novamente Marcelo Moreno acerta um belo chute colocado tirando no goleiro: virada cruzeirense.

Novamente a alternância ocorre, e o Botafogo volta a pressionar e o Cruzeiro recuar. Chamusca coloca laterais mais ofensivos, parte pra cima e aos 47, consegue resultado: em confusão generalizada na grande área, a bola acha Marco Antônio que é derrubado por Giovanni e o juiz novamente apita a penalidade máxima, convertida novamente por Chay — hat-trick do atleta. No fim o empate traduz a inconsistência, tanto ofensiva quanto defensiva, de ambos os clube que não conseguiram dominar o jogo com regularidade e sempre abriram brechas para o empate. Os clubes seguem em jejum de vitórias na competição e se estagnam no meio da tabela.

Próximos jogos

O Cruzeiro recebe o Avaí no Mineirão no próximo sábado (17) às 16h30, enquanto o Botafogo também terá uma semana inteira de treinamentos, e enfrentará o Brusque em Santa Catarina, também no sábado às 19 horas. Ambos precisam de resultados positivos para continuar sonhando com o acesso para a primeira divisão.