Com direito a emoção nos minutos finais, o Botafogo venceu o Vila Nova pelo placar de 3 a 2 neste domingo (22) pela 20ª rodada da Série B do Brasileirão 2021.

No Nilton Santos, o mandante fez um primeiro tempo bem superior, abriu 3 a 0, mas quase levou o empate no final do segundo. Chay, Navarro e Diego Gonçalves marcaram pelos cariocas, enquanto Clayton e Donato descontaram para o visitante.

Objetivos bem diferentes estavam em jogo. O Glorioso foi a campo ocupando a nona colocação com 29 pontos, a quatro do Avaí, dono da última vaga do G-4. Vinha de empate com o Guarani por 1 a 1, mas, a favor da possibilidade de vencer e terminar a rodada em quinto lugar, colado no pelotão de cima, o time carioca tem o fato de ser o melhor mandante do campeonato.

Já o Tigrão estava na 15ª posição com 19 pontos, os mesmos do Londrina, que abre a zona de rebaixamento. Dois gols de saldo tiravam a equipe goiana do grupo da degola. Eram três derrotas nas cinco partidas anteriores e quatro rodadas sem vencer. No entanto, como consolo e ânimo contra o adversário alvinegro, o Vila tinha grande aproveitamento como visitante: três das quatro vitórias na competição haviam sido fora de casa.

Estratégias

Luis Fernando, auxiliar técnico, foi quem comandou a equipe pela suspensão de Enderson Moreira, ainda pela expulsão do técnico contra o Confiança pela 14ª rodada. As mudanças em relação ao jogo anterior foram Joel Carli na zaga no lugar de Gilvan e Pedro Castro voltando ao time titular pela suspensão de Luis Oyama. Esquema tático: 4-2-3-1. No gol, Diego Loureiro. Daniel Borges na lateral-direita, Hugo na esquerda, enquanto Kanu e Joel Carli formaram a dupla de zaga.

No meio-campo, Barreto e Pedro Castro foram os responsáveis pelo primeiro combate e transição ofensiva; mais à frente, Marco Antônio subia pela direita, Diego Gonçalves pela esquerda, e Chay armava centralizado. Isolado no ataque, Rafael Navarro tomava conta da área.

Hemerson Maria pôde contar com o retorno de Rafael Donato e, consequentemente, do esquema com três zagueiros. Arthur Rezende voltou a estar à disposição para o meio-campo, mas começou no banco. No ataque, o até então titular Henan nem chegou a viajar para o Rio de Janeiro por opção técnica. Já Deivid e Pedro Júnior seguiram no departamento médico.

Esquema tático: 3-4-3. Georgemy no gol. Um trio na zaga: Xandão, Rafael Donato e Renato Silveira. Nas laterais, Lucas Mazetti pela direita e Bruno Collaço pela esquerda. Moacir e Dudu foram os responsáveis pela dupla de volância. E, mais à frente, Renan Mota, Alan Grafite e Alesson foram os jogadores da construção ofensiva. E, no ataque, Alan Grafite cuidando da área.

Glorioso domina e é eficiente no primeiro tempo

Quem iniciou tentando mostrar atitude ofensiva foi o Vila Nova, ficando com a bola, tentando penetrar a defesa do Botafogo, mas pouco conseguiu e logo optou pelo passe longo, também sem sucesso. E o Tigrão só voltaria a atacar muitos minutos depois, passando quase toda a primeira etapa sem se encontrar no meio-campo ou colocar seus jogadores de frente para trabalharem.

Com apenas três minutos de jogo, subida em velocidade pela direita, Pedro Castro levantou na área e encontrou Chay, que invadiu livre de marcação e só precisou cabecear para o gol. A bola bateu na trave, no rosto de Georgemy e entrou, abrido o placar cedo para o time da casa. A equipe goiana seguiu não indo para cima, esperando alguma oportunidade de contra-ataque. Chay, destaque alvinegro desde que chegou ao clube, seguia buscando posicionamento dentro da área para tentar colocar para dentro mais uma vez.

Até que, aos 20, agora em jogada pela esquerda, Hugo recebeu passe longo da defesa, dominou no peito, cruzou rasteiro na área, e Rafael Navarro, posicionado como centroavante, empurrou para o fundo do gol de carrinho, para ampliar o placar. Aos 23, eram 63% de posse de bola e 2 a 0 em finalizações, ambos os números favoráveis ao Glorioso, evidenciando eficiência nas tentativas. O time carioca, então, seguiu superior, trabalhando no campo de ataque, com Chay se movimentando bastante e buscando o último passe. Destaque também para Diego Gonçalves, com mobilidade pela esquerda, buscando as jogadas e arriscando finalizações.

Enquanto isso, o Vila não chegava à área botafoguense e ainda não havia testado o goleiro Diego. Somente aos 38, saiu a primeira finalização do Vila, em chute de fora da área sem a direção do gol. Já nos acréscimos, uma sequência de conclusões do Tigrão, em boa cobrança de falta e chute de longe, o que não aconteceu ao longo de todo o primeiro tempo, mas que poderia animar o time para o segundo. Números parciais: 57% de posse, 5 a 3 em chutes e 4 a 0 no alvo, todos para o Bota, o que mostrou falha goiana na pontaria.

Tigrão reage com substituições e quase empata no fim

Hemerson Maria voltou do intervalo logo com três modificações: saíram Xandão, Renan Mota e Alan Grafite para as entradas de Kelvin, Arthur Rezende e Clayton. Com isso, o trio de zaga foi desfeito e o principal nome do ataque também foi alterado. E o Vila melhorou com as substituições, tomando a posse de bola, conseguindo desarmes e buscando o ataque. Com menos de dois minutos, quase diminuiu o placar, exigindo boa defesa de Diego no reflexo. Na sequência, Arthur Rezende também já finalizou, em chute de longe para fora.

Do outro lado, o Botafogo não forçava a marcação na frente e escorava-se na vantagem. Até que, aos 12, Diego Gonçalves conseguiu um drible para cima de Donato, e o zagueiro parou a jogada derrubando o jogador alvinegro: pênalti. O próprio camisa 11 foi para a cobrança e converteu: 3 a 0 Bota. Luis Fernando resolveu, então, dar descanso para Diego Gonçalves e Rafael Navarro, colocando Warley e Rafael Moura. Dessa forma, Marco Antônio foi para o corredor esquerdo.

Foi quando o Tigrão começou a ser recompensado pelos esforços. Aos 19, bola alçada na área pela direita, desviou em Marco Antônio e prejudicou a saída de Diego Loureiro do gol. Sobrou para Clayton e Alesson, livres na segunda trave, irem nela juntos, mas quem colocou para dentro de fato foi Clayton, para diminuir a vantagem adversária. Aos 24, o placar de finalizações era de 8 a 6 para os visitantes, uma virada, porém ainda inferiores na mira (5 a 3). Pelos mandantes, Hugo, que teve atuação segura na lateral-esquerda, e Chay (machucado) deram vez a Jonathan e Matheus Frizzo respectivamente.

Em resposta, Hmerson sacou Moacir e Alesson para as entradas de Pedro Bambu e Jonathan Cardoso. O Vila seguia buscando o segundo, na tentativa de uma reação improvável, conseguindo ficar no campo de ataque, mas não levar perigo real a Diego. Aos 41, o Glorioso reclamou de outro possível pênalti de Donato, dessa vez em Rafael Moura, por o zagueiro ter atingido o atacante no rosto. Mas árbitro e VAR deram lance normal. Carli, degastado, foi substituído por Gilvan.

E, sem o zagueiro argentino, bom na bola aérea, Arthur Rezende cobrou escanteio na cabeça de Rafael Donato, que subiu mais que todo mundo para balançar a rede já aos 46 e tornar mais possível uma reação que seria fantástica. E ela, realmente, não veio por muito pouco, pois o Tigrão teve duas bolas na trave em seguida, com Dudu em chute cruzado e Kelvin lançando-se na bola de cabeça.

Mas fim de papo e vitória botafoguense. Números finais: 51% em posse de bola para o Bota, 15 a 10 em chutes para o Vila, mas 5 a 4 no gol para o Alvinegro.

Classificação e próximos compromissos

Com a vitória assegurada, o Botafogo alcançou a quinta colocação, agora com 32 pontos, a um do Leão da Ilha no G-4. O Vila Nova, que quase consegui somar um ponto, desceu para a 16ª posição por ter perdido um gol de saldo, ficando na boca do Z-4 com os mesmos 19 pontos.

O próximo compromisso do Glorioso é fora de casa contra o Coritiba na sexta-feira (27) às 21h30. Já o Tigrão volta a campo antes, na quarta-feira (25) às 16h, quando recebe o Avaí.