O camisa 10 alvinegro foi o responsável por abrir o placar na partida, marcando de cabeça após belo cruzamento de Jair. Entretanto, acumulou chances perdidas durante a partida - sendo a mais clara delas a melhor chance de ampliar o placar para 2 a 0 - o que fez com que grande parte do peso da eliminação caísse sob suas costas. 

Contudo, sem que se retire a sua responsabilidade pelos gols perdidos, é necessário ampliar a ótica da análise. Na partida diante do Palmeiras, em especial, o atacante da seleção chilena foi um dos jogadores atleticanos mais participativos em campo. Além do gol marcado, ganhou todos os duelos disputados, acertou 93% dos passes e contribuiu com um desarme e uma interceptação. 

Panorama geral 

Se ampliarmos o debate para o contexto geral da temporada, ainda há um certo equívoco na proporção de culpa destinada ao jogador. Eduardo Vargas, mesmo iniciando como titular em apenas 6 dos 11 jogos da Libertadores e em 5 de seus 8 jogos no Campeonato Brasileiro, ainda é o vice-artilheiro da equipe na temporada. Também há de se considerar os duelos perdidos por conta das convocações para a Copa América e outras Datas Fifa. A artilharia alvinegra é liderada de forma isolada por Hulk, com 21 gols, seguido do chileno, com 8 chances convertidas. 

Além disso, a classificação do Atlético-MG para a semifinal da Copa do Brasil, se deve ao gol marcado por Vargas na partida de volta, contra o Bahia. Na oportunidade, o Galo perdia por 2 a 0, resultado que levaria a partida para os pênaltis, até que o camisa 10 saiu do banco para marcar o gol da classificação. 

Foto: Pedro Souza/Divulgação/Atlético
Foto: Pedro Souza/Atlético-MG

 

O foco não é desviar ou tirar a parcela de responsabilidade do atacante pela eliminação na Copa Libertadores, mas outros fatores, como a estratégia imposta por Abel Ferreira, também devem ser considerados. 

No contexto atleticano, tendo em vista que o clube possui duas chances reais de títulos na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro - o que acarretaria em um tríplice coroa - transferir pesos de culpa desproporcionais para jogadores específicos, apenas para acharmos um ''culpado'', pode ser prejudicial para a sequência mais importante da temporada. 

Futebol é jogado contra adversários, contra estratégias que podem surtir ou não efeitos. Uma eliminação nem sempre necessita de um culpado. É necessário reconhecer, também, o ''xeque mate'' aplicado por Abel Ferreira no Mineirão. 

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