O que era para ser sorrisos, cantorias e festa, virou xingamentos e vaias, muitas vaias. O Fluminense reencontrou seu torcedor após 577 dias longe devido à pandemia do coronavírus e, embora a atmosfera tenha voltado de certa forma (ainda longe do ideal), o futebol ficou sabe-se lá onde.

Contra o Fortaleza, do excelente Juan Pablo Vojvoda, os comandados de Marcão falharam duas vezes em jogadas de escanteio e perderam por 2 a 0. Foram 3.231 presentes que viram um péssimo futebol, com escalações que provaram que a meritocracia não passa de um discurso bonito e vaias direcionadas principalmente a Danilo Barcellos (que não servia para os rebaixados Vasco e Botafogo, mas serve para o Fluminense) e ao presidente Mário Bittencourt, que teve que se retirar do camarote do Maracanã tamanha pressão sofria da torcida presente.

Mais uma vez a chance de encostar no G-4 foi perdida

Nos últimos anos, a pauta do Fluminense tem sido a mesma: quando precisa ganhar a qualquer custo, seja para subir na tabela ou se classificar em algum mata-mata, o time peca no futebol e não sai com o resultado positivo.

A exemplo da partida contra o Fortaleza, o jogo contra o Atlético-GO (time do qual o Fluminense parece não conseguir vencer de forma alguma), foi também marcado por vaias e péssimo futebol.

Foto: Lucas Merçon - FFC/Divulgação
Foto: Lucas Merçon - FFC/Divulgação
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O pior, a meu ver, não é nem isso. Afinal, vale a máxima de que torcedor é soberano, paga ingresso e pode vaiar à vontade, sempre com muito respeito e sem violência, é claro. O pior são as entrevistas pós-jogo. Segundo o treinador Marcão, jogadores que vêm atuando muito abaixo são “bons de grupo”, o trabalho é bom, o Flu jogou bem, foi no detalhe e partiu próxima rodada.

Um tapa na cara do torcedor, que é muito inteligente e sabe que essas citações estão longe de ser a realidade.

O que vem por aí?

Após essa sequência de resultados ruins, o Fluminense viu suas chances matemáticas de alcançar a vaga na próxima Libertadores despencar: antes era 39% e, agora, 19,4%. Vale lembrar que a agenda do Tricolor no Brasileirão é dificílima.

Corinthians (fora) – 13/10
Athletico-PR (fora) – 17/10
Flamengo (Maracanã) – 24/10
Santos (fora) – 27/10
Ceará (fora) – 31/10

O que aparenta ser o mais difícil vai precisar acontecer: jogar um bom futebol. Caso contrário, mesmo em um campeonato onde praticamente a parte de cima toda da tabela vai a Libertadores, o Fluminense vai desperdiçar mais um ano.

P.S.

Em 2022, o clube tem eleição. Com certeza a direção de futebol e o Presidente do clube vão querer dar um “up” no time. Mas sem vaga na Libertadores isso fica muito difícil. Se Mário e os jogadores sentiram as vaias recentes, imagina se ficarem de fora?