No jogo mais esperado do segundo turno até o momento, Flamengo e Atlético-MG colocaram seus poderes sobre a mesa do Maracanã e protagonizaram uma partida de pouco repertório de jogadas e placar magro, acompanhado de poucas chances claras de gol. Pela 29ª rodada do Brasileirão, o líder Galo tinha a chance de cravar sua soberania nacional para cima do atual bicampeão, porém barrou na incapacidade de seu treinador Cuca em pôr variações táticas de seus elencos. Do outro lado, Renato Gaúcho abriu um sorriso enorme com gol rubro-negro logo aos 25 minutos, e isso permitiu que seu time jogasse de forma econômica até o apito final.

Eliminado da Copa do Brasil e em crise interna, o Fla conseguiu superar o líder do Brasileirão pelo mínimo placar de 1 a 0 na noite de sábado. O artilheiro do dérbi foi o baixinho Michael, que balançou as redes no começo do jogo, dando cancha ao Rubro-Negro. Tal gol no início causou um senso de urgência para o time Cuca buscar o empate. Essa necessidade escancarou a falta de repertório do Atlético-MG contra equipes de seu nível — o mesmo aconteceu duas vezes contra o Plameiras nas semifinais de Libertadores.

Destrinchando o gol, Willian Arão lançou direto do campo de defesa, posicionado como um zagueiro. Isla, lançado ao ataque, recebeu sozinho e ergueu para Bruno Henrique ganhar de cabeça da defesa e deixar a bola para Michael finalizar com calma e categoria às redes. Construção de jogada? Não, lance de cruzamento — coisa que já vem sendo costume nesse Flamengo limitado de Renato Gaúcho. No lance do gol, Keno não seguiu Isla, Nathan Silva perdeu no alto para Bruno Henrique e Guga abriu mão de chegar em Michael. Depois desse oportunismo aproveitado pelo Fla, o jogo teve pouquíssimas jogadas contundentes.

Destaque para a defesa flamenguista

Lateral-esquerdo de origem, Ramon substituiu o lesionado Filipe Luís e foi praticamente um zagueiro aberto pela esquerda. Mas foi bom: atuação segura do garoto, principalmente porque Hulk chegava sempre por ali — o fortão ficou sumido os 90 minutos. Outro que se destacou de forma exponencial foi o zagueiro Léo Pereira, que fez dois cirúrgicos cortes e seis boas interceptações.

Fraco poder de reação atleticano

Desde que tomou o gol no início, aos 25', o Galo se mostrou perdido. Quando voltou para o segundo tempo, Cuca trocou o lateral Guga pelo atacante Diego Costa, que só ganhou algumas disputas pelo alto, sem ser um grande diferencial. Um Atlético desordenado e sem criação, claramente confuso e desarrumado. Depois das mexidas, só uma jogada individual sob genialidade de algum craque para empatar. Mas essas inspirações nem sempre vêm.

Renato Gaúcho fez o necessário para segurar emprego e resultado

Aquela eliminação ridícula para o Athletico na Copa do Brasil e a sequência de quatro jogos sem vitórias apertaram o cinto de Portaluppi na Gávea. Tão cobrado por resultados no Brasileirão, Renato tinha a chance de ouro para reanimar seu elenco e dar um pão para a torcida. Deu certo, mesmo liderando uma atuação fraquíssima tecnicamente, porém o suficiente para agradar o Maracanã, tomado pelos 24 mil flamenguistas que queriam apenas a vitória. Numa visão mais crítica, Renato precisa ser cobrado, sim, principalmente porque um elenco de R$ 200 milhões não pode ser usado para jogar reativo desse jeito no principal jogo do turno.

Desfecho da peleja

Com todas essas histórias, o Atlético-MG segue na ponta soberanamente, liderando com 59 pontos. O Flamengo agora está dez pontos atrás e com dois jogos a menos. O Galo agora pega América-MG, Corinthians e Bahia. Já o Fla enfrenta Chapecoense, Bahia e São Paulo. 

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