A grande final da Libertadores acontece no próximo sábado (27), às 17h, no Estádio Centenário, em Montevidéu, com Palmeiras e Flamengo em campo, de onde saíra o novo tricampeão da América. E nesta sexta-feira (26), Abel Ferreira e Felipe Melo,, técnico e capitão da equipe alviverde, deram entrevista coletiva.

Abel e Felipe comentaram sobre a pressão em cima do alviverde, sobre os jogos onde o Palmeiras não venceu o Flamengo, sobre ansiedade, frio na barriga, se Felipe irá ou não para a partida, entre outras coisas.

Abel e Felipe na coletiva (Foto: Cesar Greco/Divulgação/Palmeiras)
Abel e Felipe na coletiva (Foto: Cesar Greco/Divulgação/Palmeiras)

Abel Ferreira buscando o Bi

Abel começou a coletiva falando sobre a dificuldade de chegar em duas finais de Libertadores em sequência: “A experiencia me diz o quanto é difícil estar de forma consistente a ganhar. Se me perguntassem e perguntassem a todos os palmeirenses se estaríamos por duas vezes seguidas na final da Libertadores, existiriam muitas dúvidas, o ano passado os jogadores me contagiaram e esse ano eu contagiei eles para estarmos na final. Estamos aqui por mérito e muito esforço”.

O técnico palmeirense comentou sobre Felipe Melo, que ainda é dúvida para a partida, apesar do tom do técnico na coletiva: “Falei do Felipe desde o dia que cheguei no clube, não só pelo passado, mas pelo presente também. O Felipe demonstra o espírito dos nossos jogadores. Ele é importante quando joga, quando está no banco, quando está fora. Ele tem esta aura de títulos, sabe o que é ganhar, e nos empresta esta experiência e só digo a ele que se prepare, porque amanhã vai jogar”.

O Palmeiras já não vence o Flamengo há nove jogos, com cinco derrotas e quatro empates. Abel falou sobre esse ‘problema’: “Apesar de já não ganhar há mais de quatro anos (do Flamengo) temos uma oportunidade de fazer isto amanhã. Minha história no Palmeiras tem sido fazer história com estes jogadores aqui e agora, são estes jogadores aqui e agora que ganham. A história é importante e rica, mas não vivemos de história, e respeitamos muito a história, mas quem ganha aqui e agora são os jogadores e é esse nosso propósito”.

Abel Ferreira, que está em sua segunda final em pouco mais de um ano no Palmeiras, comentou sobre a temporada do alviverde e sobre o desgaste: “O futebol é muito intenso aqui, cheguei a falar insano. E é insano, desculpem-me por dizer isso. Digo o que sinto, o que estudo e é insano. Esta equipe técnica e jogadores é a que mais jogou no mundo neste ano, não só jogos como viajou. Temos um propósito, um compromisso, vamos fazer um esforço extra para cumpri-lo. É duro, difícil, os obstáculos são grandes, mas se fosse fácil não éramos nós que estávamos aqui. Se fosse fácil qualquer um se sentava nessa cadeira. Eu vejo as coisas de forma pragmática. O favoritismo é para vocês. Nós temos um propósito: ganhar a final. Este é meu foco, o resto deixo para vocês”.

O técnico também falou sobre o que falará para os jogadores e o que espera da final: “Eu e meus jogadores temos a certeza do que fazer e muito gratos, com muito mérito de estarmos aqui. Desfrutar da final com responsabilidade. Vamos procurar amanhã ter um dia inspirado, com a mente e o corpo em equilíbrio. E que consigam eles próprios impor o jogo deles e que deem o seu melhor, é só isso que irei pedir aos meus jogadores, que desfrutem do público e que sejam fieis à qualidade deles. Que proporcionem um grande espetáculo”.

Por fim, Abel falou sobre o psicológico, tanto dele quanto dos jogadores: “Quanto mais pensar o que vai acontecer no final, mais se esquece do que fazer no jogo. Os jogadores precisam de calma e tranquilidade, a certeza do que fazer. Isto passo aos meus jogadores, eles estão preparados, sabem o que cada um tem de fazer em campo. Escalamos a montanha e temos um propósito claro desde o primeiro dia: ganhar a final. Foi o que encaramos em cada etapa da montanha. Estamos aqui por mérito, esforço, pela ajuda de muita gente e pelo caráter, a competência e o acreditar dos nossos jogadores. Eu já falei várias vezes que fiz renúncias muito grandes na minha vida particular, coloquei à frente a vida profissional, porque acreditei que vir ao Palmeiras iria me fazer crescer como treinador. Eu agora me sinto calmo, tranquilo".

<strong><a  data-cke-saved-href='https://www.vavel.com/br/futebol/2021/10/02/palmeiras/1088047.html' href='https://www.vavel.com/br/futebol/2021/10/02/palmeiras/1088047.html'>Abel Ferreira</a></strong> na coletiva (Foto: Cesar Greco/Divulgação/Palmeiras)
Abel Ferreira na coletiva (Foto: Cesar Greco/Divulgação/Palmeiras)

O Pitbull mais ‘contido’

Felipe Melo abriu a sua parte da coletiva já comentando sobre como o Palmeiras é retratado pela mídia e sobre o que espera da partida: “Eu falei esta semana em uma entrevista que tem uma má vontade muito grande quando se fala do Palmeiras. Quando o Palmeiras ganha um jogo, como foi a contra o Santos, escutei muitas pessoas falando que foi a pior decisão da história. Hoje não existe bobo no futebol, já vi decisões com times considerados gigantes perderem para considerados pequenos. O que importa é o que iremos fazer. Vai ser um jogo difícil, contra um rival que faz um dos melhores jogos da América do Sul”.

Na final de 2020, Felipe estava fora até perto da final, quando retornou e entrou no fim da partida. Mais uma vez Felipe é dúvida e comentou sobre isso: “Na temporada passada, ainda esse ano, quebrei o pé e ficou a incógnita se eu chegaria na final. Agora novamente esse probleminha. Gosto de encarar os problemas procurando solução e quanto maior a luta maior a benção. Com certeza estarei à disposição para ajudar o treinador, pois isso que um grande capitão faz, seja 90 minutos, cinco ou no vestiário. Estarei à disposição fisicamente com certeza”.

Mais uma vez o psicológico foi tema da coletiva, com dessa vez Felipe comentando sobre: “Esse tipo de jogo mexe muito com psicológico, mais que o jogo, o palco, o psicológico de não errar. Trabalhamos tanto a parte técnica, tática e psicológica pois é um sonho que envolve milhões de torcedores e tenho fé que vai dar certo”.

O Abel já falou né? As borboletas (risos). Esta ansiedade é normal, se não tiver frio na barriga... enquanto tiver você está no caminho certo. Digo aos meus filhos que esta sensação é muito gostosa, esse frio na barriga e já pensando e sonhando (com a final). Gosto de narrar o jogo no quarto, pensando no que vai acontecer. Isto me deixa tranquilo, sabedor do que eu quero. É claro que quando vai aproximando vai aumentando, mas é normal, é gostoso. Mas quando a bola rola passa tudo, entra nossa experiência. É usufruir até do frio na barriga. É um momento muito gostoso. 98% dos jogadores dariam de tudo para estar aqui. Os outros 2% talvez não pensem e queiram ir direto para a Europa jogar a final da Champions, somos privilegiados”, completou o capitão alviverde.

Felipe exaltou a qualidade do Flamengo, mas lembrou que o alviverde é o atual campeão: “Vai ser um jogo difícil, o Flamengo é um dos melhores times da América. Tem muito respeito da nossa parte, mas não confunda respeito com medo. Somos o Palmeiras, atual campeão da Libertadores, e vamos dar tudo em campo para defender isso”.

Felipe na entrevista coletiva (foto: Cesar Greco/Divulgação/Palmeiras)
Felipe na entrevista coletiva (foto: Cesar Greco/Divulgação/Palmeiras)
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